Edição de Chico Bruno
Manchetes dos jornais
Valor Econômico – Mercado de capitais atinge fatia recorde no nível de endividamento das empresas
FOLHA DE S. PAULO – STF prevê julgar Bolsonaro neste ano, mas há discordância sobre rito
O ESTADO DE S. PAULO – Moraes abre delação; Cid cita pressão de Bolsonaro sobre chefes militares por golpe
O GLOBO – Bolsonaro mandou monitorar Moraes, diz Cid em delação
CORREIO BRAZILIENSE – Denúncia contra Bolsonaro acirra polarização política
Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes
Mais dívidas – O mercado de capitais alcançou um nível recorde no total do endividamento das empresas brasileiras, um movimento que ganhou força com o volume expressivo de emissões de renda fixa no ano passado. Essa fatia chegou a 33% das dívidas das companhias em 2024, acima dos 31% em 2023, segundo estudo da consultoria FTI. Quando se olha para um intervalo maior, a mudança na composição do endividamento corporativo é ainda mais significativa. Há dez anos, o mercado de capitais representava 15% das dívidas das empresas. No fim de 2024, havia um estoque de R$ 2,2 trilhões em títulos de dívida, resultado de um crescimento médio anual de 16,6%. A maior participação de papéis do mercado de capitais nos balanços não só diversificou a base de captação de recursos das empresas como também trouxe novos desafios nos processos de renegociação com credores. Isso ocorre justamente num período com recorde de pedidos de recuperação judicial e extrajudicial no país. Casos recentes como Americanas, Agrogalaxy e Southrock, com base relevante de pessoas físicas, levaram à necessidade de organização dos detentores da dívida – algo inédito para o investidor pessoa física, em geral não habituado com processos de reestruturação e nem com a participação em assembleias de credores, eventos comuns nesses casos.
Deve ser este ano – O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar ainda este ano a possível ação penal resultante da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, evitando que o caso se arraste até 2026, ano das eleições presidenciais. Embora fatores possam influenciar o tempo de tramitação, a expectativa é que a mobilização da própria Corte e precedentes do Mensalão, como a possibilidade de testemunhas serem ouvidas por juízes federais, acelerem o andamento do processo e julgamento. De acordo com o ministro, o sigilo não é mais necessário “nem para preservar os direitos assegurados ao colaborador, nem para garantir o êxito das investigações”. O despacho de Moraes também estabelece que os denunciados terão 15 dias para apresentar as defesas. Alguns ministros do STF estão inconformados e devem contestar a decisão do ministro Alexandre de Moraes de levar o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de estado à Primeira Turma da Corte. Eles afirmam que o caso é de grande importância e repercussão, e que por isso deveria ser julgado pelo plenário do tribunal, integrado por todos os seus ministros. A denúncia contra Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de estado entre 2021 e 2023 abriu nova guerra política no Congresso. Um dia depois de o documento ter sido entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), aliados do ex-presidente, que caso condenado poderá ser preso, criticaram as investigações e intensificaram a mobilização pelo projeto de lei de anistia, em tramitação na Câmara. “Trata se de uma série de acusações desprovidas de evidências concretas que sustentem as graves acusações imputadas. Uma verdadeira peça de ficção”, diz o manifesto da oposição. Apoiadores do presidente Lula também se movimentaram no Congresso. Com cartazes escritos “sem anistia”, eles pediram punição a Bolsonaro. “Os fatos aqui são gravíssimos”, disse o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ). Lula também se manifestou e pediu amplo direito de defesa aos acusados. Ontem, o ministro Alexandre de Moraes abriu o sigilo da delação do tenente-coronel Mauro Cid, que confirmou a participação e a liderança de Bolsonaro nos atos para evitar que Lula tomasse posse.
