A raça Dohne Merino é estreante este ano na Expointer. Fernando Martins, da Cabanha Mata-Olho, de Sant’Ana do Livramento, trouxe três exemplares: um macho e duas fêmeas, que vão participar de julgamentos. O macho é filho de animais importados do Uruguai, com pedigree. “É o Quatrinho, mimoso da minha esposa, que tem um ano e pesa 81 quilos. Uma das fêmeas é chamada de Carequinha, mas a outra não tem apelido. Cada uma pesa 60 quilos”, disse Martins, que também é médico veterinário e presidente da Associação Brasileira de Criadores de Dohne Merino.
Ele contou que é a primeira vez da raça e dele na Expointer. “Hoje crio 500 animais, entre eles, 300 fêmeas em reprodução e 40 carneiros”. A raça tem origem na África do Sul, a partir do cruzamento do Merino Alemão (de carne) e o Merino Peppin (de lã). “Essa raça foi desenvolvida em uma região inóspita e é muito rústica. E ela se adaptou muito bem na Austrália, Uruguai, Argentina e Chile. É uma raça de duplo propósito (50% carne e 50% lã). A lã é fina, procurada pelo mercado da alta costura hoje. Quanto ao uso da carne, tem uma carcaça de excelente qualidade, acima de 46%”, esclareceu.
“Esses ovinos são animais dóceis. As fêmeas são excelentes mães, dão muito leite”, afirmou Martins. Ele começou a criar a raça há dez anos, quando adquiriu um reprodutor e foi cruzando com o Merino Australiano que possuía, até ela ficar definida. “Acredito que essa raça vai se expandir muito no Rio Grande do Sul. A Associação tem apenas um ano e já possui 20 associados.”