Há exatos 12 anos, a fronteira ficou estarrecida com a morte do jornalista Ruy Carlos Arteche Silveira, aos 55 anos. Reconhecido no Rio Grande do Sul e Santa Catarina por sua atuação em jornais de renome, Arteche foi morto com aproximadamente 10 golpes de pá por Washington David Vellozo Barbosa, na época com 18 anos. Na tarde dessa quinta-feira (29), o uruguaio, que chegou a ser preso em flagrante quando ainda agredia o jornalista, foi condenado a 12 anos de prisão pelo crime. Mesmo sem a presença do réu no Salão do Júri, o caso foi julgado pela Comarca de Sant’Ana do Livramento na presença dos advogados de defesa.
O fato aconteceu na noite de 04 de fevereiro de 2012. À época, o Jornal A Plateia apurou que tudo teria começado na noite daquele sábado, quando Ruy foi até uma obra na qual David estava de guarda e o teria convidado para sair, já que ambos mantinham relação. Segundo seu relato, David rejeitou o convite e pediu que o jornalista deixasse o local. Ruy teria ido embora, mas retornou em seguida, quando uma discussão iniciou. O jornalista teria utilizado uma cadeira para agredir o uruguaio e David revidou com uma pá. Carlos Ruy sofreu vários cortes na cabeça, até que os policiais militares interceptaram a ação e encaminharam o jornalista para o hospital Santa Casa e o jovem, pego em flagrante, para a delegacia de polícia.
David deixou a penitenciária após ser condenado por homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar. A sentença foi recorrida pelo MP e entre a primeira audiência e a segunda, o réu acabou fugindo; as autoridades acreditam que para o Uruguai. David ainda não foi localizado.
Na nova audiência realizada nessa semana, o Ministério Público, representado pelo promotor José Eduardo Gonçalves, manteve a denúncia contra David, alegando que ele agiu de forma cruel, com repetições exageradas de golpes de pá, fraturando o crânio e diversas costelas. Para o MP, os meios utilizados por David teriam características de sadismo e falta de piedade por ter aumentado o sofrimento da vítima, o que foi argumentado de maneira contrária pela defesa do autor do crime.
Mesmo ouvindo os argumentos da defesa, o tribunal do júri condenou David a 12 anos de reclusão pelo crime.