Buenas!
Quando o pequeno Donald disse em plena escola primária que seria dono do mundo, os coleguinhas riram daquele menino loiro e um tanto desengonçado. Quando o jovem Donald disse para sua professora da High School que ia dominar o mundo, a professora sorriu para aquele menino gordo e cheio de espinhas no rosto vermelho.
Ele não entendeu o motivo da risada, talvez daí venha seu ódio por professores. Mas ela sorriu não porque ele era mais um riquinho metido, mas porque naquela escola particular para famílias de alto poder aquisitivo, qualquer um poderia dominar o mundo. Que, por sinal, já era dos pais deles, a herança estava garantida.
Bem depois, quando o dono dos eventos de miss universo disse que iria mandar no mundo todo, seus assessores aplaudiram, pois ele dominava o universo dos desfiles de modelos magérrimas de 1,80 planeta afora. Nenhum deles levou a sério quando ele falou que iria muito mais longe, afinal, organizar um desfile de modas era algo fútil, não produzia nada útil.
Depois, quando o adulto Donald apareceu na tevê diante de um bando de aprendizes, ele adorava demitir a tudo e a todos que passavam por ele, afinal, ele mandava em todo mundo. Ainda assim, não levavam ele a sério, era só um programa de tevê.
Ele se dava tão bem nesta área, que tornou-se personagem recorrente do mais longevo e criativo série de animação da televisão. Sempre em tom de chacota, ele , inclusive, apareceu como presidente dos EUA numa delas. Claro, em tom de chacota, afinal, isso nunca aconteceria…
Tanto riram do tresloucado e suas bravatas, de suas afirmações sem sentido, que ele entendeu que não era tão ruim assim ser taxado de egocêntrico e megalomaníaco. Aliás, agindo assim, desbocado e inconsequente, ganhou uma legião de fãs, admiradores de suas declarações obtusas e incoerentes.
E assim foi. Ao longo dos anos, o pequeno Donald perambulou pelo que sabia ser o caminho para as multidões, a televisão. Depois, já experiente, surfou de nariz empinado o fenômeno das redes sociais. Com estas ferramentas, conquistou mentes e corações dos Homer Simpsons, aquela imensa massa de iletrados que se proliferam no âmago de seu país.
Mas não só de sua pátria, de outras também. Fez escola, principalmente em republiquetas com problemas graves de administração, fomentando o surgimento de cópias baratas, tão bravateiras quanto ele, algumas envergando cabelos tão exóticos quanto a palha de milho que enfeita sua cabeça de pouco conteúdo, mas com resposta de bate-e-pronto para tudo.
Convenceu a maioria e conquistou o mundo, de verdade. Tanto fez e aconteceu, que foi temporário seu domínio. Muitos viram a maluquice que era dar poder para os ensandecidos. Os riscos eram grandes e, com grande esforço coletivo, derrubaram seu reinado.
Quem disse que ele aceitou? Nem ele nem sua legião de fãs. Protestando e incentivando depredações, esparramando falácias com uma convicção de impressionar o mais temeroso cristão, deixou o poder para nunca mais voltar. O povo padrão Homer pode errar, mas aprendem, não é?
Ledo engano. Quem assiste os Simpsons desde o surgimento da série em 1989, tem certeza de uma coisa: o patriarca da família nunca aprende com seus erros! E os eleitores do país do agora grande Donald demonstraram que, em sua maioria, são representados pelo pai da Lisa e do Bart Simpons.
E lá voltou o Donald ao trono do mundo, ao lugar que lhe pertencia desde a tenra infância, onde decidiria os destinos do mundo. Do seu mundo! Não importa o quão estapafúrdias e sem sentido sejam suas teorias, nem o quanto sua fanfarronice histriónica pareça sem sentido para pessoas com algumas luzes, nada disso importa.
Ele está lá, em seu trono oval, cercado de agentes secretos para o proteger, com o cetro na mão e a caneta grossa na outra, decidindo os caminhos que a humanidade há de seguir.
Pobre daquele que não se curvar diante dele, não importando se ele está nu ou bronzeado artificialmente. Ele é o dono do mundo. Ao menos ele se acha. E como ele caiu do pedestal uma vez, será que cairá de novo?