Os altos volumes de chuvas das últimas semanas estão prejudicando, drasticamente, o escoamento da produção na região do Upamaroti, além das lavouras de soja estarem muito comprometida por conta do excesso de umidade, a produção que já foi colhida não consegue ser transportada pela precariedade das estradas. Na localidade, as carretas com a produção necessitam serem puxadas por tratores por longas distâncias, onde produtores rurais se revezam em vigílias socorrendo os caminhoneiros.
Na região conhecida como Lagoa Branca, uma força tarefa de produtores trabalhou incansavelmente durante o fim de semana para recuperar a cabeceira de uma ponte que corria o risco de ceder após uma cratera se formar no local e impedir o trânsito. Vídeos e fotos enviados ao Jornal A Plateia, mostram a grande dificuldade do escoamento da produção naquela região que concentra uma das maiores áreas agricultável do município. Em um dos relatos enviados a nossa reportagem, um produtor desabava sobre a situação crítica na região. “Na primeira chuva das 8 carretas que nós tínhamos para transporte, cinco delas abandonaram. Puxaram duas ou três cargas e foram embora. Com o passar do tempo, contratamos mais três e, infelizmente, nos abandonaram também. Temos somente 4 carretas aqui e foi preciso subir muito o valor pago pelo frete para que eles permanecessem trabalhando e assim mesmo não sabemos se vão ficar até o final da colheita. Neste fim de semana, a gente teve também que meter os peitos e arrumar a cabeceira de uma ponte que “tava” caindo, como mostra neste vídeo aí. Porque, infelizmente, não podemos esperar pelo poder público vir aqui arrumar, se é que vão vir”.
Segundo o secretário de agricultura, Edu Gutebier, a prefeitura vem atacando os problemas emergenciais em várias frentes auxiliando produtores de todas as regiões atingidas, mas infelizmente a situação do interior do município é bastante complexa. “O nosso município está detonado, pessoal colhendo e perdendo lavoura em vários pontos, levando pedra e drenando com a retro. Estamos tentando chegar em todas as localidades, mas está bastante difícil, até de chegar com cascalho nessas localidades. As nossas caçambas estão trabalhando praticamente dia e noite. Não saberia precisar o dia em que vamos chegar lá, mas estamos indo. A Cotribá, inclusive, tem nos auxiliando com as caçambas deles”, disse o secretário.