Ele não nasceu em Santana do Livramento, nem em Rivera, portanto, não é ” doble chapa”.
Ao que todos dizem, faz bastante tempo.
Inobstante as mais diferentes visões, cristãos, islâmicos, protestantes, judeus, evangélicos, espíritas, luteranos, umbandistas, ateus, enfim, …, ainda não havia pensado por esse ângulo, mas tem sempre um menino. Foi em dezembro, lá se vão 2024 anos. Dizem que nasceu numa manjedoura, alguns dias depois
recebeu até a visita de 3 reis, falam até que sua mensagem era tão forte que um tal Herodes não o queria vivo. Ledo engano. A presença do menino ficou marcada para todos, crentes ou não. Ele emanava e emana o bem, tal qual os meninos ele representa uma mão extendida, um sorriso cândido, um olhar de paz e de esperança, a simplicidade e a meiguice própria dos meninos que ainda não descobriram que existe o mal, e que o perdão, é apenas um momento depois de um episódio não querido, não vale a pena o rancor. Os meninos estão nas esquinas, nas sinaleiras, engraxando sapatos, nos campinhos de futebol, em qualquer cantinho, com o celular na mão, concentrados num imperdível jogo eletrônico. Sim, estão nas ruas, nas casas pequenas e grandes, nas favelas e nos bairros nobres, mas ainda não sabem o que é o mal, a verdade única, o Estado democrático de direito, liberdade de expressão, fake news. Mas não julgam os outros, não imputam isso ou aquilo, em razão do que pensam. São meninos, são nossos filhos, sobrinhos, estão pedindo dinheiro na rua, vendendo balas e sacos de pipoca vencida, estão por aí. Bueno, falam em Jesus, nem todos, mas a humanidade não tem dúvidas que os meninos ainda se mantém puros e irradiando o bem.
Ele vai nascer de novo em dezembro. Pros crentes de qualquer religião, inclusive os que não acreditam nele, fica uma mensagem que se mantém e se manterá, o menino nascendo, um brilho de uma estrela, um recomeço, sinal de que não há mal duradouro, o bem é um permanente alimento que nos leva sempre a frente. Assim, não esqueçam do menino, ele está conosco na Sarandi, em Roma, Paris em qualquer lugar. Não podemos perde-lo.
Um feliz Natal.
Eduardo Battaglia Krause
Advogado e escritor