A vida moderna é marcada pela cultura da ostentação e do consumismo. As redes sociais turbinaram esta tendência que, no final de contas, sempre pretendem vender alguma coisa. A sensibilidade humana foi duramente afetada por este comportamento imposto pela tecnologia. A radicalização política, tendência exacerbada a partir da eleição de 2018, transformou um lixo quase tudo que lemos, vemos e ouvimos.
Na política, a realização de eleições a cada dois anos tornou o ambiente digital insuportável. Soa ridículo falar em comportamento “humano” quando os conteúdos envolvem personagem investidos em cargos eletivos e funções públicas. Exemplo perfeito é o que vemos a partir da eclosão da pior enchente da história do RS.
Nasci em Arroio do Meio, pequeno município do Vale do Taquari, devastado por três enchentes em sete meses. Desde maio, os 36 municípios da região estão parcialmente isolados logisticamente. Pontes caíram ou foram comprometidas. Milhares de residências foram arrastadas, patrimônios foram destruídos, sonhos desfeitos. Mas pouquíssimo foi feito pelo poder público em favor de quem pagas injustos impostos.
O que se vê é a distribuição de casas graças à mobilização de entidades empresariais, de conglomerados industriais e de pessoas comprometidas com seus semelhantes. Como é o caso do ex-jogador Dunga, exemplo de ser humano. Fora disso, trava-se uma “briga de beleza” entre o governador Eduardo Leite e o ministro Paulo Pimenta (leia-se governo Lula) através dos meios de comunicação.
Em Arroio do Meio, inúmeras famílias passaram o segundo Natal “morando de favor”, em casas de amigos ou familiares. E no réveillon não é diferente. Promessas à mão cheia, inúmeras entrevistas coletivas, um sem-número de comitiva seguidas de fotos, vídeos e imagens com crianças no colo seguiram um modelito conhecido e revoltante.
Baseado exclusivamente na demagogia, na exploração da tragédia, no uso político dos mais necessitados e na total falta de sensibilidade, inexiste para esta gente sentimentos como humanismo e empatia com aqueles que tudo perderam. Para estes, é mais importante o slogan dos governos e a enxurrada de números, cifras e dados, tudo devidamente manipulado conforme os interesses políticos.
Espero que estes tenham a recompensa devida pela ausência de um mínimo de compromisso com a vida alheia.
Último dia do ano é marcado por acidente de trânsito
O sinistro ocorreu entre às ruas Ângelo Mello e Av. João Goulart