qua, 20 de novembro de 2024

Variedades Digital | 16 e 17.11.24

MEIO DO ANO CHEGOU. PARA ONDE VAMOS?

Buenas!

Chegamos na metade do ano! Medalha olímpica para nós, os vencedores, afinal, nem todos conseguiram vencer estes seis meses, principalmente se for algum dos tantos abalados habitantes dos pampas gaúchos!

Que ano! Ou melhor: que meio ano foi esse, senhoras e senhores? Tornado arrasando a capital gaúcha em janeiro, calor recorde e escaldante em fevereiro, março e abril! Mas, ufa!, maio foi diferente! Ufa nada!, maio foi a personificação do dilúvio bíblico!

Nunca antes tanta chuva caiu no RS, ao menos desde antes da chegada dos açorianos. E não há registro de chuvas tão intensas e arrasadoras em nenhum documento indígena. Talvez porque os índios que aqui habitavam e já se foram por obra e graça do colonizador europeu não possuíam arquivos nem registros escritos…

Junho foi de uma reconstrução que parece não ter fim. Entretanto, ao que parece, este meio ano arrasador ficou para trás, se foi, nunca mais teremos outro igual. Será? O que esperar dos próximos seis meses? Quem disser que sabe estará mentindo ou, no mínimo, exercendo ilegalmente a profissão de futurista!

Os meteorologistas estão batendo cabeça, é tanto el nino, tanto el nina, é baixa pressão daqui, alta pressão dali, calor extremo no sudeste, seca no centro-oeste que impede as chuvas, ora de subir, ora de descer, que ninguém sabe onde iremos parar ou quando teremos novas enxurradas pela frente…

Além do trabalho gigantesco de reconstruir rodovias, lavouras, silos, hortas, bairros, casas e cidades quase que inteiramente, tanto as autoridades envolvidas quantos as pessoas atingidas precisam ldar conta das contas de tudo isso, que são e serão astronômicas!

O pior é saber que não serão pagas de uma vez só muito menoa por uma única geração. A exemplo disso, lembro que nas chuvas de novembro falava-se que as casas de bombas de Porto Alegre, que não funcionaram ou foram ineficazes, precisavam de geradores de energia para funcionar adequadamente, mas seria muito caro, disseram as autoridades envolvidas.

Estamos em julho e lá se vão mais de 40 dias sem chuvas torrenciais e o que encontro nas margens da avenida que costeia o rio Guaíba aqui na capital gaúcha? As três casas de bombas do parque Harmonia com geradores imensos estacionados ao lado delas, possantes, abastecidos por tanques de diesel, guarnecidos pela guarda municipal, ostentativos e, principalmente, paliativos!
Por que, cargas d’água à parte, eles não foram alugados no início das enchentes? As autoridades tiveram tempo para pensar, ponderar e decidir, pois as águas que aqui bateram limites nunca antes atingidos levaram muitos dias para descer a serra e o vale do Taquari para, enfim, espraiar-se pelas outroras praias da região metropolitana e arrasar a capital gaúcha.

Nem cito aqui casos drásticos como os de Eldorado do Sul, arrasada, como se um furacão levantasse casas, asfalto e árvores, como se de papelão fossem. Ali não havia cada de bombas. Nem falo do bairro Sarandi, que teve diques mal cuidados rompendo, falo aqui só de dois bairros que poderiam ser salvos, caso os geradores estivessem atuantes um pouco antes da água subir.
Não sou hidrólogo nem geólogo, sou tão-somente um achólogo. No meu achismo empírico, tenho certeza que os estragos nos bairros Menino Deus e Cidade Baixa seriam bem menores, para dizer o mínimo, caso estes geradores estivessem operantes, antes – repito em itálico para dar ênfase, notaram? – antes das águas subirem. Tivemos uma semana de aviso prévio e não fizemos nada além de gerar alertas e colocar inócuos sacos de areia nos portos do muro da Mauá.

E, agora que tivemos muitos avisos, um semestre bastante intenso de alertas, tão inesquecível quanto único, o que faremos para prevenir futuros desastres ambientais?
Ouvi especialistas dizendo que muitos bairros deverão mudar de lugar, inclusive sugerem mudanças estruturais de cidades pequenas, como as do vale do Taquari.
Eu cá do meu canto de achólogo sugiro como solução drástica: mudar o estado de lugar!

Quem sabe podemos fazer um acordo com o Uruguai, que está logo ao lado, e migrar terras e pastagens um tanto mais ao sul? Mudar para as bandas do norte, acostar em Santa Catarina ou Paraná não sei não…

SC não tem enchentes do nosso padrão bíblico, mas tem um desmoronamento aqui e outri ali. PR é um pouco neutro, mas tenho minhas dúvidas, lá já tem uma leva de gaúchos, não terá muito espaço para esta nova leva de migrantes desterrados.

Em suma, não sei muito bem para onde iremos, mas sei que tá complicado ficar por aqui. Há pessoas que mal dormem quando ameaça uma chuva ou quando veem nos aplicativos de previsão do tempo que irá chover. Como permanecer em constante alerta climático?
Na dúvida, vou registrar minha carteirinha de achólogo no MEC e criar uma faculdade, distribuir diplomas e, com o lucro das vendas, migrar para lugar ameno.
Mas, no atual momento climático que o planeta enfrenta, estamos tão perdidos que nem o mineiro Drummond poderá nos salvar: José, você corre. Para onde, José?

Notícias do dia por Germano Rigotto

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