Para nós, brasileiros, o inventor do avião é daqui e ponto final. Santos Dumont, 14-Bis, Paris. Mesmo havendo certa disputa com os Irmãos Wright, não titubeamos na resposta. E as invenções que são de nosso país e não são reconhecidas? Ou são, mas não nos vangloriamos delas? Separei então, duas, com autorias de, com sua bênção, padres católicos.
Rádio
No ringue, pelo título de inventor do rádio: os famosíssimos Guglielmo Marconi x Nikola Tesla. O vencedor: segundo muitos estudiosos, nenhum deles, e sim o Porto-Alegrense Roberto Landell de Moura, o “padre-cientista”.
Quase ao mesmo tempo em que Marconi fazia sua primeira transmissão com ondas de rádio no Canal da Mancha, nosso padre assustava os presentes em uma demonstração no Colégio Santana em São Paulo, com as palavras “Toquem o Hino Nacional” transmitidas de uma distância de 8 km – isso em 1899, vinte e três anos antes da primeira transmissão oficial de rádio no Brasil. Há indícios, inclusive, que o padre já teria feito dessas proezas na capital gaúcha por volta de três anos antes dos gringos da briga acima.
Mesmo sem dinheiro, o gênio Landell desenvolveu vários projetos para a comunicação, tendo chegado a patentear o rádio nos Estados Unidos. Ao voltar, porém, seguiu sem apoio, nem recursos, desistindo de seus experimentos e vivendo o resto de seus dias somente para a vida religiosa.
Máquina de escrever
Na teoria: a invenção é atribuída ao americano Christopher Sholes, em 1867, com várias contribuições de outros… também americanos. Na prática: anos antes disso, em 1861, o padre paraibano Francisco João de Azevedo expunha na Exposição Nacional (no Rio de Janeiro) a “máquina taquigráfica”, como batizou sua máquina, que imprimia sinais taquigráficos apenas apertando teclas. Ganhou medalha de ouro, e, mesmo assim, não foi escolhido para representar o Brasil na Exposição Universal, em Londres.