ter, 29 de abril de 2025

Variedades Digital | 26 e 27.04.25

Gildo Paz Bálsamo

O mestre do pastel que conquistou Sant’Ana do Livramento

Por entre o aroma quente do café quentinho e o som crocante de um pastel recém-frito, mora a história de Gildo Paz Bálsamo. Um homem simples, mas dono de um talento artesanal que cativa paladares e corações há mais de duas décadas nas ruas de Sant’Ana do Livramento.

Gildo é conhecido por quem passa pelas ruas do centro e, principalmente, pelos estudantes e servidores da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), onde monta, todos os dias, sua estrutura improvisada para vender os famosos pastéis  com recheios generosos, massa artesanal e um sabor que muitos dizem ser “único”.

“Tem que gostar de estar na rua”

A vida de Gildo nunca foi fácil, o empreendedor já trabalhou na construção civil, mas foi no mundo dos lanches que encontrou seu verdadeiro caminho. “Comecei por escolha, sempre gostei de massas. Tem que gostar de ser vendedor, de sair na rua. Eu vejo que tenho a venda como algo natural”, conta ele, com um sorriso calmo.

A rotina é puxada. O dia começa às 6h da manhã e só termina por volta das 19h. Tudo é feito em casa, com a ajuda do filho. Da massa aos recheios, cada pastel é fruto de um processo manual, artesanal. “Corremos contra o tempo. Os horários de comer são sagrados, mas aqui na fronteira é diferente. As pessoas comem a qualquer hora”, explica.

Desafios de quem vive do lado de fora

Trabalhar nas ruas é estar sempre à mercê do tempo — sol de 40º no verão, frio intenso no inverno, sem falar na chuva. “Mas na rua a gente não espera, a gente vai atrás. Tem dias difíceis e dias bons, como tudo na vida”, afirma com sabedoria.

Apesar dos perrengues, Gildo diz que é no contato com o povo que ele encontra força. “O que me felicita é quando as pessoas compram o pastel e gostam, principalmente aquelas que voltam depois de anos e dizem: ‘eu comi esse pastel quando ia pra escola’”.

Sobre seguir em frente

Gildo não se diz um herói. “Acredito que todo mundo já pensou em desistir. Eu mesmo, várias vezes, mas tudo passa. Levantei e segui firme”, diz com uma tranquilidade que só o tempo dá. Para ele, mais que vender pastéis, sua missão é construir dignidade, tanto a sua quanto a de quem está ao seu lado.

“Que todos tenham o direito de voltar pra casa com dignidade”

No Dia do Trabalhador, Gildo reflete sobre o valor do trabalho. “Significa dignidade e honra. Eu gostaria que todas as pessoas possam levar o sustento para casa, dar o básico para suas famílias. Não precisamos deixar uma grande herança, mas sim o maior valor: um bom nome, uma vida honesta, alguém que trabalhou e tocou a vida com dignidade.”

E assim, entre cafés quentinhos e pastéis dourados, seu Gildo segue firme — como um símbolo da força que move o Brasil todos os dias: o trabalhador.

EXCLUSIVO – Brasileira morta em atropelamento no Canadá é filha e neta de santanenses

A brasileira Kira Salim, morta em um atropelamento durante um festival de rua em Vancouver, no Canadá, no último domingo (27), é filha de José Martins Salim, natural de Sant’Ana do Livramento, e Sandra Ganapol, de Buenos Aires, Argentina. Seu nome de nascimento era Clara Ganapol Salim, mas recentemente usava assinatura de Kira Salim. Ela tinha 34 anos e vivia