Até parece uma foto de Setembro, mês da Semana Farroupilha. Mas não é. Em pleno Dezembro com um calor escaldante de quase 30º graus surgi uma figura em uma esquina da Rivadavia Correa de chapéu bem tapeado, bombacha larga “arremangada” rastra de couro cru com florão prateado.
Despacito vai cruzando ao trote largo um peão campeiro que vem ao povo receber o soldo do seu sustendo suado que é conquistado pelos fundões da campanha. Trata-se de Zigonar Perreira Machado, 55 anos, um dos peões campeiros da Estância do AIPO. Seu Zigonar que também é conhecido pelo apelido “Pato” , trabalha há mais de 38 anos como peão e já passou por diversos estabelecimentos rurais. Segundo ele, a vida na campanha não é nada fácil. – Olha não é nada fácil mas a gente se acostuma com a lida. E no início de mês a gente vem pra cidade pegar uns troquinhos e pagar as contas – comenta. Guasqueiro de mão cheia seu Zigonar diz que foi ele próprio que trançou o barbichado a testeira do chapéu aba 13 e a rastra que vestia. – Meus arreios e tudo em couro só eu que faço, só não faço bombacha porque não sei lidar com pano – (risos) comenta o gaúcho. Num até breve e “ Feliz Natal” se despediu e seguiu a sua cruzada.
Uma cena comum no início de mês pelas ruas da fronteira, mas que comprova o porquê de Santana do Livramento ser considerada o berço do tradicionalismo no estado.
Fotos e texto : Matias Moura