Luciana Costa Simões é o exemplo vivo da mulher gaúcha, forte, determinada e profundamente conectada às suas raízes. Moradora da Madureira, uma localidade rural situada a 60 km da área urbana de Sant’Ana do Livramento, Luciana carrega consigo a essência da tradição gaúcha, algo que é evidente tanto no seu cotidiano quanto nas dificuldades que enfrenta para cumprir suas responsabilidades diárias.
Trabalhando como servente 2 na Escola Duque de Caxias, a 4 km de sua casa, Luciana não tem uma rotina comum. Nos dias de chuva, quando as estradas tornam-se intransitáveis para veículos, ela recorre ao cavalo para chegar ao trabalho. A restinga próxima à escola, inundada pela correnteza das chuvas, impede até mesmo a passagem de carros. Para Luciana, essa realidade não é novidade, pois faz parte da vida no campo, onde os desafios são encarados com coragem e resiliência.
Criada na mesma região, filha de pais que também são da zona rural, Luciana foi aluna da escola onde hoje trabalha. Quando jovem, não havia transporte escolar, e ela, como muitas outras crianças da área, se deslocava até a escola a cavalo. “Sempre morei no campo, e essa realidade sempre fez parte da minha vida”, diz Luciana, com orgulho de suas origens.
O trajeto diário, que para muitos pode parecer uma dificuldade, é encarado por Luciana com a força e a dignidade que caracterizam a mulher gaúcha. Com seu espírito guerreiro, ela não apenas enfrenta as adversidades da estrada, mas também mantém vivo o legado da cultura gaúcha.
Ser mulher no campo é também carregar a responsabilidade de cuidar da terra, da família e da tradição. Luciana, como muitas mulheres gaúchas, é a figura central de sua casa e da sua comunidade, desempenhando um papel fundamental na cultura e tradições locais.
Hoje, como servente 2 na escola onde um dia estudou, Luciana é mais do que uma funcionária pública: ela é a representação da força silenciosa das mulheres do campo, que, com seu trabalho incansável, garantem que a história e as tradições de sua terra nunca se apaguem.