Intimação – Bolsonaro foi intimado ontem à tarde, na sede do PL, em Brasília, sobre a denúncia da PGR. Ele terá 15 dias para responder, conforme prevê a Lei 8.038/1990, que regula o trâmite de processos penais no STF. Mais cedo, o ex-presidente havia se manifestado sobre o caso, por meio das redes sociais. Ele criticou a acusação e afirmou que “o mundo está atento ao que se passa no Brasil”. “O truque de acusar líderes da oposição democrática de tramar golpes não é algo novo”, frisou.
Moraes vira alvo em ação de empresa de Trump – Empresa ligada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou, ontem, com um processo na Justiça contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação também tem como signatária a plataforma de vídeos Rumble. A ação acusa o magistrado de censura a políticos de direita. As informações foram publicadas pelos jornais The New York Times e Folha de S.Paulo. O processo foi protocolado em um tribunal federal, em Tampa, cidade americana no Estado da Flórida. Na reportagem, o NYT citou que a investida jurídica é um “esforço surpreendente de Trump” para ajudar o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado pela Procuradoria-Geral da República de tentativa de golpe de Estado.
Financiamento – Também conforme a delação o tenente-coronel, o general Braga Netto teria cogitado financiar, com recursos do PL, um plano para sequestrar Moraes. O ex-ajudante de ordens teria procurado o ex-ministro da Defesa em busca de apoio financeiro para a trama e recebeu como resposta a recomendação de buscar verbas da legenda do ex-presidente. “O colaborador procurou o general Braga Netto informando dessa solicitação e recebeu como resposta a indicação de que procurasse o PL para obter o dinheiro necessário para a operação”, diz o documento.
Fora da denúncia – Outros personagens importantes na trama golpista não foram denunciados pela PGR nesta semana. No relatório da Polícia Federal, 40 nomes foram citados, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; o ex-assessor de Bolsonaro Tércio Arnaud Tomaz, considerado um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”; e o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), investigado por tumultuar o segundo turno de 2022. Também não foi denunciado o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da diocese de Osasco, que ocupou um espaço exótico no documento da PF. O religioso compartilhou, por meio de mensagens de WhatsApp, uma espécie de “oração do golpe”. O texto interceptado pelos agentes indicava que ele citava os nomes dos militares que Bolsonaro tentava convencer a dar um golpe de Estado e impedir a posse de Lula. Mais 12 nomes inseridos no relatório da PF não foram denunciados pela Procuradoria, como Marília Ferreira de Alencar, ex subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
Joias: US$ 86 mil para Bolsonaro – Na delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid disse à Polícia Federal que entregou US$ 86 mil em espécie, de forma parcelada, para o ex-presidente Jair Bolsonaro após a venda de relógios de luxo e dos kits de joias que pertenciam à União. A suposta apropriação indevida de bens do país é alvo de uma investigação da PF. O inquérito apura se Bolsonaro e ex-assessores tentaram trazer ilegalmente presentes dados ao país. A corporação aponta que os itens teriam ido diretamente para o acervo pessoal do ex-chefe do Executivo. Conforme o depoimento, os valores foram apurados após a venda de relógios das marcas Rolex e Patek Philippe para a loja Precision Watches, da Filadélfia (Estados Unidos) — no valor total de US$ 68 mil. Outros US$ 18 mil, foram apurados com a venda de um kit de joias Chopard a uma loja localizada em Miami.
Alcolumbre freia projeto – Alcolumbre freia projeto O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), disse, ontem, que o PL da Anis tia aos golpistas do 8 de Janeiro não é um assunto dos brasileiros. Na avaliação de Alcolumbre, a pauta, uma das prioridades da oposição liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), divide a sociedade e prejudica o debate político no país. “Esse não é um assunto que nós estamos debatendo. Quando a gente fala desse assunto a todo instante, a gente está dando de novo a oportunidade de nós ficarmos, na nossa sociedade, dividindo. (É) um assunto que não é o assunto dos brasileiros”, enfatizou, a jornalistas.
