O governador Eduardo Leite se reuniu nesta terça-feira (7/11), em Brasília, com o embaixador do Uruguai, Guillermo Valles, para discutir temas de cooperação internacional nas áreas de logística e transportes entre o Rio Grande do Sul e o país vizinho.
No encontro, realizado na Embaixada do Uruguai, o destaque foi a expectativa pela reinauguração do Aeroporto Internacional Cerro Chapeu, em Rivera, já com as novas regras que permitirão a cobrança de tarifas domésticas, em vez de internacionais, para voos operados por empresas brasileiras naquele terminal.
A mudança, que beneficia passageiros com tarifas mais baratas e abre espaço para a atração de novos voos na região, se tornou possível a partir de um acordo de binacionalização assinado em agosto pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do Brasil, e a Direção Nacional de Aviação Civil e Infraestrutura Aeronáutica (Dinacia), do Uruguai.
As tratativas para o acerto tiveram participação da Secretaria de Logística e Transportes (Selt) e foram tema de encontro de Leite com o presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Paul, em 2020, em Rivera.
“É uma medida importante que se soma a várias iniciativas do nosso governo, como o decreto que assinamos no mês passado para a redução do ICMS sobre querosene de aviação, que levaram o Rio Grande do Sul a ser o Estado com o maior número de rotas aéreas regionais do Brasil”, comentou o governador.
O aeroporto no país vizinho passou por uma ampla reforma de modernização, com investimentos de U$ 12,8 milhões da Corporación América, que administra o terminal.
A pauta da reunião desta terça-feira (7/11) incluiu ainda a construção de uma nova ponte entre Jaguarão e Rio Branco, respectivamente no Brasil e no Uruguai, e a implantação da Hidrovia do Mercosul (Brasil-Uruguai), ligando a Lagoa Mirim à Lagoa dos Patos, até o porto de Rio Grande.
“Faço questão de agradecer pessoalmente o empenho do governo gaúcho na articulação com a União por esses dois projetos, que serão muito importantes para o desenvolvimento conjunto das nossas regiões, em especial pelo grande potencial de ampliação do escoamento de produção agrícola pela hidrovia do Mercosul”, afirmou o embaixador.
A nova travessia servirá para desafogar o fluxo de veículo e mercadorias na Ponte Barão de Mauá, sobre o rio Jaguarão, além de permitir intervenções de restauro na estrutura erguida em 1930. A obra tem custo estimado em R$ 50 milhões e foi incluída na lista de prioridades do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
A Hidrovia Brasil-Uruguai traça um curso de 220 quilômetros entre o Rio Taquari, no Uruguai, e o Porto de Rio Grande. A hidrovia tem previsão de passar pela Lagoa Mirim, pelo Canal São Gonçalo e pela Lagoa dos Patos. O custo estimado em obras de dragagem pelo DNIT para permitir a navegação de embarcações de maior porte é de R$ 390 milhões. O governo uruguaio trabalha ainda para viabilizar a construção de um terminal portuária na cidade de Taquari (Uruguai).
No mês passado, a Hidrovia Lagoa Mirim foi inserida nos estudos do Plano Geral de Outorgas Hidroviárias do governo federal. E a Hidrovia do Jacuí, com 225 quilômetros entre Cachoeira do Sul e Triunfo, está entre as prioridades do novo PAC. A conexão entre essas hidrovias ampliaria a ligação do país vizinho até o centro do Estado.