Buenas!
– Viram o tiro que acertou o Trump?
– Mataram o Trump?
– Não, deram um tiro, parece que pegou de raspão na orelha dele…
– Na orelha, de raspão, igual os filmes americanos?
– Sim, mas ele está bem, até comemorou depois, gritou ‘fight’ com a bandeira ao fundo e tudo!
– Igual filme americano?
Óbvio que o diálogo acima é ficcional, afinal, ninguém ficou indiferente ao tiroteio que resultou na morte de uma pessoa e mais três feridas, dentre eles, o ex-presidente e atual candidato Donald Trump. Vou descrever um pouco para dar alguma luz aos roteiristas de Hollywood, digo, leitores…
Ele estava num palanque alto, ao fundo uma plateia pronta para apupar seu ídolo. Provavelmente pagaram para conquistar lugares tão privilegiados, pois iriam aparecer nas imagens televisivas e fotos, reagindo a cada yes e no de seu postulante.
Agentes da CIA, snipers e policiais de todos os tipos e cores estavam esparramados por ali, como de praxe. Contudo, nenhum deles viu ou ouviu os apelos das pessoas que avistaram um jovem de 20 anos subir num telhado a pouco mais de 100 metros de distância do palco com um fuzil AR-15, um ícone dos armamentos, produzido nos EUA, é claro.
Dizem os noticiários, que pessoas alertaram os policiais do rapaz no telhado dois minutos antes de começar o tiroteio. Dois minutos, num filme americano, dá para salvar cinco presidentes, três donzelas virgens e quatro filhotes caninos de perigosos crocodilos. Como nenhum policial se mexeu mesmo após visualizarem um jovem com uma mochila grande e um telêmetro na mão?
Sabem o que é isso? É um aparelho pouco maior que um celular grande, serve para medir a distância entre quem o opera e um alvo almejado, facilitando o acerto. Apesar de ser visto por populares e policiais que o “perderam de vista”, segundo a imprensa, teve tempo para disparar oito tiros, ao menos foram oito os estampidos captados pelas dezenas de câmeras que ali estavam.
Com precisão cinematográfica, atingiu a orelha do candidato republicano, de raspão. Ao menos é o que ficou subentendido, pois nenhuma câmera fotográfica e nem televisiva flagrou o acerto, apesar de tantas que ali estavam. Inclusive, há uma imagem que mostra um rastro no ar que seria provocado pela munição 5.56, a preferida dos americanos para realizar chacinas em escolas. Mas nada do tiro na orelha.
Após os estampidos, Trump se abaixa com a mão na orelha e três brutamontes da CIA pulam sobre o mesmo. Com dificuldade, ele se levanta e pede: ‘Meu sapato, eu quero meu sapato!’ ‘Mas o senhor sofreu um atentado, temos de evacuar.’ ‘Meu reino pelo meu sapato!’, teria dito o bilionário, mas os microfones de Hollywood não confirmaram, ainda…
Felizmente, ao menos para ele, não para o bombeiro que morreu, as falhas do serviço secreto não tiveram maiores transtornos. Inclusive, ajudaram, quando permitiram que o candidato colocasse a cabeça para fora do círculo de proteção, parasse e posasse para as fotos diante da bandeira.
Não, isto não é estranho, dizem os roteiristas de Hollywood, seus personagens sempre fazem isso e nunca são atingidos, é a prática.
Como sabemos, o mundo é feito pelos que aproveitam as oportunidades. A falha serviu para os cineastas, digo, os fotógrafos de plantão enquadrar suas potentes câmeras com calma e registrar a imagem heróica com sangue e bandeira que hoje estampa camisetas país afora. A eleição tá no papo, dizem os marqueteiros, inevitável!
Quem sabe o mundo possa lucrar com tudo isso. No primeiro discurso após o tiroteio, Donald – e seu mega curativo – afirmou que seu objetivo será unir o país! Após ter garantias de seus subordinados que o opositor está gagá e decrépito e de que a eleição está garantida, partiu para um discurso menos agressivo – se é que isto é possível vindo dele.
Já há teorias conspiratórias afirmando que ele sofreu complicações no pós- atentado e que pode ter sido substituído por um sósia paz e amor! Há controvérsias, mas ainda não foi comprovado por Hollywood…
Só espero que neste discurso de paz e união – dele ou do sósia – enquadre junto o planeta. Ele, sozinho, pode tanto destruir quanto pacificar e despoluir o planeta em que vivemos. Só o tempo dirá se o tiro serviu para tornar o já eleito presidente norte-americano um homem melhor.
Até lá, aguardemos o filme! As filmagens já começaram e devem estrear ainda em setembro, antes das eleições. Só falta definir o ator para interpretar Trump.
Dizem que George Clooney não quer fazer o papel não porque não se identifica politicamente com o condenado pela justiça por pagar pelo silêncio de uma prostituta antes das eleições anteriores, mas sim porque não quer descolorir o cabelo nem realizar bronzeamento artificial.
Contudo, se ele não puder, Antony Starr, o Capitão Pátria da série The Boys (recomendo com ênfase!), deverá assumir o papel. Aliás, uma pergunta para quem assistiu a série hollywoodiana: por acaso, só por descargo de consciência, será que ele já não interpreta o super Trump (com perdão à banda de rock homônima)?
