POR: VOLTENCIR FLECK – JORNALISTA DE TURISMO
“Revirando o baú”, digamos assim, no decorrer do último final de semana, encontrei uma grande lembrança que me reportou ao ano de 2007, há 18 anos, quando estive desenvolvendo ações pelo Turismo de Sant’Ana do Livramento.
Um arquivo que trago comigo desde a época, recortes de jornais – a maioria da Plateia, com inúmeras matérias sobre um trabalho dedicado e de credibilidade que guardo com muito carinho, de uma cidade que tenho no coração, um lugar onde tive o privilégio e a satisfação de apoiar em promover o “sentimento de pertencimento” em várias frentes de atividades, entre as quais o Festival Internacional de Pandorgas, que confesso desconhecia até então.
Logo no início março de 2007 assumi a missão de desenvolver o Turismo santanense, apesar das dificuldades que o município encontrava, porém, na concepção do prefeito da época, professor Wainer Machado, e algumas lideranças da iniciativa privada, era importante desenvolver o Turismo para promover e fortalecer cada vez mais o desenvolvimento econômico local.
Turistas ou “compristas”?
Foi o que me questionei várias vezes, e busquei na criatividade alternativas para “como fazer com que o público de compras de Rivera voltasse os olhos para as potencialidades da nossa Sant’Ana”, que eram (e são) muitas, mas ainda haviam pessoas que desacreditavam que fosse possível.
Foi quando criei a primeira citação “Orgulho de ser santanense”, utilizada na folheteria turística da cidade, que com a minha saída da administração municipal passou a ser utilizada pelo Legislativo e, para minha satisfação, há poucos meses observei um card com esta mesma apresentação.
Voltando ao Festival Internacional de Pandorgas, ou Cometas (como dizem os irmãos uruguaios), ao conhecer esta história envolvente de santanenses – na Semana Santa, e riverenses – durante a Semana do Turismo do Uruguai, não tive dúvidas que esta seria a primeira de muitas ações, que envolveria também quem visitasse as cidades e, sem dúvida alguma, quem passasse a conhecer este elemento constituinte da tradição e identidade cultural da Fronteira da Paz.
Perguntei aos colegas da prefeitura e demais moradores “quem era o cidadão que podia confeccionar a maior Pandorga de todos os tempos” e fui levado até a residência do artesão Ernesto Machado Soares, popularmente conhecido por “Figico”, batizado pela comunidade de “Rei da Pandorga”, que aceitou o desafio, trabalhando quatro dias e quatro noites para ver a sua arte – de 7,5 metros de diâmetro por 2,45 metros, exposta no Parque Internacional, tendo como fundo o Obelisco de la Plaza Internacional, en la “Frontera de la Paz”, instalado de forma estratégica, para que os nossos moradores e visitantes tivessem a oportunidade de fotografar, além do Obelisco, o que nos “orgulha de sermos santanenses e riverenses”.
Além da “Pandorga Gigante”, o “seu Figico” confeccionou mais 40 pandorgas em tamanhos menores para promovermos a divulgação, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Uruguai, sendo recebidos, inclusive, nas grandes emissoras de Rádio e TV, entre as quais, Rádio Gaúcha, Jornais Zero Hora, Diário Gaúcho, Rádio Guaíba, Correio do Povo, Jornal do Comércio e TV Pampa, me proporcionando, além disso, um convite do Ministério do Turismo do Uruguai para, em Montevideo, falar para a imprensa do país vizinho sobre esta movimentação.
No texto deste “recorte” do Jornal a Plateia, está escrito que “Iniciado em 1975, aproveitando o costume dos fronteiriços de levantar pandorgas na Semana Santa, o hobby foi crescendo a cada ano e hoje tem na sua realização um dos maiores atrativos que misturam arte, cultura, lazer e esporte movidos pelo clima de integração entre brasileiros e uruguaios, e encantando os olhares principalmente dos milhares de turistas e visitantes presentes durante a passagem da Semana Santa , também marcada pela Semana de Turismo na cidade uruguaia.
O evento inventiva a competição entre os participantes, que de forma artesanal e criativa promovem um colorido especial aos céus da Fronteira da Paz”.
