ter, 17 de setembro de 2024

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BABILÔNIA EM CHAMAS! OPS, É O BRASIL

Buenas!

“Babilônia em chamas, chamas da destruição!” Conhecem a música da banda de reggae Tribo de Jah? Se não conhecem a música, estão conhecendo os efeitos do que nela é enunciado, quase dando para ouvir as trombetas do apocalipse ao fundo. Nunca antes queimadas tão intensas tomaram conta de nosso país, nem tanta fumaça cobriu nosso céu de norte a sul.

Aliás, nunca antes a seca foi tão rigorosa, facilitando e multiplicando os efeitos das queimadas, que já destruíram mais de 11 milhões de hectares desde o início do ano, sendo que metade só em agosto, segundo o IBAMA. Sim, queimadas podem acontecer naturalmente, ainda mais em períodos de seca.

O grande problema são as queimadas que fazem parte do processo de derrubada de matas ou de renovação de pastagens no centro-oeste e norte do Brasil. Queimar para plantar ou desmatar é uma forma tão primitiva quanto era o viver em cavernas, quando não havia outras opções. É um processo que não tem como controlar, e que, inclusive, é expressamente proibido em período de secas.

Se a memória de quem me lê não for tão curta quanto os conceitos de preservação de quem promove uma queimada, vão lembrar do “dia do fogo”, promovido em 2019, no período de seca mais intensa na Amazônia, e repetido ao longo dos últimos anos. Qual a intenção?, perguntará um leitor desavisado. Burlar a fiscalização dos órgãos públicos, cara pálida…

Assim, gerando diversos focos em terrenos distantes, dificultam o controle, facilitando a vida daqueles que querem desmatar terras particulares e, como sabemos, grilar áreas públicas também. Com isso, diminui a chance de multas e punições. Apesar disso, o IBAMA já emitiu 1 bilhão em multas em 2024. E, mesmo assim, as queimadas criminosas continuam…

Nas últimas semanas, várias pessoas foram presas somente no estado de São Paulo por promover queimadas criminosas. Criminosas, no caso, para a sociedade e o meio ambiente. Para eles, é mais um dia de trabalho. Mas não temem a lei ou os efeitos da destruição que estão gerando, as consequências climáticas? Pelo visto não.

Olha a sequência da música que citei lá acima: “O mundo é confuso, Mundo imundo, Todos têm suas verdades, Todos têm suas mentiras, Os sábios da iniquidade, Não temem as chamas da ira de Jah” Sim, eles não temem nem Jah, no caso, Deus, imagine temer as multas…

Já que parece que todos eles viraram ateus de um hora para a outra, será que não temem a ira do planeta? A reação está aí, aos olhos de quem quiser ver, chuvas torrenciais em diversas partes, secas históricas em outras, com a temperatura batendo recordes mês a mês, conforme o instituto Copernicus, o mais renomado do mundo na área de monitoramento climático.

E nem adianta buscar a solução em outra música: “Meu amor, hoje o sol não apareceu. É o fim da aventura humana na terra. Meu planeta, adeus, fugiremos nós dois na arca de Noé.”

Criada pelo italiano Umberto Tozzi, foi adaptada e eternizada pela banda Eva, na voz de Ivete Sangalo em início de carreira. Contudo já aviso, não há arca de Noé viável, por mais que alguns bilionários invistam toneladas de dinheiro em naves espaciais. Não há possibilidade de fuga factível, ao menos com a tecnologia conhecida pelo homem. Teremos de sobreviver ao nosso planeta, fazendo ele perdurar mais e melhor, senão…

Na ficção até acharam a solução. Assistiram ao filme “Interestelar”, de Christopher Nolan? Lançado há dez anos, foi um sucesso de público e crítica. Estrelado por Matthew McConaughey e Anne Hathaway, trata de uma viagem espacial para tentar achar outros planetas habitáveis, afinal, a Terra estava tomada por secas e pragas, tornando as plantações inviáveis, com a fome acabando com a humanidade.

Sonho de infância, um dia quis ser astronauta, como o personagem do filme. Entretanto, descobri que os conhecimentos científicos daquela época não permitiam viagens interplanetárias. Hoje continua do mesmo jeito. No máximo, se for um ricaço, consegue passear na estratosfera.

Quem ainda não viu o filme, saiba que ele será relançado nas telas dos cinemas no final de setembro. Eu sei, eu sei, vocês preferem o conforto do sofá e da pipoca. Ele está nos streamings. Eu já vi esse filme umas dez vezes, mesmo assim, irei ao cinema rever esta obra-prima.

E, nesse caso em específico, adoraria que a ficção se tornasse realidade. Não que o planeta se torne inviável para nós, humanos, como estamos vendo, quer dizer, tentando ver o que a fumaça das queimadas nos permite. Mas sim, encontrar, ao findar da sessão, uma solução mágica e genial, como a que o filme apresenta.

Mas não me iludo, sei que ficção é isso mesmo, uma ficção. Ainda assim, torço para que a realidade traga algum bom senso aos envolvidos nas queimadas e que ano que vem isto não se repita.

Porém, desconfiando da capacidade dos inquilinos deste imóvel que chamamos planeta Terra, ao sair do cinema vou providenciar minha máscara antigases. Não as cirúrgicas, mas daquelas potentes, que tem filtro e óculos de proteção. Também vou pensar em roupas anti-radiação e achar uma caverna por aí, de preferência num lugar alto.

Depois do dilúvio bíblico e enchentes de maio, do fogo babilônico e da fumaça de setembro, preciso estar preparado para o natal apocalíptico!

Safra 2024/2025: Conab prevê novo aumento nas áreas de arroz e feijão

Em meio aos desafios climáticos que se apresentam a cada nova safra, arroz e feijão devem apresentar novo crescimento no volume a ser colhido no ciclo 2024/2025. A alta é influenciada pela ligeira recuperação na área plantada dos dois principais produtos de consumo dos brasileiros, como mostra a 12ª edição das Perspectivas para a Agropecuária. A publicação, divulgada nesta terça-feira