Tofolli anula os processos de Palocci – O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou, ontem, os processos e atos judiciais contra Antonio Palocci, no âmbito da Lava-Jato. A justificativa para a decisão baseia se na avaliação de que houve parcialidade na condução dos processos pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR). Mas, apesar disso, o magistrado considerou válido o acordo de delação premiada com a força-tarefa da operação firmado pelo ex-ministro — frisou que as informações prestadas devem continuar disponíveis para investigações. Toffoli estendeu a Palocci — ex-ministro da Fazenda no primeiro governo Lula e ex-chefe da Casa Civil na primeira gestão de Dilma Rousseff — decisões que beneficiaram o atual presidente da Re pública, os empresários Marcelo Odebrecht, Raul Schmidt Felippe Júnior e Léo Pinheiro, além do ex-governador paranaense Beto Richa — todos alcançados pelas investigações da Lava-Jato. Segundo o ministro, o devido processo legal foi desrespeitado, o que compromete a legitimidade das condenações.
Mais diálogo em Brasília – Políticos, autoridades e empresários ressaltaram, ontem, na inauguração da Casa ParlaMento, no Lago Sul, a necessidade da busca do diálogo e da convergência na política. O espaço é uma iniciativa do grupo Esfera e servirá para a promoção da aproximação entre os Três Poderes e o empresariado. Participaram do evento o vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, o governador Hélder Barbalho (PA) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) — que destacou o entendimento que levou Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB) às presidências do Senado e da Câmara.
Governo leva a maioria das comissões fixas do Senado – O Senado instalou, ontem, as comissões permanentes para 2025 e elegeu os senadores que estarão à frente delas para o próximo biênio. A maioria dos colegiados será composta por aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tudo estava praticamente decidido desde o acordo que levou Davi Alcolumbre (União-AP) novamente ao comando da Casa. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais importante por avaliar a constitucionalidade de projetos e emendas, estará nas mãos de Otto Alencar (PSD-BA). O senador baiano tem facilidade de diálogo com dierentes frentes políticas, mas, sobretudo, construiu boa relação e proximidade com o Palácio do Planalto. A expectativa é de que isso facilite a tramitação de propostas vindas do Executivo. Na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o comando será de Renan Calheiros (MDB-AL), que também tem bom relacionamento com o Planalto. Mas, no discurso de posse, mandou um recado aos críticos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dentro do governo e do PT. Destacou que a prioridade da comissão será a racionalização dos gastos públicos, com medidas para conter despesas e melhorar a eficiência dos recursos federais.
PL ajusta o foco para o Senado – Com o ex-presidente Jair Bolsonaro denunciado, os bolsonaristas planejam eleger senadores para chegar a um número capaz de promover o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles têm, hoje, oito senadores com mandato até 2031. Se elegerem 40 entre parlamentares da legenda e aliados, terão maioria, inclusive, para tentar eleger o presidente da Casa.
Escolha um caminho – O atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com mandato até 2031, tem condições de concorrer ao comando da Casa, uma vez que será uma nova legislatura. Há quem diga que se Alcolumbre quiser se reeleger com o apoio dos bolsonaristas, terá que reforçar as fileiras contra o ministro do STF.
Sejam discretos – Dentro do governo, a ordem é tratar a denúncia envolvendo Bolsonaro como um assunto relacionado ao Judiciário. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quer ver ministros metendo a mão nessa cumbuca.
Mais um? – Baseado na delação de Mauro Cid, alguns parlamentares acreditam que seria possível “puxar” a deputada Carla Zambelli (PL-SP) para a denúncia do golpe. O motivo seria a ligação dela com as milícias digitais, processo que corre no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), e que foram essenciais para o que a Procuradoria-Geral da República (PGR) classifica como trama golpista de 2022.
Lá e cá – Enquanto a oposição fazia a coletiva de imprensa no Salão verde sobre a denúncia entregue pelo procurador Paulo Gonet, o deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmava na tribuna que Bolsonaro será preso.
