Ap ó s re l ato s de possíveis ataques em escolas de Sant’Ana do Livramento serem disseminados em redes sociais e aplicativos de trocas de mensagens, autoridades da área de Segurança Pública vieram a público esclarecer dúvidas e anunciar medidas visando reforçar a segurança nos educandários. Nesta semana, a Polícia Civil concedeu entrevista coletiva à imprensa na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). Nela, a delegada titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil, Giovana Muller, e o delegado regional Laurence Teixeira, explicaram o trabalho da Polícia em casos de ameaças de ataques à escolas que vêm sendo propagados na internet, ressaltando que os casos vêm sendo registrados em todo o Brasil. “Esses fatos não s ão novidade para nós. No nosso caso, estamos investigando desde os primeiros relatos em Livramento, ocorridos no mês de março”, explicou Laurence, referindo-se ao caso de racismo registrado no Instituto Liberato Salzano Vieira
da Cunha no mês passado, bem como à onda de mensagens de ódio que teriam circulado em grupos de WhatsApp em Sant’Ana do Livramento nesta semana. O delegado mencionou ainda a imputação penal que esses atos podem gerar aos autores: “Reproduzidos em redes sociais, são fatos criminosos previstos no Código Penal, que inclui prisão somados aos fatos de cada caso. Então,
gostaríamos de dizer à comunidade que as situações estão sob controle”, alertou. A delegada Giovana Muller explicou que, como vem sendo observado, há semelhanças na origem de manifestações de ódio: “Na maioria dos casos, o bullying está relacionado com a motivação das ameaças. Torna-se mais complexo quando os fatos são registrados em redes sociais, onde o ambiente é muito mais amplo e as mensagens são facilmente disseminadas. Pedimos às pessoas que têm proximidade com crianças e adolescentes que têm acesso à internet que monitorem o conteúdo aos quais eles estão tendo acesso, especialmente pelo fato de alguns ambientes possuírem códigos e linguagens próprias, como em jogos. A partir desse ponto, buscamos combater ações que visem a propagação
de me n s a ge n s de ódio contra negros, mulheres, populaç ão LGBTQIA+ ou qualquer mensagem referente à uma ideia de supremacia”, ponderou.
MENSAGENS EM REDES SOCIAIS INCITAM ATAQUES E CITAM 20 DE ABRIL
Mensagens de texto, imagens e vídeos incitando atos de violência em instituições de ensino vem sendo registradas por todo o país. Muitas delas citam o dia 20 de abril como um possível “dia do massacre”. Esta data é citada em alusão ao dia 20 de abril de 1999, onde dois estudantes armados invadiram uma escola em Columbine, nos Estados Unidos. No massacre, 12 alunos e um professor foram mortos e o episódio foi o estopim para a criação de diversos movimentos antiarmamentistas ao redor do mundo. Presentes em diversos fóruns virtuais e redes sociais, mensagens alusivas a este episódio e a qualquer outro ato de violência podem ser enquadrados no Código Penal como crime de incitamento ao ódio e à violência, previsto no Art. 240º do documento. A comprovação do crime pode gerar uma pena de seis meses a cinco anos de prisão.
MEDIDAS DE SEGURANÇA VISAM INIBIR POSSÍVEIS ATOS DE VIOLÊNCIA
Além disso, a semana foi marcada pela intensificação do policiamento em frente às escolas de Sant’Ana do Livramento. Profissionais da Brigada Militar atuaram em pontos estratégicos da cidade, concentrando-se nos educandários especialmente nos horários de maior movimento. Agentes da Secretaria de Trânsito e Mobilidade Urbana auxiliaram no plano de monitoramento em instituições municipais, após uma reunião da prefeita Ana Tarouco (PL) com o Comandante Geral do 2º RPMon, Major Aníbal Silveira. Em nota, o Comando Geral da Brigada Militar afirmou que o Departamento de Inteligência da Segurança Pública (DISP) e as agências de inteligência das forças de segurança do Estado estão monitorando o tema e que as aulas devem ocorrer normalmente
em todo Estado.