Buenas!
Neste início de 2025, a melhor notícia foi a nossa notre-dame carioca, a Fernanda Torres, que deslumbrou o mundo ao receber o Globo de Ouro de melhor atriz, nos EUA. Ela não foi assunto somente por ganhar um prêmio inédito para o país, foi por que desbancou uma leva de concorrentes de altíssimo nível, e no território delas
Foi também por que ganhou o mesmo prêmio que sua mãe foi indicada há 25 anos, mas não levou. Ganhou holofotes também por suas falas, sempre a lembrar a Eunice Paiva, a esposa que perdeu o marido e pai de seus cinco filhos para a tortura e violência da ditadura militar, representada com maestria no filme “Ainda estou aqui”, sucesso no Brasil e, agora, no mundo todo.
O filme está sendo um sucesso não por que recebeu auxílios de leis de incentivo, o que não seria ruim – apesar de que não precisou, teve patrocínio privado. O filme é sucesso pois mostra uma realidade que o país vivenciou por muitos anos, as perseguições políticas, as prisões ilegais, a tortura, mortes, sumiço dos corpos, tudo em nome de um governo ditatorial que perdurou por muitos anos em nosso país.
O filme é sucesso também por que revela algo que esteve perto de voltar à nossa realidade, chegou a ser requisitado aos gritos por “patriotas” há alguns anos. O filme nos lembra algo que não pode ser esquecido para que não volte a ocorrer nunca mais, por maior que seja a amnésia ou a ignorância de que quer resgatar do confins mais sórdidos da história tal governo estapafúrdio, para não dizer, desumano.
Memória que foi algo que faltou para uma maioria considerável dos norte-americanos. É concebível que um cidadão que incitou a invasão do Congresso, que duvidou e acusou a justiça eleitoral de seu país, que mentiu e descaradamente sobre o resultado das eleições sem nenhuma prova, voltar ao poder de um país?
É possível sim, e pelo voto! Acreditem, lá nos EUA elegeram um sujeito misógino, com condenações vigentes e com uma penca de crimes sendo investigados, que usa as ferramentas digitais há décadas para ganhar adeptos, que infesta o noticiário com ideias sem pé nem cabeça, como anexar o Canadá ou a Groenlândia, ignorando descaradamente a autonomia dos outros países.
É possível sim, e pelo voto! Acreditem, lá nos EUA elegeram um sujeito misógino, com condenações vigentes e com uma penca de crimes sendo investigados, que usa as ferramentas digitais há décadas para ganhar adeptos, que infesta o noticiário com ideias sem pé nem cabeça, como anexar o Canadá ou a Groenlândia, ignorando descaradamente a autonomia dos outros países.
Penso que ele faz isso por pura e exclusiva vaidade. Para que ser presidente de novo para quem é herdeiro e tem tanto dinheiro como ele? Pura vaidade! Aliás, vaidade que move seus dois bravos e bilionários escudeiros: o Musk e o Zuckerberg.
Não consigo compreender, juro que tento, por que pessoas tão ricas, que mesmo vivendo uns 352 anos não conseguiriam gastar todo o dinheiro que acumularam, brigarem tanto por poder e, óbvio, mais e mais dinheiro. Será que não compreenderam que a vida é finita? que um dia tudo irá acabar?
Falta-lhes a maturidade de quem vive de bem consigo e com o mundo, de quem vive o simples e o belo, como é o caso do ex-presidente uruguaio, Pepe Mujica. Ele divulgou esta semana que o câncer que enfrenta há alguns anos se espalhou e pediu para o deixarem ele morrer em paz. Simples assim, como caberá a todo mundo, um dia, inclusive para os bilionários do parágrafo acima.
Falta-lhes a maturidade de quem vive de bem consigo e com o mundo, de quem vive o simples e o belo, como é o caso do ex-presidente uruguaio, Pepe Mujica. Ele divulgou esta semana que o câncer que enfrenta há alguns anos se espalhou e pediu para o deixarem ele morrer em paz. Simples assim, como caberá a todo mundo, um dia, inclusive para os bilionários do parágrafo acima.
Então, pergunto a vocês, para que tanto desespero por poder e dinheiro? Poderiam desejar o sucesso, mas já o têm! Por que então, viver sempre em conflito com os outros e com o mundo?
Não é que vamos, conscientes da finitude, sentar e esperar nossa hora final. Mas sim, fazer o melhor que pudermos para ser feliz e fazer o outro igualmente feliz. Ainda mais neste mundo cada vez mais conturbado, com o clima nos lembrando que o planeta não está aceitando tanta intervenção humana.
É só observar o efeito do fogo e dos ventos que arrasam a região da Califórnia nos primeiros dias deste ano. A intensidade não é por acaso. O ano passado foi o mais quente da história desde que o homem faz este registro, a partir de 1850. As casas destruídas, os carros abandonados, parecia filme de Hollywood, mas não era filme, era Hollywood em chamas, devastada…
Devastada assim como está sendo a nossa mente devido ao uso excessivo de redes sociais em nossas vidas. Não por acaso, a expressão que representa 2024 é “Brain rot”, cérebro apodrecido, segundo o dicionário de Oxford.
David Bowie, em 1999, afirmou que as redes sociais são algo “excitante e aterrorizante”, pois haverá um “espaço cinza” entre a obra de arte e o seu público. E é verdade! Basta ver a quantidade de interpretações equivocadas que as redes sociais permitem, pois todos acabam se achando “tudólogos”, desde o advento das redes sociais.
E, agora, cada vez com menos filtros, conforme a determinação dos bilionários donos do X e do Facebook e Instagram, como ficaremos?
Quem sabe possamos valorizar as boas obras de arte, que estão por aí só pesquisar, e seguir os bons exemplos. Mujica, na contramão dos bilionários que querem viver mais e mais, não importa o custo, deseja morrer em paz, “a morte faz parte do ciclo, da beleza da vida”, disse ele.
E que todos possamos enxergar que, apesar dos desastres naturais e das mortes que fazem parte natural da vida humana – inclusive dos arrogantes bilionários – “A vida presta!”, como nos lembrou, antes de ganhar o seu Globo de Ouro, a grande Nanda Torres.
Desculpem o Nanda, já acompanho ela há tanto tempo que já me considero íntimo, amigão de boteco…