Fortes. Isto é o mínimo que se pode dizer das declarações do vereador Enrique Civeira (PRD) durante a sua fala na sessão desta segunda-feira (25). O parlamentar fez uma grave denúncia sobre a prestação de contas da Campereada 2023. Ele chegou a afirmar que o evento foi “a maior roubalheira dos últimos tempos”.
Em um dossiê levado à Tribuna da Câmara, Enrique apontou supostas notas em duplicidade, suposto áudio de um dos organizadores “dizendo que tinha dado R$ 60 mil para comprar notas para a Prefeitura, porque eles precisavam de notas” e afirmou: “É roubo”.
Segundo o vereador, pela prestação de contas da Associação Comercial e Industrial de Sant’Ana do Livramento (ACIL), apoiadora do evento, diz que a estimativa era de 60 mil participantes, porém chegaram à marca de 80 mil. Já a prestação de contas da Comissão, apresenta que passaram apenas de 13.500 pessoas. Diante disso o parlamentar questionou: “E o dinheiro dos ingressos?”
Ainda na sua fala, Enrique disse que a prestação de contas demonstra que 150 microempresas compraram o espaço para expor seus produtos na Campereada. “De 150, vocês sabem quantos recibos tem a prestação de contas? 33”! Questionou na medida em que ele mesmo respondeu. Ele ainda denunciou que o recibo “número cinco” aparece em duplicidade, ou seja, aparece duas vezes e que, além disso, algumas notas não têm valor fiscal. “Membros da Comissão Organizadora fazendo Pix para as empresas, não abriram conta bancária para a Campereada. Pegaram dinheiro vivo”, complementou.
“Sabe por que as campereadas deixam a secretária tão nervosa? Porque muito em breve, ela vai ter que olhar no meu olho, no olho do promotor, no olho do juiz”, declarou Civeira anunciando que entregará o material ao Ministério Público (MP) na próxima semana.
CONTRAPONTO
Procurada pelo Jornal A Plateia, a secretária municipal de Cultura, Sandra Pontes, afirmou que não está no município e que não tem conhecimento das acusações do vereador. Ela disse que quando chegar em Sant’Ana do Livramento consultará a sua assessoria jurídica a fim de ter orientação sobre os procedimentos a serem adotados. “Se ele falou, ele vai ter que provar”, disse Sandra, complementando que, se necessário, apresentará sem problemas os esclarecimentos ao Ministério Público.