De algum tempo para cá “todos os meses tem uma cor”. Antes, o “Outubro Rosa” parecia ser o único destacado a chamar a nossa atenção para a importância da realização de exames preventivos para evitar doenças. No recém-findo mês passado tivemos a campanha do “Novembro Azul”, um alerta sobre o câncer de próstata e sobre a saúde masculina em geral.
Não é novidade constatar o preconceito que cerca o exame de próstata, uma pequena glândula do sistema reprodutor masculino localizada abaixo da bexiga e à frente do reto. A principal função é produzir parte do líquido seminal. O câncer ocorre quando as células desta glândula passam a se multiplicar de forma desordenada, formando um tumor.
Por ser uma doença “silenciosa” é essencial que os homens, a partir dos 40/45 anos, comecem a realizar o acompanhamento preventivo. O ideal é procurar um urologista para fazer uma avaliação inicial e realizar periodicamente o exame de PSA uma vez por ano. Além disso, é aconselhável realizar o exame de toque retal, segundo determinam os médicos.
Normalmente o homem é arredio à busca do médico para realizar exames preventivos. Ao contrário da mulher, existe uma rejeição inexplicável. Em relação ao exame de toque retal, então, há um preconceito inconcebível. Há muito tempo, a cada mês de junho – quando faço aniversário – faço uma bateria completa de exames. Um check-up que pode garantir maior longevidade e qualidade de vida.
Conforme a literatura médica, homens mais velhos têm maiores chances de contrair câncer de próstata. Além disso, o sedentarismo, a obesidade e dietas ricas em gordura animal predispõem o paciente ao aumento da incidência da doença. Não é verdade que a atividade sexual aumenta o risco de incidência do câncer de próstata. Pelo contrário. Estudos indicam, inclusive, que uma atividade sexual regular pode ser protetora ao surgimento da doença.
O preconceito em relação ao exame de toque retal é empecilho importante que pode comprometer a saúde masculina. O mais incrível é que até os mais jovens fogem do consultório médico alegando que a realização da investigação pode comprometer a masculinidade. Nem toda a publicidade em torno dos riscos da demora na detecção da doença é capaz de destruir a narrativa de que um “homem será menos homem” ao submeter-se ao exame de próstata.
Gilberto Jasper