Edição de Chico Bruno
Manchetes dos jornais
CORREIO BRAZILIENSE – Remédio fica mais caro hoje. Reajuste pode chegar a 5%
FOLHA DE S. PAULO – Concessões de rodovias são alvo de 51 projetos de lei no Congresso Nacional
O ESTADO DE S. PAULO – Cidades têm mais bolsistas do Pé-de-Meia do que estudantes
O GLOBO – Fundo global para proteção de florestas é aposta do Brasil para a COP30
Valor Econômico – Ocupação no agro cai e renda média cresce com o uso de mais tecnologia
Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes
Mais caros – A Câmara de Regulação de Medicamentos (CMED) divulga hoje o percentual do teto de reajuste anual de remédios em todo o país. Segundo a previsão do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), a alta pode chegar a até 5,06% — o equivalente à inflação acumulada nos últimos 12 meses, encerrados em fevereiro. O setor estima, entretanto, que o aumento médio ficará em 3,48%, considerando o período inflacionário e questões como produtividade e concorrência. Confirmado esse reajuste, ele estaria abaixo da inflação oficial e seria o menor desde 2018. “O objetivo do índice é criar um teto para evitar que os aumentos ultrapassem a inflação do período”, informou a CMED, em nota.
E haja projeto – As concessões de rodovias à iniciativa privada são tema central de pelo menos 51 projetos de lei que, atualmente, tramitam no Congresso Nacional. A maior parte das propostas feitas pelos parlamentares prevê a inclusão de novos serviços obrigatórios pelas concessionárias, como oferta de sinal de wi-fi em todo o percurso, pontos de recarga de veículos elétricos e bases de descanso para motoristas. Há pelo menos 11 projetos que sugerem a gratuidade para determinados tipos de usuários, como motociclistas, moradores locais, veículos de serviço público e até carros elétricos. O volume de propostas preocupa o setor privado porque não consideram prováveis desdobramentos que essas medidas podem ter como um todo. Presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, Marcos Rogério (PL-RO) diz que os projetos tendem a observar mais as necessidades dos usuários. Já a A ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) afirma que as mudanças podem comprometer a segurança jurídica e a tarifa.
Pé-de-meia furado – Uma das principais apostas do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Programa Pé-de-Meia tem mais beneficiários do que alunos matriculados na rede pública em pelo menos três cidades, Riacho do Santana, na Bahia, Porto de Moz, no Pará e Natalândia em Minas Gerais. O programa também chega a contemplar mais de 90% dos alunos de ensino médio em pelo menos 15 cidades de cinco Estados. Além disso, há casos de beneficiários que aparentam ter renda acima da permitida pela regra do programa que paga bolsa para alunos mais carentes. Procurado, o MEC afirmou que a responsabilidade pelas informações prestadas é das Secretarias estaduais de Educação. A pasta disse ainda que trabalha com os Estados para corrigir eventuais problemas.
Criação de Haddad – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende vincular a adesão de países a um fundo global para a proteção das florestas tropicais no final da COP30, em Belém, em novembro. A ideia é substituir fundos nacionais, como o fundo Amazônia no Brasil, abastecido por doações, por um novo instrumento baseado em investimentos, com recursos soberanos dos países patrocinadores, mas também por uma captação de recursos de mercado, totalizando US$ 125 bilhões (aproximadamente R$ 700 bilhões).
Tecnologia x vagas de trabalho – O número de pessoas ocupadas na agropecuária no Brasil caiu por três anos seguidos e, no ano passado, chegou ao menor nível desde 2012, quando começou a série histórica do IBGE. Em 2024, a queda na ocupação foi de 3%, para 7,88 milhões de pessoas. O desempenho foi no sentido contrário ao do mercado de trabalho nacional, já que o número total de trabalhadores cresceu 2,6% no último ano. O movimento reflete a automação nas fazendas, o que diminui a demanda por postos de baixa qualificação e aumenta a de mão de obra com mais competências técnicas. Outro fator, apontam especialistas, é a concentração em atividades voltadas ao comércio exterior, como soja e milho, em que há mais uso do capital e menos do trabalho. Mais recentemente, o bom momento do mercado de trabalho também elevou a atratividade de outros setores para pessoas com escolaridade menor, diante de salários mais baixos no campo. A produtividade do trabalho na agropecuária cresce mais do que a média geral da economia desde 2022. Em 2024, as taxas foram de 1,6% no campo e 0,1% na economia como um todo, segundo o Observatório da Produtividade Regis Bonelli, do FGV Ibre. A diferença foi ainda maior em 2023: 22,3% no agro e 2,3% no país.
