O QUE VEM POR AÍ?

Depois da estiagem veio a enchente. Depois da enchente, veio uma nova seca. E agora enfrentamos o período de temporais-relâmpago com o combo completo: chuva, vento, granizo, raios e trovões. Quase sempre seguido da falta de energia elétrica, um problema que apesar do avanço tecnológico parece ter piorado nos últimos tempos.
Desde a última quinta-feira os porto-alegrenses têm enfrentado tempestades quase sempre no meio ou final da tarde. O fenômeno é precedido por um aumento gradativo de calor, desde as primeiras horas do dia. Perto do meio-dia o abafamento é insuportável. Sair à rua é um desafio para fortes ou para necessitados que não podem adiar algum compromisso.
Mais do que nunca é fundamental ficar atento aos comunicados dos órgãos ligados à meteorologia. O que antes era motivo de ironias e brincadeiras – devido à grande margem de erro das previsões – hoje tornou-se a antecipação que pode poupar vidas e enormes prejuízos materiais.
Nas mais diversas regiões do Estado nota-se a ocorrência destes temporais de verão. A chuva, ansiosamente aguardada há meses pelo setor primário gaúcho, tem vindo com grande intensidade, causando inúmeros transtornos e significativas perdas em lavouras de várias culturas.
Como em tudo na vida, sempre há os dois lados da moeda. Quem pôde usufruir de períodos de folga ou férias no litoral tem experimentado belas temporadas de calor, sol forte e águas cálidas e cristalinas. Desde dezembro o clima tem sido parceiro dos amantes das areias, inclusive no Rio Grande do Sul. O famoso “chocolatão”, de águas frias e turvas, cederam ao mar claro. Isso, no entanto, tem motivado o aumento de afogamentos, inclusive em rios, açudes e arroios do nosso interior.
O fanatismo de alguns fez com que muita gente não levasse a sério os alertas referentes às mudanças climáticas, as consequências do aquecimento global/efeito estufa e da queima de combustível fóssil, lixo e da poluição em geral. Estamos, sim, diante de profundas alterações climáticas, cujos desdobramentos a médio prazo são inimagináveis.
Existem alertas de grandes catástrofes, a partir do degelo acelerado em várias regiões do planeta. Urge, agora, prevenir, adotar medidas para mitigar o desconhecido, o que vem por aí.