seg, 21 de outubro de 2024

Variedades Digital | 19 e 20.10.24

“O Futuro da ovinocultura é a carne de qualidade” destaca coordenador da Rota do Cordeiro

O Jornal A Plateia conversou, com exclusividade, com Daniel Benitez, coordenador do programa nacional criado há mais de 15 anos, no qual Livramento é um dos polos no Brasil

A Rota do Cordeiro é uma das 13 rotas de integração nacional que tem como principal objetivo juntar produtos locais com as mesmas características encontradas nas diversas regiões brasileiras, sejam esses produtos animais ou vegetais. Na Rota do Cordeiro, existem 15 polos que agregam 227 municípios em todo o Brasil. 

Na quarta-feira, 16 de outubro, o Sindicato Rural de Livramento promoveu uma reunião para tratar da reestruturação da Rota do Cordeiro com a presença de Daniel Benitez, consultor técnico do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional do Brasil. No Rio Grande do Sul existem dois polos, um no Alto Camaquã, com Bagé como sede, agregando 7 municípios; e o polo Fronteira Oeste, no qual Livramento é a sede, abrangendo mais 13 municípios.

Segundo Daniel Benitez, o objetivo foi realizar um levantamento sobre as dificuldades ocorridas para o desenvolvimento do setor e quais ações são necessárias para tornar o Polo Fronteira Oeste o mais importante da Rota do Cordeiro em todo o país, por Livramento ser a Capital Nacional da Ovelha. Participaram do encontro o Secretário de Agricultura de Livramento, Edu Gutebier, juntamente com os técnicos da pasta, os representantes da comissão de ovinos do Sindicato Rural, Leonardo Viecelli e Wilson Barboza, o presidente da Rural, Luis Carlos D’Áuria e o vice, Jair Menezes. Um próximo encontro ficou definido para dia 7 de novembro com a presença de todos os envolvidos na cadeia produtiva da ovinocultura de Livramento, ocasião em que serão convidados os representantes dos outros 13 municípios que compõem o Polo da Fronteira Oeste. 

Em entrevista ao Jornal A Plateia, o consultor Daniel Benitez destacou a importância de Livramento assumir o protagonismo do programa ao nível de Brasil, por ser reconhecida por lei federal Capital Nacional da Ovelha. Mas para que isso aconteça, é preciso uma estruturação e organização de toda a cadeia produtiva. 

Daniel Benitez é engenheiro-agrônomo, natural de Montevidéu, Uruguai, com pós-graduação em produção animal pela Universidade de Pelotas. Foi gerente de melhoramento genético da ARCO durante 14 anos e 6 anos como gerente geral da associação. Daniel foi professor de Ovinos e Caprinos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Após o trabalho, lecionando, foi trabalhar na Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) na Organização da Agricultura e Alimentação em Roma, Itália, durante 8 anos, como coordenador para América Latina e Caribe dos recursos genéticos animais.

Após esse período de 8 anos, já no Brasil, Daniel foi contratado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) do Nordeste para montar o programa de melhoramento genético de ovinos e caprinos. Hoje, aposentado, mantém uma empresa de consultoria, prestando serviços para o Departamento de Agricultura do Reino Unido, na coordenação das raças ovinas de corte na América Latina, desde o México até a Patagônia. Recentemente passou em um concurso público do Instituto Interamericano de Cooperação Agropecuária para ficar à disposição dos países da América Latina, contratado pelo governo brasileiro para coordenar a Rota do Cordeiro. 

Com sua expertise de mais de 40 anos de atuação na área, e sua ligação direta com a região do pampa gaúcho, Daniel Benitez destaca que esta é uma grande oportunidade de desenvolvimento para toda a região, apostando em um produto de altíssima qualidade, campos apropriados e vocação ovelheira. Segundo ele, é preciso estruturar todo o ciclo, desde a produção até a chegada ao consumidor final, como uma produção organizada, sustentável e principalmente integrada com todos os elos da cadeia, pois existe um grande mercado em busca da carne de cordeiro. “Se fala muito que esta é a região menos desenvolvida do Rio Grande do Sul, e nós temos ‘anéis de ouro e colar de diamante no pescoço’. Explico. Temos um diamante branco que se chama ovino, que em outras regiões do país não têm a mesma qualidade. Nós temos conhecimento, tradição, capacidade para produzir com grandes diferenças do resto do país. Nós temos aqui, em Livramento, por exemplo, uma área de preservação ambiental federal, a única em nível de todo o estado, que é uma característica diferenciada da carne produzida nessa região com sustentabilidade. E, eu acredito que depois de 32 anos que a lã vem sofrendo crise após crise em nível mundial, nós temos que nos conscientizar que temos um produto nobríssimo chamado carne de cordeiro. Produzir carne não é tirar carne de um animal morto, mas sim saber que produto nós queremos, quais são as características desse produto e, principalmente, uma coisa que nós temos desconhecida historicamente: o que consumidor quer? E por que ele não consome o nosso produto? Tendo essa resposta nós temos que partir para uma campanha de educação gastronômica como forma de tirar muito preconceito pelo fato do desconhecimento da grande maioria dos consumidores sobre o produto carne de cordeiro. Assim temos que trabalhar essa categoria. Criando, por exemplo, uma padronização dos animais, do cordeiro do pampa, ou da fronteira como se quiser chamar. Não estamos falando em uma raça específica, mas sim de um biotipo que terá o mesmo peso final e o mesmo acabamento inclusive. Ouvir o que o consumidor quer. Não podemos ofertar um produto que não terá o mesmo padrão”.

Daniel Benitez destaca que este é o principal motivo da sua vinda à fronteira, mostrar que com uma visão cooperativista da ovinocultura é possível padronizar esse produto que o mundo quer comprar. “Ninguém mais avança sozinho, ou avançamos em conjunto com um objetivo comum e com um esforço coletivo ou não chegaremos a lugar nenhum mais uma vez. Nós temos um mercado de exportação pronto. Esse mercado se chama República Federativa do Brasil, nós temos que exportar para nós mesmos primeiro. Porque temos 225 milhões de pessoas, das quais 40 milhões não têm alimento, mas 180 milhões têm poder de comprar carne, e nós temos que fazer esse produto chegar não como um produto gourmet, mas sim como um produto do dia a dia. Podemos, sim, agregar valor a determinados pratos e a determinados segmentos, mas que a carne de cordeiro não seja simplesmente o churrasco do fim de semana”, conclui Benitez. 

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