Secretário de Saúde recebeu trabalhadores e direção do hospital nesta semana para discutir a situação da instituição
Nesta semana mais uma capitulo do drama que vivem os funcionários da Santa Casa de Misericórdia foi escrito. Por conta de um assunto que infelizmente já se tornou rotina em Santana do Livramento, o atraso dos salários dos servidores.
Com risco eminente do hospital realizar a paralização de serviços e até mesmo fechar as suas portas, os envolvidos, tanto funcionários quanto administração da instituição estiveram reunidos na manhã de quinta-feira(22) na Secretaria Municipal de Saúde em busca de uma solução passa o impasse. De um lado trabalhadores que vem sofrendo há anos com o parcelamento de salários o que gera um grande desconforto aos profissionais, de outro a administração do hospital que tenta equilibrar um passivo que não fecha a conta.
Na manhã de quinta os funcionários da Santa Casa juntamente com o presidente do SindiSaúde, Silvio Madruga, conversaram com os administradores do hospital: Wainer Machado e Rodolfo Follmer Machado, com o Procurador do Município, Ramzi Zeidan e com o secretário de saúde Sérgio Aragon na tentativa de busca uma solução conjunta para o problema. Sem tumulto e de forma ordeira os trabalhadores encheram a ante sala do secretário de saúde para ouvir a sua versão dos fatos.
Por quase uma hora as partes expuseram as suas questões e dialogaram sobre a real situação do hospital que enfrenta sérios problemas financeiros “pois paga mais do que recebe” pelos seus serviços prestados.
Os assuntos permearam temas conhecidos como a falta de recursos financeiros, atraso nos repasses do Governo do Estado e a situação crítica e de penúria da grande parte dos trabalhadores. As autoridades municipais reconhecem a urgência do caso e garantiram que estão fazendo o impossível para manter o hospital aberto, todavia, para os trabalhadores a situação posta é: se a folha não for colocada em dia, o hospital corre o risco de fechar as portas. O sindicato explicou que um hospital não funciona apenas com médicos, precisa de atendentes, técnicos, enfermeiros, faxineiros, cozinheiros e que esta classe é a mais prejudicada.
Na oportunidade o Secretário de Saúde Sergio Aragon assinou, em nome do município, um adiantamento financeiro para pagar metade de uma folha atrasada, mas este ato é apenas ‘um balde de água num grande incêndio’ e enquanto a situação não apresenta solução, o Sindicato anunciou que, por decisão dos trabalhadores, a partir da próxima segunda-feira (26) os funcionários irão paralisar quatro horas por dia. Uma assembleia também será convocada para discutir a situação de greve.
Reunião com o Governo do estado
Na segunda-feira (26) acontece uma assembleia entre os secretários da 10ª Coordenadoria de Saúde do Rio Grande do Sul para falar sobre iminente fechamento dos hospitais que recebem verbas do Governo do Estado.
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS) informou que ainda não há prazo para que os repasses sejam regularizados. A Secretaria da Fazenda chegou a dizer, na quarta-feira (21), que destinará R$ 20 milhões à área da Saúde nos próximos dias. Não foi dada uma previsão exata, mas a pasta pretende que o pagamento ocorra “antes do dia 30 de novembro”.
A Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) estima que o Estado tenha uma dívida de cerca de R$ 500 milhões com prefeituras para manutenção dos serviços de saúde.