Os governos federal e do Rio Grande do Sul deram início à campanha eleitoral antecipada pela sucessão ao Palácio Piratini. Isso, por si só, já é grave, mas fica mais grave ainda na medida em que não é feito apenas com dois anos de antecedência, mas também em meio à maior tragédia da história do nosso estado. Com direito a comício, o agora ex-ministro da Propaganda, Paulo Pimenta, foi nomeado para o Ministério Extraordinário da Reconstrução. Pego de surpresa e visivelmente contrariado com a jogada política do presidente Lula, o governador Eduardo Leite reagiu nomeando seu vice, Gabriel Souza, para cargo similar, mas em nível estadual.
É desnecessário que ambos sejam nomeados para cargos com nomes pomposos, como se isso fosse preciso para coordenar o trabalho incansável que já vem sendo feito por milhares de voluntários e servidores públicos. O mais provável de acontecer é uma disputa por holofotes e protagonismo, na qual quem sairá perdendo será a própria população atingida.
Precisamos de uma coordenação técnica, efetiva e responsável. Durante reunião de trabalho, Paulo Pimenta afirmou que “toda hora aparece um problema novo” e que “não sabe para onde se mexer”. De fato, o cargo criado exige alta capacidade interpretativa dos fatos e agilidade nas respostas das demandas. Os políticos e gestores, sejam eles em nível municipal, estadual ou federal, não têm o direito de errar. Muito menos fazer desta tragédia palanque político para atrair a atenção do sofrido povo gaúcho.
Deputado Federal Luciano Zucco (PL-RS)