qui, 21 de novembro de 2024

Variedades Digital | 16 e 17.11.24

Refazenda

Muitos espectadores se perguntam o porque os americanos estão sempre refazendo seus filmes. Isso obedece a uma lógica de mercado simples: se algo já deu certo antes pode funcionar de novo.
Dito isso, existe uma lógica ditada pelo Barão de Itararé, que não foi criada especificamente para a crítica de arte: de onde menos se espera é que não vai vir nada mesmo. O projeto da refilmagem de ‘O Corvo’ tinha todos os sintomas que ia dar errado: passou pelas mãos de SEIS diretores e DOZE roteiristas, tudo andava até bater em alguma coisa e voltar ao início… até que finalmente saiu do papel, tendo Bill Skarsgard (de ‘It’) como protagonista e o tocador de obras Rupert Sanders na cadeira de diretor. Não vejo como um grande problema a refilmagem em si, vários filmes ‘sagrados’ receberam novas versões que se revelaram bem válidas e interessantes… e todo filme é um documentário sobre a época que foi feito, então a mesma história contada para uma nova geração de espectadores pode ter as suas qualidades.
Os problemas começam com o casalzinho principal, sem química nenhuma. Tudo passa pela menina, FKA Twigs, que é uma rapper e dançarina, não atriz… e totalmente inexpressiva. Daí começamos com meia hora de enrolação e romance antes de começar a história principal, de assassinato e vingança. Tudo fraco, forçado, com cenas de ação picotadas demais, incompreensíveis, e uma história aonde nenhum dos atores parece estar de verdade na história.
Comparação nem sempre é o melhor método para se avaliar uma obra de arte… o original, com Brandon Lee, não era exatamente uma obra prima inabalável e inalcançável, dava margem para releituras em vários aspectos… mas funciona bem melhor em todos os aspectos contando a HQ de James O’Barr. Não sou contra se retomar histórias já filmadas, mas parto do princípio que caso não se tenha nada diferente ou interessante para contar que se abstenha. O diretor está no melhor estilo tocador de obras, sem paixão nenhuma, e o final arranjado para deixar margem para continuações é o último prego no caixão, carimba o passaporte de ‘O Corvo’ para a lista de piores filmes do ano.
Apareceu na rede também a refilmagem de O Assassino, clássico de Hong Kong dirigido por John Woo na virada dos anos 80 para os 90. E dirigido por… John Woo, o próprio, octagenário e saindo da aposentadoria. O original é melhor, a ética asiática fica esquisita quando a história é transposta para a França, tudo fica esquisito quando se muda o sexo do protagonista, o novo final não funciona às mil maravilhas… mas John Woo meia boca e comprometido é melhor que muitos filmes bons de alguns cineastas até conceituados. Os destaques dos filmes dele sempre foram as cenas de ação, e mesmo com orçamento reduzido elas brilham aqui, tendo como cenário Paris, com aquelas ruas estreitas que parece que foram feitas para que se filmassem perseguições de carro. Woo se passa, criando cenas com poucos efeitos digitais, testando o limite dos coitados dos dublês e a habilidade dos motoristas. E dê-lhe arma apontada na cara e ótimos pega na chincha e pega pra capar. Para os chatos sempre vai ter a versão original, disponível em DVD e em download digital para quem quiser. Se é pra refazer o filme de John Woo que seja pelo próprio. Como diziam os Beatles, ele entra e sai de moda mas é uma garantia de provocar um sorriso.

Lorenzoni quer explicações da Portos RS para demora na dragagem das hidrovias

O deputado Rodrigo Lorenzoni enviou nesta quinta-feira (21/11), ofício para a Portos RS, empresa pública do Estado, solicitando plano de trabalho e cronograma completo da execução da dragagem dos canais e das hidrovias do estado. Rodrigo também está requerendo na Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo a convocação do presidente da estatal, Cristiano Klinger, para explicar a demora na