Na noite da última quinta-feira (11), a redação do jornal A Plateia acompanhou o trabalho da Equipe de Buscas Ativas da Assistência Social de Sant’Ana do Livramento. A iniciativa tem como objetivo oferecer suporte às pessoas em situação de rua na cidade.
Muitas dessas pessoas vivem nas ruas por escolha própria, seja por desentendimentos familiares, envolvimento com drogas ou álcool, ou até mesmo por depressão, como é o caso de mulheres que perderam filhos. A busca ativa é realizada três vezes por semana ou sempre que necessário, através de algum chamado.
O principal objetivo das buscas é oferecer os serviços do albergue municipal. No entanto, muitos recusam por causa do álcool, drogas ou até mesmo porque tem que tomar banho. Júlia Andréa Santos, educadora social e membro da equipe de buscas ativas, ressalta: “Não podemos obrigar ninguém a frequentar o albergue. Mesmo os que não aceitam o convite não deixam de ser assistidos. Já fizemos documentos, encaminhamos para a rede de serviços. Eles também recebem roupas, calçados, cobertores, marmitas ou café com pães durante nossas buscas, além de vacinas e testes rápidos em parceria com a Equipe de Redução de Danos.”
A equipe tem um mapeamento detalhado das pessoas em situação de rua, com fichas de atendimento e dados pessoais. Atualmente, são 27 pessoas, sendo 23 cadastradas e 4 que não quiseram fornecer nenhum dado. Destas, 9 são brasileiros e as demais de outras nacionalidades, incluindo uruguaios.
As primeiras abordagens nem sempre são fáceis, mas a persistência da equipe em vê-los três vezes por semana ajudou a conquistar a confiança deles. “Temos um vínculo já com a maioria. Escutamos suas histórias, que são muito tristes e comoventes. Muitas vezes, eles até nos convidam para ficar mais um pouco conversando, sentem essa necessidade”, relata Júlia.
Além do albergue, a equipe oferece serviços do espaço solidário Smais, onde as pessoas podem pegar roupas e calçados. O albergue fornece pernoite, jantar e café da manhã. “Quatro usuários já conseguiram emprego e estão alugando casa, ver a transformação dessas pessoas não tem preço”, conclui Júlia.
