Juan Dutra é filho da Fronteira, autor de dois livros sobre pastoreio racional, já andou meio mundo divulgando a pecuária e a agricultura regenerativas, e hoje, de volta ao pago, com a mala cheia de conhecimentos orgânicos, começa a divulgá-los a partir do seu estabelecimento em Rivera. Nesta primeira empreitada, do dia 25 ao 30 de julho, contará com o apoio de Jairo Restrepo, veterano Engenheiro Agrônomo, com 45 anos de experiência em 55 países, autor de 16 livros, número 1 no nível mundial em agricultura orgânica.
“Não há nada que não possa ser feito com fermentação de estrume de vaca, com materiais baratos e que mesmo o produtor pode fazer, quebrando a rota de dependência da compra de insumos que são cada vez mais caros e muitas vezes, menos efetivos. Carrapatos, moscas, saguaypé, parasitas internos, tudo pode ser controlado com o melhor pastejo, boa água e produtos orgânicos. Tudo será mostrado nesses seis dias, desde a teoria até a prática. Há muito tempo viemos falando sobre uma pecuária “sustentável” que pudesse ser lucrativa de todos os pontos de vista, mas com o passar do tempo, ambas coisas parecem ser antagonistas. Quando se chega na primeira, a segunda foge do produtor. Os consumidores urbanos dão sinais cada vez mais claros da sua preferência, e principalmente nos países que importam nossos produtos a valores mais altos, a demanda é pelo “orgânico”. Mas, o que é orgânico? Por definição deveria ser todo produto que na sua rota de produção somente foi tratado com produtos que estimulam a vida, como fungos (controle de carrapatos e vermes), levedos (produção de fermentações para adubar pastagens e cultivos) e as temidas bactérias (captura de microrganismos benéficos e sua multiplicação massiva para alimentar o gado e fins agrícolas)”, comenta .
Segundo o organizador do curso, Juan Dutra, todas essas tecnologias tão velhas, e ao mesmo tempo tão novas para os pecuaristas, e que parecem inalcançáveis, estão disponíveis. São experimentadas, testadas, aprovadas e continuadas por mais 50 anos. Elas, somadas a um correto manejo das pastagens nativas e implantadas, podem sim se tornar uma ferramenta barata, de permanente melhora do solo, certamente, das pastagens, o que recuperará lugar para mais e melhores vacas, mais dinheiro no bolso e, portanto, mais famílias no campo.
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