Em manifestação no plenário nesta terça-feira (10/09), o deputado Rodrigo Lorenzoni repercutiu a participação da secretária estadual da Fazenda na reunião realizada ontem, na Comissão de Finanças.
Pricilla Santana veio explicar, pela primeira vez ao parlamento, de onde sairão os recursos para o Projeto de Lei 243, que impacta em R$ 8 bilhões as contas públicas, nos próximos anos. O projeto veio para a Assembleia durante o recesso e o regimento da Casa não permitia outra atividade, que não a própria votação. Nem mesmo a convocação da secretária.
Rodrigo disse que a fala de Pricilla na reunião “confirmou que nós tínhamos razão: o Estado não tem fôlego fiscal para as contratações temporárias aprovadas para a área da segurança”. Segundo ele, a secretária foi proibida de participar dos debates na ocasião e as contratações foram o “boi de piranha” para o projeto ser aprovado. “Segurança não é prioridade, o governo mentiu para os servidores, para a sociedade gaúcha e para essa Casa”, afirmou.
Decisão política do governo não priorizou os gaúchos
“A secretária também trouxe a informação, de forma precisa, que os recursos para o PL 243 virão do não pagamento dos juros da dívida”, contou o deputado. “E ela concordou que houve sim uma decisão política do governo de direcionar esses recursos não para investir nos gaúchos, nos empreendedores, nos produtores rurais, na reconstrução e na prevenção, mas para investir na máquina pública”.
“Dentro desta escolha do governador, legitima mas temerária”, Rodrigo lembrou que estamos há seis meses das últimas enchentes e absolutamente nada foi feito para a prevenção de cheias, sendo que a situação se agravou com o assoreamento dos rios. “Agora, se tiver chuva parecida, as consequências serão piores do que as de maio. E de quem é a responsabilidade de arcar com esses investimentos? Não é dos municípios, é do governo do Estado e do governo federal”, disse.
No final, Rodrigo mencionou estudos e projetos da Metroplan para o Rio Gravataí, Delta do Jacuí e Bacia do Rio dos Sinos que estão prontos e que custam R$ 4 bilhões, o mesmo valor do não pagamento de juros da dívida que o governo está direcionando para a máquina pública. E cobrou do governo responsabilidade com o uso do dinheiro público e com as decisões políticas que vão preservar a vida dos gaúchos contra as cheias. “Se nada for feito, teremos novas tragédias e se isso acontecer, eu não estarei aqui cobrando responsabilidade sobre números, estarei cobrando responsabilidade criminal daqueles que podem ser, pela omissão, responsáveis pela morte de mais gaúchos e pela destruição da nossa economia”.