Ao observar com saudade este arquivo de notícias, somando os 32 anos do Festival Internacional de Pandorgas na época + os 18 anos até hoje e observando que o início do Festival de Pandorgas aconteceu no ano de 1975 (divulgação do Jornal A Plateia), logo há 50 anos, pergunto se “existe alguma programação alusiva a este cinquentenário?”, até porque pesquisei e observei que mesmo na Pandemia ocorreu o evento, de forma online, em formato de concurso fotográfico:
Tradicional Festival Binacional de Pandorgas em 2021 será online
Diante do exposto, sugiro que neste “cinquentenário do Festival Internacional de Pandorgas de Sant’Ana do Livramento e Rivera”, seja reconhecido o trabalho do “seu Figico – o Rei da Pandorga” – quem sabe com uma placa alusiva a ser entregue para este cidadão ou para a sua família, e porque não uma Pedra Fundamental com o descerramento de uma placa em homenagem a data tão significativa, mas que seja apresentada em um local onde tenha visibilidade.
A propósito: Ainda sonho com uma homenagem ao saudoso santanense Antônio Gonçalves Sobral, conhecido como Nelson Gonçalves, foi um cantor e compositor brasileiro, segundo maior vendedor de discos da história do Brasil, com mais de 79 milhões de cópias vendidas até março de 1998, sendo superado apenas por Roberto Carlos, com mais de 120 milhões.
Nelson Gonçalves que é nome de uma Rodovia extremamente importante: a Estrada do Mar, desde 2019, conforme o link:
https://www.daer.rs.gov.br/rodovia-nelson-goncalves-e-o-novo-nome-da-estrada-do-mar-ers-389
Neste caso, sugiro também que este importante santanense seja devidamente reconhecido, com o apoio do Governo do Estado, em Sant’Ana (no acesso da cidade e em um local de grande visibilidade) e na Estrada do Mar – aqui, com um belo painel, nos dois sentidos dando as boas-vindas ao Rio Grande do Sul, “terra do santanense Nelson Gonçalves”.
Ao encerrar este comentário, quero ressaltar que não se trata de nenhuma apologia política, mas – reconhecendo, primeiramente, a seriedade e a credibilidade do Jornal A Plateia em todos os tempos, rememorando fatos que me fizeram extremamente feliz, em Sant’Ana do Livramento, cidade que “Quem Conhece não Esquece”.
Eu não esqueço, tanto que tenho comentado em minhas ações pelo Turismo Gaúcho que “Sant’Ana do Livramento é o segundo melhor destino do Rio Grande do Sul”, não enxerga que não quer.
Agradecimentos
Por isso desta contribuição e o meu agradecimento especial as pessoas que me objetivaram apoio na época, algumas com quem converso – mesmo que raramente, até os dias de hoje, entre as quais o professor Wainer Machado, o diretor do Jornal a Plateia, Antônio Badra, o diretor da RCC FM, Kamal Badra, o Sérgio Oliveira – na época presidente da ACIL, o ex-vereador Hélio Bênia, os proprietários do Restaurante Coisa Nossa, Celso e Consorte, aos diretores da Band FM, Luiz e Ilza Pereira, aos também amigos Carlos Evangelista, Mário Gomes, Robson Cabral, Nelmo Oliveira, Vilson Fabiano Perez (Ponto Photo), Gazi Hussein (Super 300), Olga Sanchez (empresária riverense), Vera Reis (Agência Corticeiras), Paulo Trias, Jeferson Gaspar, Sandra D’Abreu, Luiz Carlos Aguirre, Márcia Silva, Regis Dias da Rosa, Paulo Labharte, Wanderley Machado, Luiz Ernesto Nunez Mediondo, Jorge e Thiago Gutierrez (Vinas del 636), José Yuri (Yury’s Free Shop), Rogério Mendelski (radialista e jornalista Porto de Alegre); Kenny Braga (radialista e jornalista de Porto Alegre), Danilo Ucha (in memoriam – jornalista do Jornal do Comércio), Mozart Hillal (in memoriam) entre outros tantos que, gradativamente, passarei a lembrar , recordando o trabalho de divulgação pelo Turismo de Sant’Ana, hoje administrada com competência pela prefeita Ana Tarouco.
Obrigado Jornal A Plateia, pela oportunidade me permitir estas recordações!
Obrigado Sant’Ana do Livramento, muito obrigado!
*Voltencir FLECK – Jornalista de Turismo
Editor do Site http://www.peloscaminhosdoriogrande.com.br
Apresentador do Programa de Rádio PELOS CAMINHOS DO RIO GRANDE, há 7 anos no Ar, divulgando o que existe de melhor no Turismo do Rio Grande do Sul.
