O câncer na região da cavidade oral está entre os mais frequentes de cabeça e pescoço, cuja previsão para este ano é de 39.550 novos casos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Trata-se de uma doença oncológica que pode ser tratada e controlada, cuja detecção precoce é crucial, um dos principais alertas da campanha Julho Verde.
“Antigamente os tumores de cabeça e pescoço eram mais prevalentes em pessoas idosas, etilistas e tabagistas. Nos últimos anos, o vírus HPV (papiloma vírus humano) tem contribuído para maior incidência em jovens”, afirma o Dr. Tiago Giordani Camícia, oncologista e responsável técnico da Kaplan/Oncoclínicas em Uruguaiana. A principal forma de infecção, em ambos os sexos, é a prática do sexo oral desprotegido e de relações sexuais com múltiplos parceiros.
Por isso, o principal meio de evitar o contágio pelo HPV é o uso do preservativo. “Outra forma, indicada principalmente para prevenir o câncer de colo do útero, bem como as neoplasias de cabeça e pescoço em potencial, é a vacina contra o HPV, especialmente em meninos e meninas”, orienta o oncologista.
Um estudo apresentado no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), realizado em junho em Chicago (EUA), reforçou a importância da vacinação. O trabalho mostrou que a vacina pode ser eficaz em outras neoplasias provocadas pelo vírus. Os dados revelam que, principalmente nos homens, o imunizante também atua na prevenção de tumores de cabeça e pescoço. O estudo analisou indicadores de aproximadamente 5,5 milhões de pessoas, sendo que cerca de 950 mil tinham recebido a vacina do HPV entre 2006 e 2008. Os homens vacinados apresentaram um risco 56% menor deste tipo de câncer.
A vacina contra o HPV está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas e meninos na faixa de nove a 14 anos. Para grupos especiais, como os indivíduos que vivem com HIV/Aids, pessoas submetidas a transplantes de órgãos sólidos/medula óssea e pacientes oncológicos, a faixa etária é mais ampla (nove a 45 anos para mulheres, e nove a 26 anos para homens). Para os casos de imunossupressão, é necessário apresentar prescrição médica. É válido citar que as chances de desenvolver câncer de cabeça e pescoço também podem ser consideravelmente reduzidas ao evitar o consumo de álcool e de tabaco, e manter adequada higiene bucal.
Prevenção e sinais de alerta
O Dr. Camícia informa que os principais sinais de alerta são manchas brancas ou avermelhadas e feridas na boca que não cicatrizam em duas semanas, sensação de corpo estranho, como um espinho na garganta, dificuldade ou dor para mastigar ou engolir, bem como nódulo no pescoço e alterações na voz ou rouquidão por mais de 15 dias. No entanto, como esses sintomas também são causados por outras condições clínicas, o especialista frisa que é importante conversar com o médico para uma melhor avaliação. Com a detecção precoce e tratamento do câncer, o índice de cura nos casos iniciais da neoplasia nessa região pode chegar a 90%, conforme a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Para evitar o desenvolvimento desses tumores, a recomendação é adotar uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente, manter a higiene bucal em dia, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, usar protetor solar e abandonar o tabagismo. “Parar de fumar, inclusive, é a melhor maneira de evitar a maioria dos cânceres de boca, faringe e laringe”, afirma o oncologista.
Tratamento
De acordo com o Dr. Camícia, nos estágios iniciais, a cirurgia é o principal procedimento e deve, sempre que possível, ser realizada por cirurgião de cabeça e pescoço. Em alguns casos, após o procedimento cirúrgico, pode ser indicada quimio e radioterapia complementar. Já em situações onde não possa ocorrer, o tratamento de quimio e radioterapia concomitante pode ser uma opção. Quando a doença está mais avançada, geralmente, a terapêutica inclui quimioterapia associada à imunoterapia.
“Normalmente os pacientes em tratamento para tumores de cabeça e pescoço vão precisar também de acompanhamento multidisciplinar. Isso inclui avaliação nutricional e fonoaudiologia para minimizar os efeitos colaterais do tratamento, garantir melhor recuperação e funcionalidade, especialmente da voz e da deglutição”, finaliza.
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Com tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas traz resultados efetivos e acesso ao tratamento oncológico, realizando aproximadamente 635 mil tratamentos nos últimos 12 meses. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos mais reconhecidos centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, empresa especializada em bioinformática, sediada em Cambridge, Estados Unidos, e participação societária na MedSir, empresa espanhola dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer. A companhia também desenvolve projetos em colaboração com o Weizmann Institute of Science, em Israel, uma das mais prestigiadas instituições multidisciplinares de ciência e de pesquisa do mundo, tendo Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas, como membro de seu board internacional. Além disso, a Oncoclínicas passou a integrar a carteira do IDIVERSA, índice recém- lançado pela B3, a bolsa de valores do Brasil, que destaca o desempenho de empresas comprometidas com a diversidade de gênero e raça.
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