Finalistas da 10ª edição serão conhecidos neste sábado (01) na cidade de Bagé
Nos dias 27 e 28 de novembro, a Fronteira recebeu a 10ª edição do Festival Internacional de Cinema, um espaço democrático para a cultura e aberto para o audiovisual. A mostra internacional de curtas é composta por 35 filmes de mais de 20 países, com destaque para obras cinematográficas em língua espanhola. Ao todo, mais de quatro mil títulos foram inscritos nesta edição. Cinco longas competem nesta edição, incluindo o Documentário exibido em Rivera, “Eduardo Galeano Vagamundo” com a presença do Diretor Felipe Nepomuceno.
O festival segue neste final de semana na cidade conhecida como Rainha da Fronteira, Bagé, com exibição de filmes e curtas e no sábado, 01, a noite de premiação no Centro Histórico Vila Santa Tereza, seguido do show de Adriana Deffenti. A realização é da Associação Pró Santa Thereza e Centro Histórico Vila de Santa Thereza, com financiamento do Ministério da Cultura, Fundo Setorial do Audiovisual e BRDE, promoção das prefeituras de Bagé e Livramento e Rivera e apoio institucional da Urcamp, Unipampa e Udelar. A produção fica a cargo da Anti Filmes. O festival tem direção artística do cineasta Zeca Brito e curadoria do jornalista Roger Lerina (longas) e dos cineastas Frederico Ruas e Maria Elisa Dantas (curtas).
Para o Prefeito Ico Charopen, “a cidade de Livramento teve seu momento de aprendizado” e segundo o gestor, ele espera receber a próxima edição com uma participação ainda mais intensa da cidade, ampliando a participação de produções locais e com uma estrutura ainda mais sólida do que foi oferecida em 2018. A Pasta de Turismo e Cultura recepcionaram os Diretores, produtores e convidados e ofereceu apoio logístico para as atividades. As exibições aconteceram nas duas cidades nas dependências da na Unipampa, SESC e Casa de Cultura de Rivera. Todas as exibições tiveram um grande público, incluindo sessões disputadas como a exibição do documentário sobre o escritor Eduardo Galeano.
Este é um festival que chega à sua 10ª edição fortalecido, superando desafios e deixando sua mensagem em cada película exibida. Amor, ódio, paixão, força, delicadeza, drama, humor, luta, fé e tantos outros sentimentos foram retratados nas mensagens de cada vídeo, levando reflexão para o público. A expectativa agora é para conhecer os premiados na noite deste sábado (01) em Bagé.
Direção artística do Festival, cineasta Zeca Brito
Zeca Brito é graduado em Realização Audiovisual (Unisinos), Bacharel em Artes Visuais (UFRGS) e sócio da Anti Filmes. Dirigiu os curtas “Um Filme Chamado Sfincter (2006)”, “Um Breve Assalto” (2009), “Aos Pés” (2010) e “O Sabiá” (2010).
Seu primeiro longa “O Guri” (2011), segundo Jean-Claude Bernardet “assinala o nascimento de um novo talento cinematográfico no Brasil”. Em 2015 lançou o longa “Glauco do Brasil” (Canal Brasil).
Dirigiu e produziu o longa de ficção “Em 97 Era Assim” (2017). Atualmente grava os longas documentais “Grupo de Bagé” e “A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro”. Zeca é o diretor do Festival Internacional da Fronteira, em Bagé, que já conta com sete edições.
O falecido escritor uruguaio, Eduardo Galeano, é tema principal de uma produção cinematográfica que integra o Festival Internacional de Cinema e que teve sua exibição na Fronteira da Paz. O diretor Felipe Nepomuceno intercala trechos de uma entrevista com leituras de seus textos feitas por personalidades como: Ricardo Darín, Paulo José, Mia Couto – e cenas poéticas da natureza.
Cada um na plateia criou sua intimidade direta com Eduardo Galeano e a trilha sonora em piano conduziu a todos como uma embarcação tranquila num mar de poesia, crônicas e declarações carregadas de sentimento.
