“O objetivo final de um processo de concessão é atender o interesse público e está absolutamente claro que o interesse público não está sendo atendido”, disse o deputado Rodrigo Lorenzoni na reunião desta quarta-feira (19/02) da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. Estava em discussão o projeto do governo Eduardo Leite que concede rodovias e estabelece cobrança de pedágios no Vale do Taquari e região Norte, o Bloco 2.
Para Rodrigo, as concessões e privatizações são ferramentas indispensáveis para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, mas os processos não podem ser maculados. “Porque nós temos inúmeros casos em que o agente sai do estado e no dia seguinte vira funcionário de uma empresa que venceu o processo de licitação e de privatização”, lembrou o deputado. E ressaltou que não se trata de uma acusação, mas de levantar uma dúvida, de fazer uma reflexão sobre a necessidade da Casa discutir um processo de quarentena.
Uma das maiores preocupações do líder da bancada do PL é que para arrecadar mais o governo só tem dois caminhos: criar e aumentar impostos – o que não é mais possível porque a sociedade não aguenta mais – ou aumentar a atividade econômica. E para ele o projeto do governo, da forma como foi concebido, vem na contramão: – “Se nós não cuidarmos do ambiente de negócios, do custo logístico, das condições para o desenvolvimento do setor primário, do setor industrial, do varejo, do setor de serviços, é óbvio que em cinco anos nós não vamos ter condição de pagar as contas, nem aumentando impostos. Então, aumenta-se ainda mais a gravidade daquilo que está em jogo.”
Rodrigo também lamentou o fato de que serão atingidas regiões altamente produtivas e importantes para nossa economia e que estamos acumulando passivos que vão precisar ser pagos nos próximos anos.
No final, como vice presidente da Comissão, Rodrigo sugeriu uma manifestação pública e ao governo, alertando para os riscos levantados, compartilhando contribuições e manifestando a predisposição da Comissão de ajudar a encontrar a melhor modelagem, que possa permitir melhores investimentos e tarifas justas, “de forma a garantir que os recursos do não pagamento da dívida sejam usados de forma estratégica e não pulverizados em obras de pouco poder transformador da nossa infraestrutura”.
Fonte: (Rodrigo Lorenzoni).