As ações asiáticas encerraram a sexta-feira em queda (exceção ao índice Nikkei, no Japão), mesma direção apontada pelos futuros em Wall Street, com os investidores aguardando dados importantes para obter pistas sobre a campanha de aumento de juros do Federal Reserve.
A sexta-feira marca a divulgação do índice de gastos de consumo pessoal – o indicador de preço preferido do Fed – que deve mostrar aceleração em meio a receitas robustas e crescimento de gastos.
Na Ásia, o indicador de ações da MSCI para a região, se encaminha para a quarta queda semanal consecutiva, a mais longa sequência de perdas desde setembro. As ações de tecnologia listadas em Hong Kong lideraram a queda após os resultados da gigante do comércio eletrônico Alibaba Group, que deixou os analistas cautelosos quanto às perspectivas de receita da empresa.
O mercado japonês foi destaque no continente, com os dados de sexta-feira mostrando a aceleração da inflação, com o candidato do governo para ser o próximo presidente do banco central enfrentando seu primeiro interrogatório no parlamento.
Kazuo Ueda disse aos legisladores que a flexibilização da atual política monetária é apropriada, mas acrescentou que o banco central pode avançar para a normalização se uma inflação estável de 2% entrar no horizonte.
Nos EUA, a aceleração mostrada pelo índice PCE se somou a uma série de números desfavoráveis que reforçam a hipótese de o banco central manter as taxas em 5,25% por algum tempo. O benchmark atual se encontra em uma faixa entre 4,5% e 4,75%.
Entre as commodities, o petróleo vai ampliando o avanço verificado na quinta-feira, quando quebrou sua mais longa sequência de perdas desde dezembro.
Por aqui, a equipe econômica sinalizou que o governo deve voltar a cobrar os impostos federais sobre combustíveis em março. A medida provisória (MP) que desonera PIS e Cofins sobre a gasolina e o álcool, editada no governo Bolsonaro e prorrogada pelo presidente Lula, encerra no dia 28 de fevereiro. Após isso, a gasolina deverá aumentar em R$ 0,68 por litro nos postos, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Na quarta-feira, 22, em entrevista ao Estadão, Gabriel Galípolo, Secretário Executivo da Fazenda, afirmou que, até agora, a decisão é pela reoneração.
“A informação que nós temos hoje é de que sim, a desoneração termina agora no dia 28″, disse. “No momento, como está no ponto de vista legal, no dia 28 se encerra o subsídio sobre gasolina. É isso que a gente tem colocado no momento. Mas sempre essas avaliações são considerando uma série de outras perspectivas para além da econômica”, afirmou.
Já o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, deve se encontrar com Lula nesta sexta-feira para debater o tema.