Apoio americano? – Aliados de Bolsonaro no Congresso apostam no apoio do presidente norte-americano Donald Trump. A razão seria a visita do relator especial para Liberdade de Expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), Pedro Vaca Villareal, ao Brasil. Os parlamentares torcem para que o relatório de Villareal dê argumentos capazes de fazer Trump tarifar ainda mais os produtos brasileiros, até que “o país volte à normalidade” — dizem os bolsonaristas.
Amigos, amigos… …negócios à parte – A turma do agro, mesmo aquela que apoia Bolsonaro, não quer misturar as estações, da liberdade de expressão com a das tarifas. Não dá para fazer luta ideológica prejudicando os produtores brasileiros.
Compromisso contra xenofobia – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, assumiram, ontem, uma posição conjunta no combate ao racismo e à xenofobia contra os brasileiros em Portugal. O tema foi um dos principais da 14ª Cimeira Luso-Brasileira, que reuniu ministros dos dois países no Palácio do Planalto, e que firmou a assinatura de 19 acordos de cooperação. O aumento nos casos de agressões a brasileiros em Portugal preocupa o governo federal, que insistiu que o tema fosse tratado na declaração final — na qual os dois países se compro meteram a atuar em conjunto contra o preconceito. “Mantivemos uma conversa muito franca sobre como melhorar a vida de nossas comunidades expatriadas. Nesses 200 anos (de relação diplomática), muitos portugueses vieram estabelecer-se e criar raízes em nosso país, assim como muitos brasileiros mudaram-se para Portugal e ali constituíram laços”, disse Lula, ao lado de Montenegro. Questionado sobre os casos de discriminação contra brasileiros em seu país, Montenegro disse que os episódios são isolados. Garantiu, ainda, que não refletem a visão da sociedade portuguesa sobre os brasileiros.
Ex-assessor de Bolsonaro vai processar Moraes, Gonet e PF – A defesa de Filipe Martins, um dos denunciados na suposta trama golpista, vai apresentar notícia-crime contra o ministro Alexandre de Moraes (STF), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e agentes da Polícia Federal por abuso de autoridade e coação, entre outros crimes. O motivo é a informação, que consta nos autos da delação premiada de Mauro Cid, de que em outubro de 2023 houve a quebra de sigilo de celulares de Martins, incluindo dados de geolocalização. Isso provaria, segundo a defesa, que havia conhecimento por parte das autoridades de que o ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) não deixou o Brasil no final de 2022.
Motta diz que não é ‘frouxo’ – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu uma bronca nos deputados do governo e oposição que estavam gritando no plenário “sem anistia” e “Lula ladrão”, impedindo o andamento das votações do dia. Os parlamentares exaltados não obedeceram ao comando da presidente em exercício, e terceira secretária da Mesa, Delegada Katarina (PSD-SE). Motta assumiu a sessão, disse para os deputados se acalmarem e em seguida fez um discurso de repreensão, dizendo que ele não é “frouxo” e não aceitará um comportamento de “jardim de infância”. — Entendo o ambiente turbulento político que o país enfrenta diante dos últimos acontecimentos, mas eu quero dizer as vossas excelências. Se vossas excelências estão confundindo esse presidente, como uma pessoa paciente, com o presidente frouxo, vocês ainda não me conhecem. Aqui não é o jardim da infância, nem muito menos um lugar para uma espetacularização que denigra a imagem dessa Casa. Eu não aceitarei esse tipo de comportamento — afirmou. O presidente da Câmara ainda aproveitou para dizer que vai pedir para a Polícia Legislativa impedir a entrada de deputados sem gravata no plenário e comissões, como forma de respeito as regras. Motta ainda disse que se um parlamentar for pego desrespeitando outro colega, ele mesmo irá denunciar ao Conselho de Ética.
Senado aprova projeto que resgata orçamento secreto – O Senado aprovou nesta quarta-feira, 19, por 65 votos a um, o projeto de lei complementar que resgata recursos não gastos desde 2019. O único senador a votar contra a proposta foi Eduardo Girão (Novo-CE). Como revelou o Estadão, a cúpula do Congresso Nacional quer salvar verbas do orçamento secreto e outras emendas parlamentares que não foram pagas nos últimos anos e são questionadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Projeto ainda será apreciado pela Câmara.
