Com casos confirmados aumentando em Sant’Ana do Livramento, existe a preocupação, por parte dos agentes da Saúde, sobre a falta de interesse da população em realizar o teste rápido ou até o tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (IST). Ao conversar com Sandra Paiva Ribeiro, enfermeira responsável pela Vigilância Epidemiológica, inicialmente, ela apresenta os números recentes: no último quadrimestre, das 976 notificações que foram emitidas pelas Unidades de Saúde municipais, 152 foram da sífilis, sendo que a cidade já conta com 230 casos de uma doença com tratamento acessível através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com estes dados, ela descreve com certa decepção a situação atual: “A sífilis tem cura, apenas falta a conscientização da população” – e completa – “existem mães com sífilis que chegam no momento do parto sem ter feito tratamento”. Sandra afirma que existem dois agravantes: a recusa masculina, inclusive em casos onde a parceria já fez o tratamento, o que leva a reinfecção; e a existência da fronteira aberta, pois acaba o acompanhamento de alguns casos.
Oriunda da bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma IST que tende a se espalhar devido a falta da utilização de camisinha durante atos sexuais. Essa doença é definida por três estágios, progressivos, sendo que o terceiro estágio pode levar à morte. O teste rápido está disponível em qualquer Unidade Básica de Saúde da cidade, gratuitamente. Já o tratamento ocorre mediante remédios antibacterianos (penicilinas) determinados pelo médico conforme o estágio da doença.