Uma experiência única. Imagine, depois de rodar mais de 1.200 km de motocicleta pelo sul do Brasil, chegar na fronteira com o Uruguai e ser recepcionado na porteira de uma tradicional Estância Gaúcha por um pelotão formado por vários homens a cavalo, ao som doce de um gaita botoneira tocando um chamamé clássico do folclore gaúcho. Imagine, igualmente, entrar nessa propriedade rural escoltado pelos cavaleiros galopando lado a lado com a motos até chegar na sede da estância, onde um fogo de chão lhe espera com uma carne de cordeiro pingando nas brasas.
Pois é justamente para compartilhar, com pessoas de todos os cantos do Brasil, um pouco da hospitalidade do povo gaúcho e fronteiriço, que a Estância São Miguel do Sarandy abriu suas porteiras para um segmento que tem crescido em todo o país: o moto-turismo. No dia 11 de outubro, a propriedade recebeu a visita do grupo UP, com cerca de 30 componentes, incluindo dois casais. Eles partiram da cidade de Urubici, em Santa Catarina, passando por São Miguel das Missões, Colônia do Sacramento, Montevidéu, no Uruguai, e retornando ao Brasil pelo Chuy e Cassino.
Em Livramento, o grupo foi recebido a cavalo, pelos anfitriões Bento Brochado e Juca Simões, em frente porteira da estância, ao som da gaita botoneira de Fabiano Torres. Em seguida, após uma breve conversa sobre a história da região, os motociclistas foram conduzidos até o interior da propriedade, onde a artesã e pesquisadora Carla Martins falou aos convidados sobre a formação das estâncias e sua importância social e econômica como guardiã das fronteiras.
O projeto surgiu em 2021, com a ideia de explorar mais o turismo rural da fronteira. No total, 11 empresas que trabalham com moto-turismo no Brasil foram convidadas a conhecer a fronteira. Desde então, grupos têm visitado a região regularmente.
Marcus Zilli, da UP Serra Logística para Grupos, diz que o grande diferencial da região são as paisagens, a culinária e a cultura do gaúcho da fronteira. “É bom demais vir pra cá, porque nós temos que mostrar a nossa cultura. Sou natural de Ubirici, em Santa Catarina, e o modo de vida é muito parecido. É um prazer para nós trabalharmos com o Bento e com todos os envolvidos e trazer para cá pessoas de vários estados, que ficam impactadas com essa recepção”, afirmou.
Sempre ao lado dos gaúchos
Fernando Lemos O ano de 2024 foi um marco para os gaúchos. Um ano de grandes desafios, sem dúvida, mas também um ano de resiliência, união e superação. A tragédia que atravessamos deixou cicatrizes, mas também revelou a força do nosso povo e a capacidade de transformar adversidades em oportunidades. E vimos o surgimento de algo ainda mais valioso: a