A Fronteira perde um ícone do rádio

Morreu em casa, nessa quinta-feira (15), vítima de enfarte, o radialista santanense Romildo Gonçalves, aos 79 anos. Romildaço, como era conhecido, se consagrou como “repórter de aço” e “pai da matéria”, em reportagens produzidas de um jeito único para as rádios onde atuou em Sant’Ana do Livramento e Rivera.
Romildo Gonçalves trabalhou nas rádios Cultura, Maratan, Líder e Rivera. Criou e apresentou programas antológicos, como “O Lobo da Madrugada”, que permaneceu por anos nas madrugadas da grade da Rádio Maratan. Ele foi um dos mais destacados repórteres esportivos da região, com estilo diferenciado – e inconfundível – de entrevistar.
O profissional se tornou um verdadeiro ícone do rádio, com passagens que ficaram na história como colocar o microfone na frente de um bueiro para registrar o barulho da água durante uma chuvarada dizendo: “Fala, bueiro…”; ou quando subiu num carro alegórico durante o desfile da Escola de Samba “Os Acadêmicos” para ouvir a palavra dos integrantes antes dos concorrentes. Com essas atitudes, ele chegava a promover saudáveis “disputas” particulares com os colegas das emissoras coirmãs para dar a notícia em primeira mão.
Sua postura profissional, sempre marcada pela dedicação muitas vezes acalorada no exercício da profissão de repórter, faz parte do seu legado. No futebol, principalmente, era uma verdadeira atração. Cobriu sempre com muita dedicação o futebol profissional e amador. As equipes do 14 de Julho, Grêmio Santanense, Armour e Fluminense – assim como os times amadores, tinham em Romildo um apoiador e, claro, um divulgador.
Além de radialista, paralelamente exerceu durante muitos anos a profissão de alfaiate. Romildo Gonçalves, deixa cinco filhas e um filho adotivo. O seu sepultamento ocorreu no Cemitério Público Municipal.