Nutro profunda admiração pelas pessoas que se dedicam ao voluntariado, especialmente aqueles que o fazem de maneira anônima, sem alardes ou busca de projeção nas redes sociais. Que usam o pouco tempo de folga para arregimentar forças junto aos amigos, familiares e colegas de trabalho a fim de mitigar o sofrimento dos menos necessitados.
A Pesquisa Voluntariado Brasil 2021 revelou que existem aproximadamente 57 milhões de voluntários no país. O levantamento indica, ainda, que 47% destas pessoas passaram a praticar mais intensamente o auxílio espontâneo durante a pandemia que nos impôs o tal “isolamento social”.
Segundo o conceito das Nações Unidas, “o voluntário é o jovem ou adulto que, devido a seu interesse pessoa e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de estar social ou outros campos”. Esta doação de tempo e esforço é resposta à uma inquietação interior que é levada à prática e ao social,a uma tomada de consciência dos problemas ao se defrontar com a realidade.
A caridade é uma forte herança religiosa e cultural que possui um incrível potencial transformador. Fazer voluntariado é ajudar outras pessoas, projetos e comunidades, doando tempo e habilidade em áreas e atividades que precisam de “uma mão na massa”.
Todos nós, de alguma maneira e fruto da nossa experiência e conjunto de habilidades pessoais, podemos ajudar. Muitas vezes precisamos de um empurrãozinho de amigo para partir da teoria/vontade para à prática/voluntariado concreto. Existem inúmeras organizações não governamentais – ou seja, sem vinculação política – que necessitam permanentemente de pessoas dispostas a contribuir sem remuneração.
A miséria cresce a olhos vistos. Nunca antes na história deste país se viu tantos moradores de rua, tantos jovens sem rumo e tantas instituições carentes de recursos e de força humana para minimizar o sofrimento de milhões de irmãos. Todos nós, em algum momento da nossa agenda, temos a possibilidade de engajamento em algum movimento de voluntariado. Este, talvez, seja mais um daqueles inúmeros conteúdos que deveriam figurar na grade de disciplinas escolares. Desde a mais tenra idade.
Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]