Felipe que tem apenas 43 anos de idade, já provou seu talento e amor pela cultura e arte e possui um extenso currículo. Felipe nasceu em São Paulo, 1975. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, na New York School of Visual Arts e no Festival de Inverno da UFMG. Em 2018 estreou o longa-metragem “Eduardo Galeano Vagamundo” no 28º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema. Atualmente dirige as séries “Sangue Latino”, “A Arte do Encontro” e “Janelas Abertas” (Canal Brasil) – em parceria com Pablo Giorgelli, finaliza “Isso Não é Aqui”, seu primeiro longa-metragem de ficção.
“A gente precisa de cinema, a gente precisa cada vez mais de cinema, cada vez mais de arte, cada vez mais utilizar os recursos que temos a mão, porque o cinema brasileiro está sendo atacado, o financiamento do cinema brasileiro está sendo atacado, o nosso horizonte é negro e a saída qual é? São os nossos corações, as nossas mentes, acho que tantos as universidades quantos os festivais de cinema, são pólos de resistência hoje em dia no Brasil, precisam ser preservados, cultivados, valorizados, e eu vim aqui colocar o meu grãozinho de areia”. – Felipe Nepomuceno. Diretor.”
Outro destaque para o Festival na Fronteira foi a exibição do Filme El Premio com Direção de Paula Markovitch. Ele conta a história de Ceci, uma menina de sete anos com um grande segredo e que faz a vida de sua família depende apenas dela. Ceci e sua mãe vivem escondidas devido à repressão militar na Argentina. Isso faz com que Ceci tenha muitas dúvidas e questões sobre suas ações. Após o Filme, uma roda de debates com a Diretora durou uma hora e a plateia fez perguntas sobre o trabalho e desafios na gravação. Paula disse que o filme lembra um pouco da sua vida, história e relações vividas. A gravação na praia teve também uma motivação especial. Paula ainda destacou o encantamento com a jovem atriz que hoje está com 16 anos e segue atuando em filmes. Paula já recebeu os prêmios: “Prêmio Ariel de Melhor Filme de Estréia, Prêmio Ariel de Melhor Roteiro Original, Prêmio Ariel de Melhor Edição”.
O filme foi lançado em Janeiro de 2012 e teve exibição especial durante o Festival na Universidade Federal do Pampa.
Lerina é curador dos Longas durante o Festival e tem um grande envolvimento com a cultura e o cinema. Entre outros trabalhos, editou, pela Artes & Ofícios Editora, títulos como a coletânea de textos “Cinema – Um Zapping de Lumière a Tarantino” (1995), de Luiz Carlos Merten, crítico de cinema do jornal O Estado de S. Paulo.
Também foi o roteirista dos quatro episódios da série de documentários para a televisão “Sul sem Fronteiras” (2000), sobre aspectos da cultura e da história gaúchas, produzida pela Zeppelin Produções e veiculada nacionalmente pela rede TVE. Integrou o Júri da Fipresci (Federação Internacional dos Críticos de Cinema) no 13º Festival Internacional de Cine de Punta del Este, em 2010, e no Festival do Rio 2011.
Integrou o Júri Oficial da competição de curtas-metragens nacionais do 36º Festival de Cinema de Gramado, em 2008, e o Júri da Crítica do 39º Festival de Cinema de Gramado, em 2011. Sua carreira no jornalismo também o levou à TV. Ele apresentou o “Programa do Roger” na TVCOM entre dezembro de 2011 e junho de 2015.
É autor do livro “Mauro Soares – A Luz no Protagonista” (2015), volume da coleção Gaúchos em Cena, publicada pelo festival de artes cênicas Porto Alegre Em Cena. Atuou ainda como corroteirista das atividades oficiais do 43º Festival de Cinema de Gramado, em 2015. E é o corroteirista da minissérie de documentários “Tá no Sangue – Os Fagundes”, veiculada pela RBS TV.
Elis Regina – [email protected]