Gilberto Jasper
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Há muito tempo critico o excesso de notícias negativas. Longe de mim defender uma cobertura “cor-de-rosa exclusiva de conteúdos elogiosos, mas defendo um maior equilíbrio entre fatos lamentáveis e informações construtivas.
Costuma-se argumentar que “notícia ruim vende mais” porque possuem maior índice de leitura. Contesto esta postura porque existe um volume majoritário de narrativas pessimistas. Por isso, é difícil estimar o que realmente o público prefere.
Segunda-feira (1°/7) o “Jornal do Comércio”, de Porto Alegre, no suplemento “Empresas & Negócios” publicou a matéria “Empresa gaúcha apresenta talheres inclusivos”. Trata-se da Tramontina, empresa que orgulha os gaúchos. Em parceria com a Zon Design, desenvolveu produtos adaptáveis a pessoas portadoras de dificuldades motoras.
A iniciativa merece aplausos porque permite a alimentação de pessoas que possuem doença de Parkinson e outras limitações que comprometem a estabilidade da coordenação motora provocadas por tremores. “Os talheres são discretos e elegantes, e o kit é composto por estojo, o que facilita seu uso inclusive fora de casa”, informa Marcos Grespan, diretor da Tramontina. Neste contexto, recentemente a empresa também lançou produtos voltados a crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Na cata de notícias positiva descobri outra, que envolve o emprego de 80 apenados do regime semiaberto em Viamão. A iniciativa resulta de convênio firmado entre a prefeitura e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e a Polícia Penal. Não é uma ação inédita porque vários municípios já empregam apenados, mas merece destaque positivo.
Homens e mulheres privados de liberdade em regime semiaberto trabalharão na zeladoria da cidade. Eles realizarão serviços de limpeza de praças, ruas, escolas, unidades de saúde, ginásios e pintura de meios-fios. Haverá, ainda, a inclusão de pessoas com deficiência e transgêneros. A experiência vai contribuir para que as pessoas privadas de liberdade possam reabilitar-se e voltar ao convívio social, além de terem redução de pena.
São apenas duas notícias, mas que comprovam que, com boa vontade e pesquisa, é possível destacar iniciativas louváveis e positivas.