Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]
“A gratidão ou agradecimento é o ato de reconhecimento de uma pessoa por alguém que lhe prestou um benefício, um auxílio, um favor etc. Em um sentido mais amplo, pode ser explicada também como recognição abrangente pelas situações e dádivas que a vida lhe proporcionou e ainda proporciona”.
Infelizmente o termo “gratidão” virou slogan, chavão, lugar-comum. É um termo associado a frases de autoajuda e de citações piegas que viraram chacota. Uma pena porque tudo isso desacreditou o verdadeiro significado de uma palavra que deveria nortear as nossas atitudes nas 24 horas do dia. Deveria ser um mantra de comportamento.
O consumismo e o exibicionismo que caracterizam os tempos atuais ofuscam a necessidade de cultivar o agradecimento do que temos. Gastamos muito tempo e energia para reclamar ou, o mais comum, para pedir o que não temos.
Quando eram pequenos, meus dois filhos hoje adultos reclamavam da repetição enfadonha que ouviam do pai:
– É muito bom ter sonhos e pretensões, estimula o esforço e a busca por melhorias. O mais importante, no entanto, é pelo menos de vez em quando a gente olhar “para baixo” para vislumbrar a quantidade de pessoas que vivem em péssimas condições de vida e sonham em ter, um dia, uma fração do que nós temos – eu repetia.
A gratidão também pode ser reconhecida através do compartilhamento de solidariedade, de ajuda e de socorro a quem necessita. Esta, no entanto, é uma prática usual somente na ocorrência de calamidades, como ocorreu no ano passado, durante as duas enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul ou quando se registram outros fenômenos excepcionais que chamam a atenção do grande público.
Apesar da sensibilização de todo país, que viabilizou o socorro das comunidades atingidas pelas cheias – principalmente do Vale do Taquari –, bastou que o assunto saísse das manchetes para arrefecer o ânimo de ajudar. Isso inclui, também, os órgãos públicos.
Até hoje uma parcela mínima da população atingida pela calamidade de setembro e novembro do ano passado recebeu casas construídas e entregues pela iniciativa privada. Microempreendedores ainda esperam por recursos do governo federal para recomeçar seus negócios para reativar a economia que vai gerar empregos.
Agradecer o que temos e compartilhar benesses faz bem a todos!