sáb, 1 de fevereiro de 2025

Variedades Digital | 01 e 02.02.25

QUESTÃO DE DNA

Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]

Esta semana fiz mais uma ressonância magnética neste minha vida de mais de 60 anos. Apesar do contratempo – fiz o exame às 7h30min da manhã – me considero um felizardo. Chato é responder aquele monte de perguntas sobre uso de marca-passo, se usa dentadura, se fez tatuagem ou faz acupuntura e tudo mais. Os questionamentos são feitos na hora da marcação da consulta por telefone, repetidos na chegada à clínica e, é claro, mais uma vez na hora de fazer o exame.

Apesar de ter que usar aquele pijama azul-bebê ridículo, sou felizardo por não me importo de ficar amarrado, quietinho com as mãos sobre o peito e deslizar para dentro daquele túnel branco usando fones de ouvido. Também não tenho claustrofobia, o medo de permanecer em ambientes fechados ou com pouca circulação de ar ou salas pequenas.

Minha lesão ocorreu em um evento ocorrido no feriadão que passei no litoral para comemorar o aniversário da minha filha. Ficamos horas à beira mar. O dia estava perfeito: sol a pleno, vento agradável, água clarinha e cálida e, de quebra, a parceria dos amigos era da melhor qualidade. De quebra, cerveja gelada e salgadinhos.

Um sobrinho de seis anos corria faceiro barbaridade e me provocou para um banho de mar… um convite irresistível. O piá disparou água adentro e saí atrás. Foi o suficiente para sentir uma forte fisgada no músculo posterior da coxa. Resultado: estou mancando até hoje, mesmo depois de uma consulta com a troca de áudios feita com um médico amigo por whatsapp.

Tenho dificuldade para caminhar, mas a ressonância magnética deve revelar a gravidade da lesão e o tipo de tratamento a ser adotado. Além do incômodo de andar mancando tive que ouvir a gozação do meu filho, um debochado jornalista que adora tirar um sarro deste velho.

– Pai, tu precisa te convencer de uma coisa. Estás numa idade em que tu precisa fazer alongamento e aquecimento até para cevar um chimarrão… imagina entrar correndo no mar! – me disse o guri despeitado.

Achei exagero, mas depois de rir, refleti sobre o chiste disparado. Apesar de caminhar todos os dias, em média por uma hora, e fazer aulas semanais de ginástica para fortalecer a coluna, preciso lembrar que meu problema é DNA: data de nascimento antiga.