Na sexta-feira, 14 de março de 2025, a artista gaúcha Dida Larruscain apresenta ao público seu tão aguardado EP de estreia, AfroBossa, disponível em todas as plataformas de streaming. O lançamento é o resultado de um processo criativo intenso, que teve início com uma bem-sucedida campanha de financiamento coletivo, que arrecadou mais de R$ 30 mil e contou com o apoio de mais de 160 pessoas. A jornada musical de Dida se mistura com a busca por reconectar suas raízes e questionar o processo histórico de embranquecimento da bossa nova.
Composta por cinco faixas autorais, o AfroBossa é uma fusão única de samba, MPB, bossa nova, jazz, R&B e música regional. A artista reflete, assim, sua busca por um entendimento profundo de seu fazer artístico, ancorado na ancestralidade. A canção-título do EP encapsula essa fusão de influências: “Juntando tudo e misturando mesmo, eu vou!” diz a letra, revelando a proposta de unir e reinterpretar a tradição musical brasileira.
Dida Larruscain iniciou sua trajetória musical ainda criança, quando, aos 12 anos, já se apresentava em bares e eventos, acompanhada por seu pai. Aos 16 anos, mudou-se para Santa Maria, onde se formou em Licenciatura em Música e Bacharelado em Canto Lírico pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Durante sua formação acadêmica, experimentou e explorou diferentes formas de expressão artística, o que a levou a uma profunda reflexão sobre sua identidade e o papel da mulher negra na música brasileira.
A artista, que participou do programa The Voice Brasil em 2021, ganhou visibilidade nacional e, a partir desse momento, passou a se dedicar intensamente à composição. Sua pesquisa levou a uma reflexão sobre sua relação com a bossa nova, gênero musical que, apesar de ter sido fortemente influenciado por artistas negros, acabou por marginalizar os artistas afro-brasileiros.
“Descubro que a bossa nova surge pelo trabalho de pessoas pretas, que, por causa do racismo e da homofobia, foram excluídos desse movimento, mesmo sendo precursores do mesmo”, declara Dida.
Ao revisitar a história de artistas como Alaíde Costa e Johnny Alf e refletir sobre sua própria jornada como mulher negra do interior do Brasil, Dida dá vida ao AfroBossa, um EP que celebra sua evolução como compositora e destaca a importância das raízes negras na música brasileira.
O EP foi gravado no estúdio Na Pedra Redonda, localizado na Zona Sul de Porto Alegre, e conta com a participação de músicos talentosos como Lorenzo Flach (guitarra), Pedro Saul (piano), Tamires Duarte (contrabaixo) e Lucas Fê (bateria), além da própria Dida Larruscain nos vocais. A mixagem e masterização do projeto ficaram a cargo de Wagner Lagemann, enquanto Lucas Fê também assina a direção musical.
Para promover o lançamento, Dida já divulgou o single “Pé na Vida”, acompanhado de um visualizer no YouTube, e cada faixa do EP contará com um vídeo visualizer. Além disso, a cantora se prepara para um show especial em abril de 2025, no Espaço 373, em Porto Alegre, para celebrar o lançamento do seu projeto.
Natural de Sant’ana do Livramento, Dida Larruscain tem a música enraizada em sua vida desde a infância. Com uma formação sólida, que inclui o Mestrado em Educação, a cantora também tem se destacado em projetos acadêmicos e profissionais, participando de óperas, musicais e grupos de música gaúcha. Após se mudar para Porto Alegre em 2023, Dida lançou três músicas e participou como cantora fixa da banda do programa “Que Papo É Esse?”, da RBS TV.
Agora, com o lançamento do AfroBossa, a cantora se firma como uma das novas vozes da música brasileira, trazendo uma sonoridade que mistura a ancestralidade da MPB com o groove da Black Music e a suavidade do R&B, tudo isso sob a perspectiva de uma mulher negra oriunda do sul do Brasil.
O AfroBossa é mais que um EP; é uma declaração de identidade e resistência, que promete fazer ecoar as raízes afro-brasileiras com uma nova sonoridade que só Dida Larruscain poderia criar.