Atos nas ruas contra a anistia – Movimentos e partidos de esquerda promoveram, ontem, em todo o país, protestos contra o projeto de lei que prevê a anistia aos presos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. As manifestações, organizadas pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, e com apoio do PT, aconteceram em Brasília, São Paulo, Fortaleza, São Luís, Belo Horizonte, Belém, Recife e Curitiba. Na capital, os atos concentraram-se no Eixão Norte. Com palavras de ordem como “Sem anistia”, “Ditadura nunca mais”, e “Vai ser preso” — em referência ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro, que se tornou réu, na quarta-feira passada, por tramar um golpe de Estado em 2022. Em São Paulo, a manifestação ocorreu na Avenida Paulista e reuniu em torno de 18 mil pessoas, de acordo com o método de contagem de multidões desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP). O público foi praticamente o mesmo que Bolsonaro levou, em 16 de março, em Copacabana, no ato que pediu anistia para o envolvidos no 8 de Janeiro. Também houve manifestação em Belo Horizonte, onde manifestantes com máscaras dos ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), simularam a prisão de Bolsonaro, com um boneco do ex-presidente atrás das grades. No Recife, a caminhada saiu do Parque Treze de Maio e se encerrou no Ginásio Pernambucano. De acordo com os organizadores das manifestações, haverá eventos até amanhã, em várias cidades, contra o projeto de lei da anistia aos extremistas do 8 de Janeiro e para lembrar o golpe militar de 1964. No Congresso, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) deu chance “zero” para incluir o PL na pauta desta semana.
CUT desiste de organizar ato de 1º de Maio das centrais – A CUT desistiu de participar da organização do ato das centrais sindicais no Dia do Trabalho e vai figurar apenas como “convidada” na manifestação que ocorrerá na praça Campo de Bagatelle, zona norte da cidade de São Paulo. O principal motivo é a retomada dos sorteios como chamariz de público, o que tem resistência histórica da maior central do país. A estratégia era adotada em décadas passadas e retornou após o fracasso da esvaziada manifestação do ano passado. Serão sorteados dez veículos Polo Track, da Volkswagen. O evento, assim, será organizado pelas outras seis principais centrais do país: Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova e Pública. Dirigentes da CUT deverão estar presentes e fazer discursos, no entanto. O evento terá como pautas redução da jornada de trabalho, queda na taxa de juros, valorização do salário-mínimo, fortalecimento de negociações coletivas e igualdade salarial entre homens e mulheres, entre outras.
Acordos do 8/1 chegam a 546 – Ao menos 546 pessoas que se tornaram rés por incitação aos ataques golpistas de 8 de janeiro firmaram acordos com a PGR (Procuradoria-Geral da República) para escapar de condenações. Outros 237 rejeitaram a proposta e foram condenados nos últimos meses, com pena de um ano de reclusão. Essa pena de prisão aplicada aos réus que recusaram os acordos foi substituída por medidas alternativas, como a prestação de serviços comunitários e a proibição de usar redes sociais. São obrigações similares àquelas que foram impostas às pessoas que aceitaram a proposta. A diferença principal entre os dois grupos é que os acusados que rejeitaram o acordo passarão a ter uma condenação criminal como antecedente. O Código Penal prevê que esse tipo de acordo seja oferecido para crimes com penas mínimas de até quatro anos e para réus sem antecedentes criminais, entre outros critérios.
Novo livro reúne imagens raras do golpe de 1964 – Um evento na tarde desta segunda (31) no Senado, em Brasília, marca o lançamento de um livro com imagens reveladoras e raras do golpe de 1964, além da reedição de duas obras que se tornaram referências sobre aquele momento de ruptura. Há 61 anos, no dia 31 de março, as tropas do general Olympio Mourão Filho deixaram Juiz de Fora rumo ao Rio de Janeiro, dando início ao golpe, que se consolidaria nos dias seguintes. O acontecimento empurrou o país para um período autoritário que durou 21 anos. A principal novidade entre os livros é “1964 – Imagens de um Golpe de Estado”, organizado pelos historiadores Heloisa Starling e Danilo Marques e pela pesquisadora de literatura brasileira Livia de Sá Baião. Reúne 71 imagens do período que vai de novembro de 1963, com os principais episódios que acentuaram a tensão política do país, a 15 de abril de 1964, com a posse do general Castello Branco, o primeiro presidente do regime militar. Neste caso, imagem não é sinônimo de fotografia. Há, sim, fotos relevantes e pouco conhecidas, como a cena em que um soldado agride um homem em Recife em 1º de abril de 1964. Capa do livro, é um registro de Rubens Américo, da revista O Cruzeiro. O evento desta segunda também promove o relançamento pela editora do Senado de dois livros ligados àquele período: “Golpe de 64 Visto e Comentado pela Casa Branca”, do jornalista Marcos Sá Correa, e “Anatomia da Crise”, do cientista político Wanderley Guilherme dos Santos (1935-2019). O download gratuito desses três livros poderá ser feito a partir do final desta semana.
