Considerada a padroeira do Brasil, a devoção a Nossa Senhora Aparecida é a mais popular no Brasil. Venerada desde o século XVIII, quando surgiu nas águas do rio Paraíba do Sul, em São Paulo. Maria foi proclamada em julho de 1930 pelo papa Pio XI Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha do Brasil, a “Mãe Negra” senhora dos milagres.
Anos depois o sincretismo religioso passou a associar Nossa Senhora Aparecida, homenageada no feriado de 12 de outubro, a Oxum, o orixá feminino das águas doces, cultuada em religiões afro-brasileiras homenageada no dia 8 de dezembro.
A Orixá das águas e a Padroeira do Brasil foram unidas por representarem figuras maternas. No sincretismo religioso entre Afro-Umbanda e o catolicismo, Oxum Pandá é Nossa Senhora Aparecida.
Solange Ávila, 60 anos, carrega consigo a fé desde a adolescência, e fez da sua fé um alicerce quando enfrentou um câncer de mama no ano de 2019. Desde o diagnóstico até o último dia de tratamento, Solange fez duas cirurgias para retirada dos tumores, encarou com tranquilidade e sempre buscou através da fé ajudar os demais colegas de tratamento.
“E eu tenho uma força, eu consegui encarar com tranquilidade, não foi fácil. Eu peço em pensamento sempre que estou precisada e as coisas acontecem naturalmente para mim. Mas essa fé só sentindo para entender esse amor por essa ‘Mãezinha’, como eu digo”, contou Solange emocionada.
Com uma trajetória na religião afro-umbandista, Cristiano Cabreira, de 45 anos contou que Nossa Senhora Aparecida surgiu em sua vida quando foi iniciado na religião. Cristiano conta que tudo que tem em sua foi graças a Nossa Senhora Aparecida.
“É em Oxum que acredito, é por Nossa Senhora Aparecida que rogo todos os meus dias, para agradecer todas as forças da natureza que ela me proporciona com suas águas doces e seu manto amarelo ouro anil. Espero que essa ‘Mãe’ tenha misericórdia do intolerante, do racista, do preconceituoso, para que possam se arrepender da ignorância que praticam”, disse.