Buenas!
Na semana que passou, aconteceu em Porto Alegre mais uma edição do South Summit, um evento que, segundo eles, é uma das principais plataformas de empreendedorismo e inovação do mundo, além de uma das principais redes de conexões entre os criadores de startups e aqueles que podem fomentar seus produtos.
Não é pouca coisa não. O evento começou na Espanha há pouco mais de uma década e, após negociações do governo do Estado e de empresários gaúchos, o evento criou uma filial na capital gaúcha. O lugar é tão relevante, que o jornal A Plateia enviou o repórter Rodrigo Evaldt como correspondente ‘internacional’, vejam a importância!
Para traduzir em linguagem palatável para o grande público, o South Summit é uma espécie de feira que reúne, além de curiosos, como eu, gente com ideias e projetos voltados para o mundo digital ou criativo, que querem aproximar-se de pessoas e empresas com capital para investir neste povo inovador. E, se o fizerem, farão esperando lucros futuros que os projetos poderão render.
E o movimento é grande! Vem gente de todo o Brasil, mas não só. Vi britânicos, americanos, bielorrussos, uruguaios e cearenses, dentre outros estrangeiros. Apesar do calor absurdo do primeiro dia, o pessoal circulou para cima e para baixo naqueles galpões. Aliás, o calor foi um capítulo à parte. Teve repórter desmaiando ao vivo e a cores, o vídeo circulou Brasil afora. Apesar do desmaio, ele passa bem, viu!
Depois do calor, claro, veio a chuva. E que chuva! Atrasou o segundo dia, mas deu tudo certo, nenhum telhado voou, Faltou luz vez ou outra, mas aqui no RS, isso é quase tão normal quanto espirrar no outono ou na primavera. Aliás, grandes feiras e eventos são normais no RS. Temos algumas das maiores do mundo agro. Porém, em questões tecnológicas, sempre fomos atrasados ou, para dizer o mínimo, lentos.
E aí está a questão: Tecnologia. Países pequenos, como Irlanda, Coréia do Sul, Finlândia e Dinamarca, investiram em desenvolvimento e fomento de empresas que priorizam a tecnologia. E cresceram, muito!
Noutro dia, comprei um pacote de grãos de café para moer. Estava em promoção. Sim, sou mais um ‘moedor de café’, faz uma diferença moer os grãos na hora. O pacote estava em promoção, valeu o preço, era importado da Itália. Peraí! A Itália não planta um grão de café! Olhei na parte de trás e vi que o café somente é torrado lá, o grão vem de onde? do Brasil!
Ou seja, nos vendemos o grão cru, sem nenhum ou pouquíssimo valor agregado. E aí entra o South Summit! No mundo atual, quem mais ganha dinheiro são as empresas que vendem produtos modernos e qualificados, com grande valor agregado. E, de preferência, que sejam digitais ou coisa parecida, como fazem a Google, Meta, Microsoft, dentre outras. Por que não fazermos o mesmo?
Não é fácil, eu sei, mas precisamos entrar neste mundo. Plantar soja e vender para a China dá dinheiro para os latifundiários e gera muito em impostos para o governo, mas não dará para sempre. Numa palestra aqui no South, o CEO de uma fábrica de colheitadeiras afirmou que as importações chinesas de soja só tendem a reduzir, pois eles estão plantando cada vez mais!
Em resumo, espero que com Summits do quilate deste que entrou para o calendário anual de Porto Alegre, floresçam frutos, digitais ou não, tão cheirosos quanto os originais. E, principalmente, que possam ser vendidos mundo afora, gerando lucro e fama para nosso rincão, já conhecido por exportar o churrasco, mas que seja também por saber transacionar seu desenvolvimento tecnológico!