sáb, 23 de novembro de 2024

Variedades Digital | 16 e 17.11.24

Debates ou embates?

Buenas!

 

            Adentramos um setembro que se apresenta primaveril, época em que as árvores retomam um vívido colorido, as pessoas sorriem com o findar de nosso inverno úmido e frio. Porém, vemos muito ranger de dentes, mas não de frio, devido aos embates ideológicos em defesa de candidatos às eleições que se avizinham.

Vivemos um período eleitoral intenso e tenso, para não perder a oportunidade cacofônica. Somos bombardeados por propagandas sem fim e debates entre os candidatos promovidos por empresas de comunicação que, fervorosamente, disputam o nosso tão valioso voto.

Assistiram o último debate? Foi a pergunta que pipocou ao longo da semana, superando os comentários sobre a novela das 8, digo, das 21h. Não tem paciência para isso? Deveriam, pois os debates são ferramentas valiosas para avaliar os que pleiteiam tua atenção e voto. Sabiam que eles só acontecem em períodos democráticos? No Brasil foram retomados há pouco mais de 30 anos…

O último foi até divertido, tivemos alguns momentos cômicos, muitos exageros, algumas fake news e uma porção de desrespeitos desnecessários. Tivemos vitoriosos? Derrotados? Tudo é relativo, diria nosso saudoso Albert, porém, as pesquisas estão aí, umas para um lado, outras para o outro; se for favorável ao meu candidato, são confiáveis, se não valorizam o meu, são manipuladas, opa pois!

Temos que os eleitores brasileiros nunca foram tão torcedores como agora. Diria mais, veneram seus postulantes, como se divindades fossem, ignorando seus defeitos terrenos, canonizando-os em vida. Ou seja, esquecem que a humanidade é caracterizada pela imperfeição. Eles têm contra si a lupa da exposição, não podem nem devem se esconder, logo, tudo é ampliado, estão, para ser educado, com a cara na vitrine.

Não sei vocês, caríssimos leitores, mas o meu primeiro debate foi antológico! Contava eu com parcos dezesseis anos, estava com o título eleitoral em mãos, recém saído do forno, almejado desde que comecei a acompanhar política, lá pelos dois meses de idade. Sempre fui precoce, admito, mas tive um mentor, o meu avô Silas lutou pela redemocratização, mesmo morando no interior do RS.

Desde pequeno o acompanhava ao escritório do partido, o antigo MDB. Ele já era aposentado da extinta viação férrea e atuava como um gerente sem remuneração, mesmo sem nunca ter exercido cargo eletivo. Eu, apesar de receber alguns convites, sempre resisti à tentação de me envolver em política. Não deve ser fácil abrir mão de sua individualidade em prol de representar interesses coletivos  – é o mínimo que espero de um político sério – e eu prezo muito minhas individualidades…

Voltando ao meu primeiro debate, eu assistia na televisão os candidatos de então: Lula, vulgo sapo barbudo, Collor, o caçador de marajás, Ulisses Guimarães, o pai da constituição, Mário Covas, do recém fundado PSDB, o Maluf, famoso pela frase: “rouba mas faço!, o “meu nome é Enéas”, famoso pelo jargão com seu nome, Leonel Brizola, ex-governador do RS e do RJ, o caudilho dos pampas, dentre outros tantos…

Como disse, foi um debate inolvidável! O Brasil e os brasileiros nunca viram um debate televisivo, ela tornou-se popular durante os anos 1970, quando eleições eram proibidas, mais ainda com personalidades tão sui generis. Lula ainda era um sindicalista nervoso, Ulisses bradava a constituição recém aprovada como sua bandeira, dentre outros.

Aquele debate foi um divisor de águas, o primeiro em que a mídia demonstrou todo seu poder, confirmando ser o quarto poder. Ela ajudou Collor a se eleger e ele fez uma administração terrível: confiscou a poupança das pessoas, algo absurdo, caindo após ganhar um carro popular de presente, fora os outros delitos.

Aliás, para ver o nível da situação, seu tesoureiro desapareceu do país e, surpresa nenhuma, foi assassinado. E as pessoas que tiveram as poupanças confiscadas? As que estão vivas cultivam um trauma incurável, algumas perderam negócios e tiveram a vida alterada pelo vencedor daquele debate. E como está o vencedor daquele primeiro debate? Hoje é um senador da república e faz coleção de carros de luxo, sendo investigado por suspeitas de corrupção.

Mas quem me chamou a atenção foi o Brizola. Um pouco por bairrismo, o gaúcho afirmava com ênfase que o caminho para o crescimento era a educação qualificada de um povo. Ele citava os CIEPs, as escolas em tempo integral que Darcy Ribeiro, seu secretário da educação, criou no Rio de Janeiro e pretendia espraiar Brasil adentro…

Eu estava terminando o ensino médio naquele ano e, do alto de meus dezesseis anos, sabia da importância de uma escola em turno integral, pois não a tive! Estudei em escola pública, convivendo com greves dos professores por salários dignos desde que a greve foi permitida, ou seja, quando acabou a ditadura, em 1985.

Naquele debate, eu fiquei com essa proposta na mente. No debate que vi semana passada, só vi acusações sem fim, perda de controle e desrespeitos inadmissíveis, para dizer o mínimo. Ainda assim, não abro mão do meu direito – do nosso, caro amigo leitor-eleitor – de assistir a um debate pré-eleições presidenciais.

Não se esqueçam de que estamos entregando para eles a chave da nave em que viajamos, terceirizando a missão de nos conduzir rumo ao infinito e além. Se o piloto não for qualificado, poderemos vagar sem rumo e só lamentar: por que eu não assisti àquele debate?

Acidente com mortes

Por volta das 16h30 desta sexta-feira (22), no Km 136 da BR-293, em Candiota, ocorreu um acidente envolvendo uma carreta, um caminhão e uma viatura da PRF. Conforme levantamento preliminar, a carreta, que transitava no sentido Pelotas – Bagé, invadiu a pista contrária e colidiu frontalmente com a viatura Ranger da PRF e com um caminhão, que deslocavam no sentido

Informações da missão no Japão liderada pelo Governador Eduardo Leite!

Civilidade, respeito, organização….. Alguns de tanto outros atributos dos Japoneses…. Quando em um dia de chuva, você observa numa rua sem trânsito de carros, todas as pessoas paradas esperando abrir o sinal de pedestre para elas atravessar, você se dá conta o nível de educação e disciplina do povo….. É isso é uma regra geral em todo país…. São por