sáb, 1 de fevereiro de 2025

Variedades Digital | 25 e 26.01.25

PF deflagra operação contra evasão de divisas e lavagem de dinheiro

Durante a ação foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão
Foto: Comunicação Social da Polícia Federal em Sant'Ana do Livramento

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (7), a Operação SYMBOLIC que é um  desdobramento da Operação HARVEST de 2022, com ênfase no combate a fraudes cambiais, evasão de divisas e lavagem de dinheiro cometidos no mercado de intermediação de pagamentos para plataformas de apostas e de investimentos no exterior.

Policiais federais cumprem cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Curitiba, Campinas e São Paulo. Além de ordens de indisponibilidade de bens e de valores que podem atingir R$ 620 milhões. As medidas foram expedidas pela 22ª Vara da Justiça Federal em Porto Alegre e têm como foco pessoas que auxiliavam nas rotinas financeiras das operações, notadamente através de fraudes cambiais.

O principal investigado é um brasileiro radicado em Montevidéu, no Uruguai, que controlava um grupo de empresas com sede em Sant’Ana do Livramento, movimentando, entre 2019 e 2023, cerca de R$ 15 bilhões. O grupo de empresas atuava na intermediação de pagamentos vinculados a casas de apostas e plataformas de investimento do exterior, tendo estruturado processos de envio informal de dinheiro ao exterior e de lavagem de dinheiro. Para tanto, o investigado trabalhava conjuntamente com pessoas radicadas no Brasil, na Argentina e na Espanha.

As remessas de dinheiro ao exterior se davam, em sua maior parcela, de maneira informal ou irregular, via dólar-cabo ou mercado de criptoativos. O grupo mantinha um fundo estrangeiro responsável pela compensação remota de pagamentos no exterior. Paralelamente, o grupo investigado contava com o apoio de uma Exchange de criptoativos para efetuar a remessa de valores ao exterior de maneira totalmente informal.

A organização usava o mercado de câmbio formal para documentar o envio desse dinheiro para outros países, buscando dar aparência de regularidade às operações. Uma corretora e um banco de câmbio estão sendo investigados por possível envolvimento nesses processos.

Além disso, empresas não diretamente ligadas à organização eram usadas para movimentar parcelas dos recursos de forma a burlar os sistemas de controle e de compliance dos bancos, bem como dissimular essas movimentações financeiras. Há suspeitas de que essas ferramentas de intermediação financeira serviam para a lavagem.

A investigação é resultado de uma atuação conjunta da Delegacia de Polícia Federal em Sant’Ana do Livramento e do Grupo de Investigação para Repressão à Lavagem de Dinheiro e Crimes Financeiros (LAFIN).

Foto: Comunicação Social da Polícia Federal em Sant’Ana do Livramento