‘Às vezes ele aloprava’ – Um dia após a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusar Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas de tentativa de golpe de Estado, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo da delação do ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid. Em um dos depoimentos, o antigo auxiliar do Palácio do Planalto afirmou que “recebeu e repassou” dados a Bolsonaro sobre o monitoramento de Moraes. Ainda de acordo com Cid, a ordem para a vigilância, em ao menos uma das ocasiões, veio do próprio ex-presidente. Cid afirmou que o monitoramento de Moraes foi determinado pelo ex-presidente porque ele desconfiava que o ministro estava se encontrando com o então vice-presidente Hamilton Mourão, que havia virado seu desafeto. “O presidente recebia muita informação, muitos informes pelo celular dele. E pelo perfil dele, já ficava nervoso, irritado e mandava verificar. Às vezes, ele (Bolsonaro) aloprava”, disse Cid.
Os mais radicais – No relato inaugural de sua colaboração, Cid revelou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compunham a ala “mais radical” dos grupos que orbitavam o ex-presidente e incentivavam um golpe. Ambos, porém, não foram indiciados pela PF nem denunciados pela PGR. Isso significa que a corporação não encontrou, até o momento, elementos mínimos para que sejam formalmente acusados. Segundo Cid, o núcleo mais radicalizado era dividido em duas partes. A primeira, com nomes como o ex-ministro Eduardo Pazuello e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se concentrava em buscar indícios de fraudes nas urnas. A segunda, que “instigava o ex-presidente a dar um golpe”, teria figuras como Michelle, Eduardo, o então assessor especial Filipe Martins, os ex-ministros Onyx Lorenzoni e Gilson Machado, o general Mario Fernandes e os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES). Os apoiadores de Bolsonaro considerados moderados temiam que a ala mais radical levasse o presidente a assinar uma “doidera”, revelou Cid.
Cartões financiavam motociatas – Os gastos operacionais das motociatas de Jair Bolsonaro foram sistematicamente bancados com o cartão corporativo do GSI do ex-presidente, segundo revelou Mauro Cid em sua delação premiada. Os depoimentos prestados pelo ex-ajudante de ordens tiveram o sigilo levantado há pouco e mostram de que maneira eram pagas as despesas criadas pelos passeios sobre duas rodas com apoiadores. Segundo disse Cid à PF em 28 de agosto de 2023, o GSI, comandado pelo general Augusto Heleno, precisou “comprar motos similares à do ex-presidente para poder acompanhá-lo”. E também que era preciso “embarcar as motos” (ou seja, pagar pelo transporte delas) até o local desses eventos. Além desses valores, havia custos relativos a “gastos de hospedagem e alimentação dos servidores que faziam a segurança”. Tudo era pago no cartão corporativo, segundo Cid.
Reunião na casa de Braga Netto buscava ‘caos social’ – A delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro – que teve o sigilo judicial retirado ontem – traz novas implicações para o general de quatro estrelas e ex-ministro Braga Netto, preso desde dezembro. No Acordo de Colaboração, Mauro Cid afirmou que a reunião na casa do general, no dia 12 de novembro de 2022, com a presença de soldados das forças especiais, os “kids pretos”, serviu para discutir ações que “gerariam caos social”, com o objetivo de levar Bolsonaro a decretar “estado de defesa, estado de sítio ou algo semelhante”. O ex-assessor disse ainda que Braga Netto cogitou financiar o plano de sequestro e assassinato das autoridades, com recursos do PL, sigla do ex-presidente.
20-02 XP News
Bom dia,
🔴 Mercados em baixa às 5h45 de Brasília: S&P -0.25%, Dow Jones -0.20%, Nasdaq -0.32% e o índice europeu STOXX600 +0.14%.
