No dia 1º de fevereiro de 2025, o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul (Fundesa-RS) completa duas décadas de atuação, consolidando-se como uma das principais ferramentas para a preservação da sanidade animal e o fortalecimento do agronegócio gaúcho. Criado em 2005, o Fundesa nasceu da necessidade de garantir um mecanismo ágil e eficiente para lidar com emergências sanitárias, indenizar produtores afetados e estruturar ações de prevenção. Desde então, a instituição tem desempenhado um papel essencial na manutenção do status sanitário do estado, contribuindo diretamente para a saúde pública e a competitividade dos produtos gaúchos no mercado nacional e internacional.
Na época da criação do Fundesa, eu era presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e iniciei a articulação para viabilizar esse fundo tão importante. O setor produtivo precisava de um mecanismo robusto e ágil para responder a crises sanitárias, e foi com esse propósito que iniciamos as discussões e mobilizamos os diversos atores envolvidos. O tema ganhou ainda mais força com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Aftosa, que investigou os surtos da doença no estado e reforçou a necessidade de criar um fundo para garantir recursos emergenciais e fortalecer a defesa sanitária. O Fundesa tornou-se, ao longo desses 20 anos, um modelo de gestão eficiente, garantindo recursos para indenizações, investimentos em defesa sanitária e fortalecimento da estrutura de vigilância agropecuária do estado.
Com uma governança transparente e eficiente, o Fundesa arrecada recursos de forma organizada, garantindo relatórios detalhados e prestação de contas periódica. Esse modelo fortaleceu a credibilidade do fundo junto ao setor produtivo e ao governo, permitindo investimentos crescentes em indenizações, insumos, capacitação e tecnologia. Apenas em 2024, foram aplicados mais de R$ 13 milhões, um aumento de 15,7% em relação ao ano anterior, reforçando o compromisso contínuo com a evolução da sanidade animal no estado.
Os desafios ao longo dessas duas décadas foram inúmeros, e o futuro ainda exige atenção redobrada. A globalização e o aumento da circulação de pessoas e mercadorias intensificam os riscos sanitários, tornando imprescindível a vigilância constante contra ameaças como a Influenza Aviária e a Peste Suína Africana. O Fundesa segue firme na busca por soluções inovadoras e eficazes para prevenir e mitigar impactos sanitários, assegurando a sustentabilidade do agronegócio gaúcho. A recente recondução de Rogério Kerber à presidência do fundo reforça esse compromisso, garantindo a continuidade das estratégias que fizeram do Fundesa uma referência nacional na defesa sanitária animal.
Mesmo não estando mais no mandato como deputado federal, sigo trabalhando para expandir esse modelo de sucesso para todo o Brasil. Durante meu tempo na Câmara, apresentei o PL 4583/2020, que propõe a criação do Fundo Nacional de Defesa Sanitária Animal, inspirado na experiência do Fundesa-RS. Esse projeto visa garantir mais segurança e agilidade no combate a surtos sanitários em todo o país, oferecendo apoio financeiro aos estados e fortalecendo a sanidade animal como um todo. Essa luta continua, pois proteger a sanidade animal é garantir segurança alimentar, preservar o patrimônio dos produtores e fortalecer a competitividade do agronegócio brasileiro.
Celebrar os 20 anos do Fundesa é reconhecer uma trajetória marcada por trabalho sério, transparência e inovação. O fundo não apenas se consolidou como um pilar da defesa sanitária no Rio Grande do Sul, mas também se tornou um modelo de gestão para outras regiões do país. Olhando para o futuro, a missão permanece a mesma: proteger a sanidade animal, garantir segurança alimentar e fortalecer o agronegócio, assegurando que o Brasil continue sendo referência em qualidade e competitividade no cenário global.
Jerônimo Goergen
Presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra)