Resumo de terça-feira – 07/01/2025
Edição de Chico Bruno
Manchetes dos jornais
Valor Econômico – Superávit comercial brasileiro recua 24,6%, com aumento de importações
O GLOBO – Petróleo, soja e minério puxam saldo de exportações do Brasil
FOLHA DE S.PAULO – Superávit da balança comercial cai em 2024; saldo é de US$ 74,6 bi
O ESTADO DE S.PAULO – Planalto depende de votos da oposição para aprovar pautas cruciais
CORREIO BRAZILIENSE – Os caminhos de uma estrela até o Oscar
Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes
Bom resultado – A balança comercial brasileira encerrou 2024 com superávit de US$ 74,6 bilhões. Trata-se de uma queda de 24,6% em comparação com 2023, mas, ainda assim, o segundo melhor resultado desde que série histórica começou em 1997. No ano passado, as exportações somaram US$ 337,036 bilhões, com recuo de 0,8%, e as importações alcançaram US$ 262,484 bilhões, alta de 9%. Em 2025, espera-se um saldo entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões. Principais produtos exportados incluem óleos brutos de petróleo e soja, com destaque para queda nas exportações de soja. Nas importações, óleos combustíveis lideraram em valor, enquanto motores e veículos registraram maior crescimento.
Busca na oposição votos – Nos dois primeiros anos do governo Lula, partidos de oposição como PL, Republicanos e PP contribuíram, em média, com 34% dos votos totais a favor de projetos de interesse do Palácio Planalto em votações realizadas na Câmara dos Deputados. Os dados reforçam padrão identificado em pesquisa exclusiva da USP, que mostra como os presidentes brasileiros, ao longo da história, têm dependido cada vez mais de coalizões informais — apoios vindos de fora da base governista — para viabilizar a aprovação de pautas cruciais no Congresso Nacional. O levantamento, realizado entre janeiro de 2023 e dezembro de 2024, definiu como partidos da coalizão presidencial as siglas que se declaram governistas ou possuem ministérios no governo desde o início do mandato de Lula III. Já os partidos de oposição foram classificados como aqueles que não integram formalmente a base governista, mesmo tendo assumido pastas ao longo desses dois anos, como o PP e o Republicanos, que, apesar de liderarem os ministérios dos Portos e Aeroportos e do Esporte, respectivamente, mantiveram, na maior parte do tempo, uma atuação predominantemente oposicionista nas votações realizadas na Câmara. Entre as siglas de oposição que mais contribuíram com o Planalto nos dois primeiros anos de governo está o PP, que, em média, seguiu a orientação oficial do governo em 10% das votações. A contribuição reflete o índice de governismo da legenda liderada por Arthur Lira, calculado em 74%, conforme dados do Radar do Congresso.
A paleta até o sonho – A vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro, eleita a melhor atriz dramática com ‘Ainda estou aqui’, teve várias texturas, como a de reparar a não premiação da mãe, Fernanda Montenegro, que competiu e perdeu na mesma categoria da filha há 25 anos com Central do Brasil. Outra, é a abertura do mercado internacional para o cinema brasileiro, além de credenciar a atriz à indicação ao Oscar, em lista que será anunciada dia 17. Fernanda superou estrelas como Nicole Kidman, Kate Winslet, Angelina Jolie e Tilda Swinton. “Estou feliz pela importância que o filme tem para uma família chamada Paiva que nunca teve o direito de sequer enterrar seu pai, o Rubens”, disse a estrela à imprensa estrangeira, em Los Angeles (EUA).
Férias canceladas – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspendeu as férias do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o convocou para uma reunião, ontem, no Palácio do Planalto. O chefe da equipe econômica tinha iniciado o período de descanso na quinta-feira. Após o encontro com o presidente, Haddad afirmou a jornalistas que a reunião se deu para o encaminhamento das pautas do ano, Segundo ele, a lei orçamentária de 2025, que está pendente de votação no Congresso, foi o tema principal. “A prioridade agora é votar o Orçamento”, destacou. “Fui apresentar para ele o planejamento do Ministério da Fazenda, já agendando reuniões futuras, inclusive, prevendo a instalação dos trabalhos legislativos, e começamos o primeiro despacho do ano”, disse. O Orçamento de 2025 não foi votado pelo Legislativo, no fim do ano passado, em razão da tramitação acelerada do pacote de corte de gastos enviado pelo governo. À época, o relator da Lei Orçamentária Anual (LOA), senador Angelo Coronel (PSD-BA), afirmou que era necessário mais tempo para analisar os impactos das mudanças sobre emendas parlamentares e das medidas fiscais.
Sem pagamento de emendas – Depois de meses de articulações entre o Executivo e o Congresso e uma série de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), as emendas parlamentares continuam a ser um problema para o governo Lula em 2025. A menos de um mês para o início de novas gestões na Câmara e no Senado — os novos presidentes serão eleitos — e com votações importantes pela frente, o Executivo ainda não pagou nada dos quase R$ 40 bilhões previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual para as emendas. Sem Orçamento em vigor, o governo só pode gastar a cada mês 1/12 avos do previsto e não é possível que o Congresso apresente novas emendas à peça orçamentária, já que ela ainda não entrou em vigor. Dois dos principais portais de acompanhamento da execução orçamentária: o Siga Brasil, do Senado; e o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento exibiam, até ontem à noite, dados zerados para 2025. A falta de pagamentos este ano foi confirmada ao Correio pela Secretaria de Relações Institucionais (SRI) do governo federal.
Retorno depois da cirurgia – A reunião de ontem com o ministro Fernando Haddad marcou o retorno do presidente Lula ao Palácio do Planalto. Ele estava fora da sede do governo desde 9 de dezembro, quando teve de viajar às pressas a São Paulo para tratar de um sangramento intracraniano. O chefe do Executivo passou por duas cirurgias e ficou na capital paulista se recuperando até 19 de dezembro. Depois, descansou no Palácio da Alvorada e na Granja do Torto, e teve alguns compromissos de trabalho nas residências oficiais.
Planalto recebe obras restauradas – O Palácio do Planalto começou a receber, ontem, as obras restauradas após os ataques de 8 de janeiro. Ao todo, 21 peças danificadas pelos invasores passaram por um longo processo de recuperação e serão novamente expostas no local. O governo apresentará oficialmente os itens durante a cerimônia de amanhã, em memória dos dois anos dos atos golpistas. As obras de arte chegaram em um caminhão, escoltadas por uma viatura da Polícia Federal. Elas foram carregadas pela rampa do Planalto até o segundo andar. Três delas foram entregues neste carregamento: o quadro As Mulatas, do pintor Emiliano Di Cavalcanti; uma escultura em madeira, feita pelo artista Frans Krajcberg; e a escultura O Flautista, de Bruno Giorgi. Os itens foram restaurados por uma equipe da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em laboratório montado no subsolo do Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República. Hoje, o Planalto receberá o relógio histórico de Balthazar Martinot, quebrado durante a invasão. O objeto foi presenteado pela Corte Francesa a Dom João IV, rei de Portugal. O relógio foi enviado à Suíça e restaurado no país europeu.
Não conte com eles – Os futuros presidentes da Câmara, Hugo Motta, e o do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), não querem briga com a oposição. Por isso, ficarão de fora dos atos de amanhã para marcar os dois anos do quebra-quebra nos edifícios que sediam os Três Poderes da República.
Homem em situação de rua é absolvido – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, na sexta-feira, a absolvição e soltura de Jeferson Figueiredo, um homem em situação de rua, preso sob acusação de envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro. A decisão apontou a ausência de provas de que Figueiredo tivesse agido contra o Estado Democrático de Direito. “Não há provas de que o denunciado tenha integrado a associação criminosa, seja se amotinando no acampamento erguido nas imediações do QG do Exército, seja de outro modo contribuindo para a incitação dos crimes e arregimentação de pessoas”, afirmou Moraes em sua decisão. Jeferson está preso na penitenciária de Andradina, em São Paulo. A Defensoria Pública da União (DPU) foi intimada da decisão ontem.
Pressão sobre Arthur Lira – Em contagem regressiva para deixar o cargo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está sendo pressionado a tomar alguma atitude contra o bloqueio das emendas de comissão, suspensas por decisão do ministro Flavio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Lira, porém, já fez praticamente tudo o que estava ao seu alcance. E com muitos líderes desmobilizados, será difícil atender a este grupo mais revoltado por causa das emendas de comissão. Em tempo: a guerra em torno das emendas tende a ser ampliada, porque o governo prepara novos cortes, o que tornará impossível manter o que os deputados e senadores pretendem propor no Orçamento deste ano — que ainda não foi votado. É aí que se dará o grande embate de 2025, um ano pré-eleitoral, no qual todos querem armar o jogo para a disputa da próxima temporada.
Coronéis nas mãos do STF – A Justiça Militar enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma investigação que envolve quatro coronéis apontados como os responsáveis por uma carta que pressionava o então comandante do Exército, general Frei re Gomes, a aderir a um golpe de Estado. A decisão é do juiz federal militar substituto Alexandre Augusto Quintas. Dessa forma, a apuração do caso passa a ser de competência do ministro Alexandre de Moraes. Quintas cita no despacho uma decisão em que o magistrado do Supremo afirma que a Corte é o foro de competência para analisar e julgar envolvidos nos atentados de 8 de janeiro de 2023, assim como Inquérito acusados de participação em atos antidemocráticos independentemente “de os investigados serem civis ou militares, das Forças Armadas ou dos Estados (policiais militares)”. “Não há que se falar em crime de competência da Justiça Militar da União”, justificou o tribunal militar, ao remeter o inquérito ao STF, pelo seu caráter civil.
Brics formalizam Indonésia – O Ministério das Relações Exteriores (MRE) anunciou, ontem, a entrada da Indonésia como membro pleno dos Brics, bloco que este ano é presidido pelo Brasil. O país do Sudeste Asiático tinha sido convidado a entrar no bloco em 2023, mas decidiu aguardar a troca de governo para formalizar a adesão. A Indonésia participou da primeira onda de expansão do grupo, na Cúpula de Joanesburgo, na África do Sul, em agosto de 2023. No encontro, os chefes de Estado e de governo do Brics aprovaram a entrada de seis novos membros plenos: Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Argentina — que desistiu da adesão, no ano passado, devido à chegada de Javier Milei à Casa Rosada. A Arábia Saudita também foi convidada, mas ainda não aceitou, embora participe das cúpulas. À época, a Indonésia foi aprovada como membro pleno. Porém, comunicou que iria esperar as eleições presidenciais de 2024, e a formação do novo governo, para bater o martelo.
Bolsonaro e aliados silenciam sobre vitória de Fernanda – A vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro como melhor atriz em filme de drama não repercutiu entre a maior parte dos perfis bolsonaristas nas redes sociais até o fim da manhã desta segunda-feira (6). Ela venceu a estatueta pela sua atuação no filme “Ainda Estou Aqui”, que narra a história de Eunice Paiva a partir do livro de seu filho, Marcelo Rubens Paiva, em que o autor relata o desaparecimento do pai durante a ditadura militar. Bolsonaro é um apologista do regime militar e costuma minimizar as violações de direitos humanos cometidas no período. As últimas postagens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados se referem à investigação da Polícia Federal do governo Lula (PT) sobre um soldado israelense que passava férias na Bahia.
Quatro deputados do PL deixam partido – O PL registrou em 2024 a saída de ao menos quatro deputados federais e queixas de pressão interna para alinhamento à agenda bolsonarista, incluindo a oposição a qualquer proposta vinda de partidos à esquerda. Integrantes e ex-integrantes da legenda afirmam que o partido se inclinou para a direita mais radical após a filiação de Jair Bolsonaro e vários de seus aliados em novembro de 2021. Em 2022, o PL elegeu 99 deputados federais. Hoje, tem 94. As baixas se deram pela saída de cinco parlamentares e pela morte de Amália Barros, então vice-presidente do PL Mulher.O deputado federal Samuel Viana (hoje no Republicanos-MG) relata que a pressão da direita “raiz”, como é chamada essa ala do partido, resultou na sua saída, ao fim de 2023. Segundo ele, foram meses de discussão interna e de avaliação até concluir que, se quisesse seguir por outra linha, seria necessário se desfiliar. A saída de Viana foi seguida pelas de Yuri do Paredão (MDB-CE), Luciano Vieira (Republicanos-RJ) e Junior Mano (PSB-CE). Robinson Faria (RN) também já indicou sua saída. Mano foi expulso após fazer campanha para Evandro Leitão (PT), atual prefeito de Fortaleza, que concorreu contra o candidato do próprio PL, o bolsonarista André Fernandes. Ao sair, Mano fez postagem em rede social na qual reiterou seu apoio a Valdemar e disse que o líder da sigla havia sido obrigado a expulsá-lo por pressão de Bolsonaro.
Troca de alianças – Partidos buscam reorganização em federações visando eleições de 2026, com destaque para a possível fusão entre PP, Republicanos e União Brasil para aumentar poder no Congresso. Movimentações incluem mudanças em alianças existentes e negociações para evitar cláusula de barreira, com PV, Cidadania e Rede buscando novos formatos de coalizão. Disputas e divergências regionais são desafios a superar.