Zambelli se vê abandonada por Bolsonaro – A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) diz se arrepender do episódio em que perseguiu um homem com arma em punho na véspera da eleição de 2022 em São Paulo. “Devia ter entrado no carro e ido embora.” Ela se vê abandonada por Jair Bolsonaro (PL), de quem era uma das principais aliadas, e discorda do ex-presidente, que credita a ela a derrota para Lula (PT) naquele pleito. “Não só eu como outras pessoas também perderam a amizade do presidente no momento que precisaram”, afirma. Na última semana, o STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para condená-la a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto e à perda de mandato por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma. O julgamento está suspenso. Porta-voz de destaque do discurso bolsonarista contra urnas, ela ainda buscará reverter, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), uma condenação por desinformação. Para representar a direita na eleição de 2026, Zambelli defendeu os nomes de Michelle e Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Após a entrevista, a deputada procurou a reportagem e disse ter mudado de ideia sobre a resposta, afirmando ser muito cedo para falar sobre um cenário ainda não definido.
‘Ainda Estou Aqui’ no Globoplay – A Sony, distribuidora do filme “Ainda Estou Aqui” no Brasil, avisou cinemas brasileiros que o longa dirigido por Walter Salles terá de sair de cartaz a partir de quarta-feira (2). A coluna teve acesso a uma troca de email entre um representante da Sony e um tradicional espaço de cinema da capital paulista. Na mensagem, o profissional da distribuidora afirma que o longa vencedor do Oscar de melhor filme internacional precisa deixar de ser exibido na telona porque vai estrear na plataforma de streaming Globoplay.
A conta-gotas – Mauro Cid, peça-chave na investigação de uma suposta conspiração golpista, alterou sua delação cinco vezes, o que será usado pelas defesas dos réus para contestar as acusações no STF. Em 12 depoimentos, Cid variou suas versões, incluindo o ex-ministro Braga Netto em discussões sobre ações para criar “caos social”. A defesa de Cid alega que a delação foi conduzida de forma adequada pela Polícia Federal.
Ministros zumbis – A indecisão do presidente Lula em realizar alterações em seu ministério tem causado desgaste entre ministros, que são vistos como “zumbis” por aliados. Com eventos cancelados e ausências em viagens, nomes como Márcio Macêdo e Cida Gonçalves enfrentam incertezas sobre suas permanências. A crise na equipe é intensificada pela alta nos preços dos alimentos, afetando a popularidade do governo. Saídas já confirmadas incluem Nísia Trindade e Paulo Pimenta.
Ratinho Júnior tenta se cacifar para o Planalto em 2026 – Ratinho Júnior, governador do Paraná, intensifica esforços políticos visando a candidatura à Presidência em 2026. Com foco na segurança pública e aproximação com Jair Bolsonaro, busca se consolidar na direita. Destaca-se por sua defesa da anistia aos condenados de 8 de Janeiro e pela relação com a família Bolsonaro, podendo ter um membro como vice em sua chapa. A movimentação ocorre em meio a um cenário político competitivo, com Sergio Moro como principal adversário.
STF leva em média 2 anos para julgar ações penais – O Supremo Tribunal Federal (STF) terá de correr contra o tempo para concluir ainda em 2025 o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro como tem previsto. A Corte leva, em média, quase dois anos (722 dias) para analisar ações penais – tempo que cai para 605 dias nos processos desse tipo sob relatoria de Alexandre de Moraes, ministro responsável pelo caso do ex-presidente. Mesmo assim, esse prazo seria insuficiente para encerrar o julgamento até o fim do ano. O levantamento, realizado pela pesquisadora e professora da ESPM-SP Ana Laura Barbosa, com base na plataforma Corte Aberta do STF, analisou ações penais entre 2002 e 2025, considerando o período entre o recebimento da denúncia e a decisão colegiada final, ou seja, aquela tomada em conjunto pelos ministros, seja nas Turmas ou no Plenário. O tempo médio dos processos foi de 722 dias, equivalente a 1 ano e 11 meses. Para concluir o caso de Bolsonaro ainda em 2025, o STF teria que encurtar esse prazo pela metade.
Na minha agenda
Às 09h10, tenho entrevista com os jornalistas Fernando Weiss e Rodrigo Martini, para a Rádio “A Hora” de Lajeado
Às 09h30, participo do Jornal Gente da Rádio Bandeirantes, sendo entrevistado pelos jornalistas Ozires Marins, Sérgio Stock e Guilherme Macalossi
Às 17h45, participo, na TV Pampa, do Pampa Debates, que é ancorado pelo jornalista Paulo Sérgio Pinto
Às 19h30, na Associação Leopoldina Juvenil de Porto Alegre, participo do jantar comemorativo aos 60 Anos da Procuradoria Geral do Estado do RS