sáb, 23 de novembro de 2024

Variedades Digital | 16 e 17.11.24

Jornal A Plateia: há 86 anos registrando o passado, descrevendo o presente e projetando o futuro

Nestes 86 anos, ou quase 24 mil edições impressas depois, o Jornal A Plateia consagrou-se como um marco na busca por retratar Livramento e Rivera com liberdade, isenção e, principalmente, comprometimento com você, leitor
Algumas das 23.988 edições do Jornal A Plateia veiculadas ao longo destes 86 anos. Fatos marcantes a nível local, nacional e internacional passaram e continuarão passando por aqui. (Arte: Samuel Palmeira e Lucas Noro/AP)

“O mundo era tão recente que muitas coisas não tinham nomes, e para mencioná-las era preciso apontar o dedo para elas”. A frase escrita pelo autor colombiano vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, Gabriel García Márquez, em seu célebre livro “Cem Anos de Solidão”, remete a um universo percorrido pelo escritor que é narrado ao longo de um século. Ascensão e queda de trajetórias, transformações de um mundo que se desenvolve e se transforma à medida que a humanidade descobre e ressignifica seu lugar no tempo e no espaço. Para além da literatura fantástica de García Márquez, o mundo é, ou parece ser, um retrato daquilo que lembramos e documentamos, seja por meio de registros históricos ou pela experiência passada de geração para geração. Algo como “alguma coisa só existe porque atribuímos significado a elas por meio da linguagem e, por meio da linguagem, construímos memórias, com a reunião de memórias desenvolvemos narrativas…”. É deste ponto de partida que convido o leitor a pensar: o que seria de nossas memórias e até mesmo de nossa identidade, se não existisse uma ferramenta de registro de fatos livre e isenta. Estaríamos sujeitos a construção de um realismo fragmentado, dissoluto e, portanto, limitado. A imprensa é importante nesse sentido: documentar os fatos que fogem aos nossos olhos na vida cotidiana.

A narrativa construída em torno de um acontecimento constitui a memória daquilo que fomos; projeta, em perspectiva aquilo que queremos ser e revela o que se pode transformar. Agora, nós, santanenses, façamos um pequeno exercício de abstração sobre nossa Fronteira: imaginem se não existisse nenhum veículo de divulgação coletiva de fatos, ocorrências relevantes ou impactantes para nossa comunidade; se não pudéssemos registrar, rememorar, narrar aquilo que  foi importante outrora; se, sem essa ferramenta, à qual chamamos de imprensa, não fosse possível identificar e direcionar nossas ações à luz da informação? Neste universo, imaginado aqui, o Jornal A Plateia não teria sido fundado em Sant’Ana do Livramento pelo pecuarista Carlos Eugênio Varella no dia 10 de janeiro de 1937 para informar, à época, os acontecimentos em torno de outro veículo construtor de imaginários e memórias: o cinema. Possivelmente, podemos concluir, teríamos quase um século de memórias imaginadas, como as descritas por García Márquez na fictícia Macondo, cenário de seu livro. Nestes 86 anos, ou quase 24 mil edições impressas depois, o Jornal A Plateia consagrou-se como um marco na busca por retratar Livramento e Rivera com liberdade, isenção e, principalmente, comprometimento com você, leitor. Mais do que informar, o exercício perene de narrar os fatos sobre tudo aquilo que acontece à nossa volta proporciona uma ferramenta imprescindível à construção da memória: a consciência crítica sobre o que se vê e o que se registra; também, e não menos importante, sobre o que se reverte em ação.

Primeiro jornal publicado em dois idiomas no Brasil, A Plateia reúne também duas culturas distintas e, ao mesmo tempo, complementares. A Fronteira é, também, aquilo que se mostra em torno dela. Passadas quase nove décadas, A Plateia resiste e se reinventa em seus variados formatos e modos de divulgação da notícia.

Sob direção da família Badra desde 1999, o Jornal A Plateia permanece informando a comunidade da Fronteira. (Foto: Marcelo Pinto/AP)

No entanto, um ideal permanece vivo e se reproduz, seja para quem busca se informar digitalmente em tempo real, seja para aquele que faz questão, como um hábito que fortalece o elo com um passado ainda presente, o de abrir o jornal toda semana para, ao folhear as
páginas, acumular memórias, construindo e compartilhando conhecimento por meio da notícia. Sabemos, portanto, que o realismo fantástico produzido e consagrado por García Márquez é limitado pela memória daquele que narra os fatos mas, neste caso, cumpre brilhantemente seu propósito. Em um mundo real, marcado por constantes transformações, um veículo que honra seu compromisso com a verdade, adaptando-se às mudanças do tempo, honra também sua razão de existir. E é por isso que, diariamente, o Jornal A Plateia reforça este compromisso com a comunidade pois, passado, presente e futuro foram, são e serão retratados para que saibamos quem fomos, quem somos e quem, enquanto comunidade, queremos ser.

Lucas Noro

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