Sidônio leva equipe ao Planalto e inicia transição – O publicitário Sidônio Palmeira inicia transição na comunicação do governo ao levar equipe ao Planalto. Troca na Secom já iniciada, com futuros auxiliares conhecendo estrutura. Palmeira teve encontros com ministro atual, Paulo Pimenta, e já influenciou decisões do governo. Troca estratégica para nova fase na comunicação de Lula.
07-01 XP News
Bom dia,
🟢 Mercados em alta às 6h00 de Brasília: S&P +0.10%, Dow Jones +0.07%, Nasdaq +0.11% e o índice europeu STOXX600 +0.02%.
🇺🇸 TARIFAS NOS EUA: O dólar perdeu valor frente às demais moedas após matéria do Washington Post afirmar que assessores de Trump estariam considerando a imposição de tarifas apenas às importações mais críticas ao país, e não de forma ampla, como defendido pelo republicano em falas públicas. Trump negou a informação, o que fez a depreciação diminuir, mas não cessar.
🇧🇷 IMPACTO NO BZ: Em linha com os pares, o real apreciou 1,1%, a R$ 6,11. Os juros acompanharam o movimento do câmbio, com a taxa de 10 anos recuando 30 bps, a 14,50%, e a NTN-B longa caindo 5 bps, pagando inflação + 7,37%.
🚨 O Globo – Haddad e Rui Costa discutem regulamentar medidas fiscais: ‘Vamos colocar a mão na massa’, diz chefe da Casa Civil
Os ministros da Fazenda e da Casa Civil se reuniram na noite de ontem. Costa afirmou que também foi debatida a reunião ministerial que o presidente Lula pretende fazer na segunda metade do mês.
🚨 Folha – Haddad descarta alta do IOF para segurar câmbio e diz que prioridade é Orçamento
Ministro se reuniu com presidente Lula ontem após cancelar férias. Haddad explicou que será necessário conversar com o relator do Orçamento para ajustar o texto a partir das leis aprovadas no fim de 2024 com medidas de contenção no crescimento de despesas. Sobre a reforma no IR, explicou que vai aguardar as eleições para a presidência da Câmara e do Senado.
Poder360 – Votação do Orçamento deve ficar para depois do Carnaval
O relator da LOA, senador Angelo Coronel (PSD-BA), ainda analisa os impactos das mudanças sobre emendas de congressistas e do pacote de corte de gastos.
Valor – Hugo Motta adota discurso em tom alinhado ao mercado
Candidato à presidência da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) tem adotado, em conversas com parlamentares e empresários, um discurso de defesa da responsabilidade fiscal, segurança jurídica e previsibilidade para viabilizar um crescimento mais sustentável do país.
Folha – Superávit da balança comercial tem queda de 24% em 2024, com alta nas importações
Saldo, de US$ 74,6 bilhões, é o segundo maior da história, atrás do recorde de 2023; entrada de bens de capital tem forte alta. O país registrou US$ 337 bilhões em exportações –recuo de 0,8% em relação a 2023– e US$ 262,5 bilhões em importações –crescimento de 9%.
Valor – Recuperação de dívida ativa é recorde em 2024
A Procuradoria-Geral da Fazenda recuperou R$ 54 bilhões que estavam inscritos na dívida ativa da União em 2024, valor recorde e 19,2% maior que o obtido em 2023. O estoque da dívida continua alto: R$ 3 trilhões.
Valor – Receita prevê que incentivo fiscal para o Perse deve acabar no 1º semestre de 2025
Lei que reformulou o programa estabeleceu um teto de até R$ 15 bilhões em renúncia fiscal para a prorrogação do Perse. De abril a outubro, as empresas já usaram R$ 7,1 bilhões do limite.
Estadão – Investimentos em data centers devem chegar a quase US$ 2 bilhões até 2026
A construção de data centers no Brasil deve movimentar US$ 400 milhões em 2025 e US$ 1,5 bilhão em 2026, de acordo com a consultoria JLL. O parque instalado deve crescer 40% nos próximos dois anos. Os empreendimentos vão para a região metropolitana de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Fortaleza.
Valor – Emissões de dívida corporativa na B3 batem recorde em 2024
O volume chegou a R$ 608 bilhões, um crescimento de 76% sobre o observado em 2023. O montante inclui debêntures, certificados de recebíveis do agronegócio, imobiliários e notas comerciais.