qua, 27 de novembro de 2024

Variedades Digital | 23 e 24.11.24

Polícia Federal deflagra Operação Backyard e investiga movimentação de R$ 1,6 bilhão para plataformas de apostas

Ação conjunta entre a PF de Sant'Ana do Livramento e o Grupo de Repressão à Lavagem de Dinheiro cumpre mandados em SC e PE, com foco em esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo empresas de fachada e criptoativos
Foto: Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (30), a Operação Backyard, uma ação estratégica voltada ao desmantelamento de um grupo criminoso responsável pela movimentação de R$ 1,6 bilhão para plataformas estrangeiras, especialmente em sites de apostas esportivas não autorizadas. A operação teve início após a análise dos resultados da Operação Harvest, que também ocorreu em Sant’Ana do Livramento (RS), e agora é conduzida pela Delegacia da Polícia Federal local em conjunto com o Grupo de Investigação para Repressão à Lavagem de Dinheiro e Crimes Financeiros no Rio Grande do Sul.

Como parte das ações da operação, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Itajaí, Balneário Camboriú e Navegantes, em Santa Catarina, e em Olinda, Pernambuco. A Justiça Federal também expediu ordens de bloqueio de bens e de valores de até R$ 70 milhões, além de bloqueios junto a exchanges de criptoativos e instituições de pagamento. Os valores retidos podem aumentar, uma vez que as criptomoedas frequentemente dificultam o rastreamento dos ativos.

Segundo as investigações, o grupo mantinha uma estrutura empresarial no litoral catarinense, onde controlava empresas que forneciam serviços de tecnologia para pagamentos online. Essas empresas, no entanto, teriam como principal finalidade realizar transações financeiras para plataformas de apostas não regulamentadas e facilitar golpes na internet. Parte das transações também era destinada à lavagem de dinheiro para terceiros, incluindo agentes públicos e suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas.

A investigação apontou que, embora as operações financeiras do grupo envolvessem quantias elevadas, muitas das empresas não apresentavam sinais de atividades comerciais reais. Há indícios de que boa parte delas seja composta por empresas de fachada ou holdings, empregadas para ocultar e proteger o patrimônio adquirido ilegalmente. Nos últimos meses, o grupo teria expandido sua atuação para o exterior, com abertura de escritórios em países da América Latina e Portugal, reforçando seu alcance internacional.

Fonte: Polícia Federal

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