qui, 21 de novembro de 2024

Variedades Digital | 16 e 17.11.24

Donald Trump bate Kamala e é reeleito presidente dos Estados Unidos

Republicano será primeiro presidente a cumprir dois mandatos não consecutivos desde Grover Clevelan, em 1892, e apenas o segundo na história

Com força e estardalhaço, demonstrando controle total do Partido Republicano na marcha eleitoral, o ex-presidente Donald Trump derrotou a vice-presidente Kamala Harris nesta quarta-feira, 6, e voltará à Casa Branca, em um ciclo repleto de reviravoltas, processos e tentativas de assassinato.

Vitorioso nos chamados swing states, ou estados-pêndulo, capazes de oscilar a contagem de votos do Colégio Eleitoral, Trump deixou Kamala sem saídas viáveis para reverter a desvantagem, ultrapassando os 270 delegados necessários para chegar à Casa Branca. Depois de levar o Wisconsin, ele atingiu a marca de 277 delegados, eliminando quaisquer caminhos possíveis de vitória para Kamala.

Com a vitória, o republicano será o primeiro presidente a cumprir dois mandatos não consecutivos desde Grover Clevelan, em 1892, e apenas o segundo na história.

“Era de ouro da América”
Após projeção de vitória na Pensilvânia, que o colocou a uma pequena distância da vitória nacional, mas ainda sem os votos necessários, o ex-presidente subiu ao palco em West Palm Beach, na Flórida, junto da esposa, familiares, seu vice, J.D. Vance e o presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, para discursar. No momento, apenas a Fox News havia projetado a vitória do republicano, embora outras emissoras reconhecessem que era apenas questão de tempo.

Aos gritos de “USA! USA! USA”, o republicano disse ter feito o “maior movimento político de todos os tempos”.

“Quero agradecer à população americana por ter sido eleito o 47º presidente”, afirmou. “Agora, vamos ajudar o nosso país a se curar. Nosso país precisa de ajuda urgente. Vamos consertar nossas fronteiras e vamos consertar tudo sobre nosso país”, disse o magnata, que melhorou seu desempenho em relação a 2020, quando perdeu para Joe Biden, em todas as faixas, de áreas rurais a centros urbanos.

Ele também prometeu aos americanos que “todos os dias estarei lutando por vocês” e disse que inauguraria a “era de ouro da América”, dizendo que este momento “ajudará o país a se curar”. Além disso, em referência ao ataque a tiros em que levou uma bala de raspão na orelha, o republicano afirmou que “Deus poupou minha vida por um motivo”.

“E esse motivo era salvar nosso país e restaurar a grandeza dos EUA. E agora vamos cumprir essa missão juntos”, declarou. “A tarefa diante de nós não será fácil, mas trarei cada grama de energia, espírito e luta que tenho em minha alma para o trabalho que vocês me confiaram”, acrescentou.

Junto à conquista, o Partido Republicano também retomou a maioria no Senado dos EUA, após virar as cadeiras democratas em West Virginia e Ohio, conquistando o importante poder de confirmar o gabinete do próximo líder da Casa Branca, assim como um novo juiz da Suprema Corte, que já é de maioria conservadora. Comemorando a vitória na casa legislativa, Trump afirmou que “a América nos deu um mandato poderoso e sem precedentes”.

Volta por cima
Sob um cenário de indefinição, e pesquisas de opinião mostrando uma disputa voto a voto, Trump entrou no dia da eleição com uma chance de 50-50 de recuperar a Casa Branca, uma reviravolta notável em relação a 6 de janeiro de 2021, quando muitos especialistas declararam que sua carreira política estava encerrada. Naquele dia, uma multidão de seus apoiadores invadiu o Congresso em uma tentativa violenta de anular os resultados da eleição de 2020, vencidas por Biden.

A estratégia de buscar apoio entre hispânicos, eleitores tradicionalmente democratas, e entre famílias de baixa renda que sentiram fortemente o impacto dos aumentos de preços desde a última eleição presidencial em 2020, deu certo. Ele conquistou 45% dos eleitores hispânicos em todo o país, atrás de Harris com 53%, mas com alta de 13 pontos percentuais em relação a 2020.

Cerca de 31% dos eleitores disseram que a economia era sua principal questão e votaram em Trump por uma margem de 79% a 20%, de acordo com pesquisas de boca de urna. Cerca de 45% dos eleitores em todo o país disseram que a situação financeira de suas famílias estava pior hoje do que há quatro anos e eles favoreceram Trump por 80% a 17%.

O que esperar do novo mandato
A plataforma do Partido Republicano estabelece um plano de vinte pontos para revitalizar a economia dos Estados Unidos, fortalecer as fronteiras e interromper o que classifica de “declínio americano”. A agenda inclui expandir o poder do presidente, espalhar aliados pela máquina administrativa, reformular o Departamento de Justiça e usar seus mecanismos para processar adversários e desidratar agências reguladoras.

Na política externa, Trump seguirá na linha do primeiro mandato, dando pouca atenção ao que não diz respeito diretamente aos EUA e interferindo sem disfarces no que afeta o país — estratégia que compromete alianças com entidades como a Otan, deve levar a um corte na ajuda militar à Ucrânia no esforço de guerra contra a Rússia e reforçar a posição de dureza do governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Na economia, Trump promete ser uma máquina ceifadora de impostos, tanto da população em geral — sobre gorjetas, sobre horas extras, sobre gastos com o cuidado de idosos, até sobre o imposto de renda —, que sonha recuperar o poder aquisitivo pré-pandemia, quanto das grandes corporações, como forma de acelerar o crescimento do PIB.

É ainda intenção de Trump penalizar empresas que transfiram operações para o exterior e premiar as que voltem a produzir nos Estados Unidos. Na mesma seara protecionista, ele pretende compensar a perda da receita tributária impondo tarifas sobre tudo o que vem de fora.
Sob o argumento de que assim estará protegendo empregos e indústrias americanas, o republicano antecipa taxar em até 20% todas as importações e em 60% as da China, com quem abriu uma guerra comercial no primeiro mandato e dá indícios de querer apertar ainda mais os parafusos agora. São propostas ousadas — segundo o banco suíço UBS, só as tarifas provocariam uma contração de até 10% no mercado de ações.

Brigada Militar prende homem acusado de furtar televisor em hotel de Livramento

Um homem, natural de Alegrete, com extensa ficha criminal, foi preso na manhã desta quinta-feira (21) pela Brigada Militar, na Rua dos Andradas, por furtar um aparelho televisor de um hotel localizado na Rua Manduca Rodrigues. As câmeras de segurança do hotel acabaram registrando toda a ação do criminoso que entrou no local por volta das 6 h e praticou