🚨 CNN – Preço do café arábica atinge maior valor em 30 anos, diz Cepea
O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 chegou a R$ 2.769,45 por saca de 60 kg no dia 12/02. Apenas em 2025, o valor já subiu mais de R$ 500 por saca, com a combinação de estoques baixos, demanda firme e preocupações com a safra atual.
🇺🇸 NO BOLSO DO POVO: O presidente dos EUA, Donald Trump, revelou na quarta-feira que está considerando enviar para os americanos 20% do dinheiro economizado pelo grupo consultivo do Departamento de Eficiência Governamental.
🇺🇸 SEM CORTE DE JUROS: A ata da reunião do Federal Open Market Committee mostrou as autoridades prontas para manter as taxas de juros estáveis até uma melhora maior na inflação.
🇺🇸 TAXA DE 10 ANOS: O rendimento do título de 10 anos caiu menos de 1 ponto-base, para 4,535%, enquanto o rendimento do título de 2 anos teve queda de 3 pontos-base, para 4,274%.
👉 Investidores estarão atentos aos dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego, que devem ser divulgados às 8h30, horário do Leste dos EUA.
🇧🇷 MACRO BRASIL: Apesar do dia sem indicadores aqui e no exterior, a taxa de 10 anos local avançou 18 bps, a 14,43%, enquanto a NTN-B longa subiu 3 bps, pagando inflação + 7,34%. O real depreciou 0,7%, a R$ 5,73.
Valor – Senado aprova projeto que restabelece execução de restos a pagar desde 2019 e inclui emendas
A proposta inclui emendas parlamentares bloqueadas pelo STF e vai de encontro a um veto de Lula na LDO de 2025. A Fazenda e a equipe econômica são contra, devido ao impacto no Orçamento de 2025. Davi Alcolumbre afirmou que a proposta irá recompor um total de R$ 15,7 bilhões.
O Globo – Trump diz que é ‘possível’ um acordo comercial com a China
Em 2020, os EUA haviam alcançado “um grande acordo comercial com a China”, e um novo pacto é “possível”, disse Trump. Ele afirmou que seu relacionamento com o presidente Xi Jinping é “excelente”.
Folha – Tesouro Direto tem recorde de investidores e jovens buscam plano para aposentadoria
O Tesouro Direto atingiu 3 milhões de investidores no Brasil em dezembro de 2024, segundo a B3, crescimento de 22% em relação aos 2,5 milhões registrados no mesmo mês de 2023. O valor em custódia aumentou 13%, passando de R$ 126,8 bilhões em 2023 para R$ 142,7 bilhões em 2024.
O Globo – Empresas de vale-refeição apresentam ao governo medidas para reduzir taxas de pequenos e médios estabelecimentos
As propostas incluem redução de tarifas para pequenos e médios estabelecimentos e redução nas taxas para negócios que comprem insumos de agricultura familiar ou produtores que tenham o selo de sustentabilidade do Ministério da Agricultura.
O Globo – Dieese: 88,2% dos reajustes salariais em janeiro tiveram ganhos acima da inflação
O principal responsável para o aumento do percentual acima do INPC foi a valorização do salário mínimo, ocorrida no mesmo mês.
Valor – Mercado de capitais atinge fatia recorde no nível de endividamento das empresas
Participação em 2024 chegou a 33% das dívidas das companhias brasileiras, acima dos 31% de 2023; há dez anos, o percentual era de 15%.
Folha – Lucro da Vale cai 21% em 2024, para R$ 31,6 bi, e empresa corta projeção de investimentos
A empresa anunciou R$ 9,1 bilhões em dividendos, um novo programa de recompra de ações e a redução em sua projeção de investimentos em 2025, de R$ 37,5 bilhões para R$ 33,6 bilhões.
Estadão – B3 lança ferramenta de negociação de grandes lotes de fundos imobiliários
A ferramenta vai facilitar operações para investidores institucionais e trazer mais liquidez ao mercado de FIIs, concentrado atualmente em pessoas físicas.